Nov 09 2007
O Olhar de …. Horácio Flores
foto: joão espinho
Só um artista consegue extrair beleza daquilo que aos olhos da maioria é feio. E só me não alargo em mais comentários por pensar que o pintor A. Bucci tinha razão quando disse “NENHUM OBJECTO OUVE MAIS PARVOÍCES QUE UM QUADRO“.
Numa linha de analogia entre a pintura e a fotografia, penso também que Leonardo da
Vinci tinha inteira razão quando, instado por um mecenas a mostrar as mãos que tinham
pintado um quadro encomendado, as meteu ostensivamente nos bolsos dizendo “LA PITTURA E COSA MENTALE” .
Hoje, podemos acrescentar: e a fotografia.
Uma câmara de alto preço nas mãos dum mau fotógrafo funciona como um Stradivarius nas dum mau violinista.
Até porque (e hoje estou, decididamente, em maré de citações) “A FOOL WITH A TOOL IS STILL A FOOL“.
Horácio Flores
9 de Novembro de 2007 às 11:55
Meu caro amigo Horácio Flores,
“O grande paradoxo do artista é ter de tornar invisível a visibilidade do artifício com que torna visível esse invisível “, Virgílio Ferreira.
9 de Novembro de 2007 às 13:36
Na Alma por trás do artifício reside a Sensibilidade do olhar. Não sei se a isso devemos Arte chamar, se Sabedoria.
10 de Novembro de 2007 às 1:43
Caros amigos Mad e Munhoz Frade, se fosse possível, eu de bom grado trocaria o meu depoimento pelos vossos.
No que respeita à alternativa entre Arte e Sabedoria, referida por M.F., eu atrevo-me a comentar o comentário, dizendo que, se talvez possa haver Sabedoria sem Arte ( a sabedoria dos chatos), não acredito que haja verdadeira Arte sem Sabedoria. Mesmo no naif, há sempre elaboração e sofisticação: digamos que a ingenuidade do naif tem algo de hipócrita.
10 de Novembro de 2007 às 16:06
Palavras sábias e sensatas, escritas aqui por quem tem Arte e Sabedoria para tal.
11 de Novembro de 2007 às 14:52
Generoso comentador Machado de Assis:
Se você se referia, no seu elogio, aos comentários de Mad e Monhoz Frade, inteiramente de acordo consigo, e devo então substituir o generoso que lhe chamei por justo. Mas se englobava, na sua loa, o escriba de serviço, mais que generoso será caridoso e só posso responder-lhe castiçamente: São favores, amigo Machado!
11 de Novembro de 2007 às 15:43
Machado de Assis, inteiramente de acordo.