Nov 30 2007

A entrevista

Publicado por as 9:24 em A minha cidade

Já o disse e volto a afirmar: há em Beja duas cidades distintas.
Há aquela onde nós vivemos, a que se desertifica, que perde centralidade, que vai perdendo qualidade de vida, uma cidade fechada, desinteressante, paralisada. A outra cidade é aquela que é vista pelos olhos de quem está na Rua da Ancha ou ocupa cadeiras nos paços do concelho. Para estes, Beja é uma cidade cheia de projectos, em vias de dar o grande salto rumo ao futuro, uma cidade que se desenvolve e onde as pessoas estão felizes e vivem bem.
Foi esta cidade que Francisco Santos, Presidente da Câmara, revelou ontem aos microfones da Radio Pax. Uma cidade que, no programa eleitoral da CDU, tem contado com o ovo no cu da galinha. Só que a galinha é estéril e não põe ovos. Dá carne, que alguns aproveitam, e pouco mais.
Francisco Santos falou em projectos, quando deveria falar do que já fez nestes 2 anos.
E o que fez?
A Casa Mortuária (sic!). Em prol do desenvolvimento e do bem estar dos munícipes.
E fez mais: escreveu ao Presidente da Região de Turismo a questionar quem são as Câmaras devedoras. Enquanto não receber resposta, a Câmara de Beja não contribui para a Região de Turismo. Lamentavelmente não lhe foi perguntado se a mesma questão foi colocada à Associação de Municípios (AMBAAL), à AMALGA e a outras Associações de que a CM Beja faz parte. Daí se percebe que é embirração e ressabiamento por a Região de Turismo andar fugida da esfera do PCP.
E Francisco Santos disse que fez a RuralBeja. Os louros são da Câmara, mas ninguém perguntou ao Presidente quanto custou esse fiasco.
Depois ficámos a saber, pela boca de Francisco Santos, que Beja tem um plano estratégico para o desenvolvimento. Se tem, deve estar escondido nalguma gaveta pois aquilo que mais se percebe é que Beja não tem estratégia.
E ficámos a saber, também por Francisco Santos, que a oposição não existe e só faz críticas pontuais. Deve ter sido seguramente por essa razão que um elemento da oposição socialista foi “pescado” e veste hoje as cores da CDU.
De resto, a entrevista foi um desfilar de chavões demagógicos, de pura propaganda, desinteressante. Um boletim municipal lançado ao éter.
Merecíamos melhor.

santos-de-beja.jpg

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10 Resposta a “A entrevista”

  1. Ping Pong diz:

    Será que vão traduzir a entrevista para chinês???

  2. fm estéril diz:

    a sua análise é boa.
    talvez por pudor, só lhe falta dizer que a condução da entrevista foi uma merda, tirando um ou dois pontos.
    mal preparado, sem acutilância e desinformado, o moderador limitou-se a pegar no programa eleitoral da CDU e debitar perguntas.
    Chico Santos agradeceu.
    Uma boa entrevista depende muito do entrevistado e de um bom entrevistador.
    Desta vez, não houve uma coisa nem outra!

  3. h - V&P diz:

    Desta vez… estamos de acordo! E, se nos lermos um ao outro, enaltecemos o mesmo: “projectos” e o cemitério!!

  4. ARTUR diz:

    Ouvi com alguma atençao, e para alem da natural embirração do lucio para com os comunistas, e a bajulação bacoca com o chico orelha, nao gostei das respostas do santos porque são só projectos e nada de concreto

  5. profundamentetoto diz:

    Até nem simpatizo com a pessoa do sr. Presidente da Câmara (que não conheço pessoalmente!) nem concordo de todo com a estratégia (existe alguma?!) cá para a aldeia; mas muito sinceramente não creio que seja apenas uma questão partidária tipo CDU versus Partido Socialista sendo que não faltam exemplos de autarquias CDU bem geridas e de autarquias socialistas em que o progresso é uma luz … lá muito ao fundo do túnel; muito sinceramente, conhecendo os “antecedentes” e algumas “pessoas” ligadas a nível local e distrital ao Partido Socialista, não sendo de todo simpatizante do PC/CDU, parece-me que caso algumas daquelas pessoas tomassem “poleiro” em Beja, a situação da aldeia e da generalidade das pessoas não iria melhorar grande coisa em termos de qualidade de vida e de atractividade da aldeia como um sítio agradável para se VIVER. Faltam elites em Beja e uma classe média capaz de “puxar para cima” o nível de exigência da generalidade dos cidadãos pois aquilo a que se assiste actualmente é a uma reprodução crescente da mediocridade e a um constante “nivelar por baixo” que, entre outros factores, vai afastando mais novos e mais velhos para longe. Este não é só um problema de Beja mas comum a praticamente todo o interior do País cuja desertificação crescente tem sido acelerada com as “corajosas” reformas do grande chefe sUcialista sr. Pinto de Sousa. Quem vai querer fixar-se numa região em que
    – fecham escolas, centros de saúde, maternidades, …
    – o preço das habitações (de má qualidade na generelidade) é dos mais caros do País;
    – não existe agricultura, nem indústria nem comércio e os poucos “serviços” existentes não criam, logicamente, emprego suficientes para a procura existente;
    Não tenho, infelizmente, nenhuma solução milagrosa (ou não) para os problemas cá do burgo mas de certeza que o problema não reside APENAS na política autárquica mas também na falta de interesse em investir (PME’s) no que quer que seja uma vez que, na generalidade dos residentes em Beja, hoje como ontem, oriundos de outros concelhos do distrito, não existe um sentimento de pertença a uma comunidade ancestralmente fechada sobre si própria em que em muitos casos, independentemente das condições económico-financeiras de cada um. o nível cultural e de exigência médios é baixo e as “vistas” curtas, diria mesmo, muito curtas!

  6. João Espinho diz:

    @toto – basicamente de acordo consigo. Porém, não posso aferir o desempenho socialista ou de outra força política na CM de Beja. Depois do 25A Beja não conheceu outra governação senão a da CDU. É, por isso, a sua política que está em causa.
    E sei, já bastas vezes o referi, que há Câmaras PCP geridas por quem sabe o que é o desenvolvimento. Não é, de todo, o caso de Beja.
    A sua caracterização do cidadão/residente bejense merecia uma discussão ampla. Eu acredito que haja massa cinzenta em Beja. Mas também já percebi que anda escondida.

  7. babe diz:

    eh pá… a casa mortuária… é bom sabermos que alguém se preocupa com o “bem estar das pessoas” nas ultimas horas ao cimo da terra… Mas… E que tal… PREOCUPARAM-SE COM AS PESSOAS QUE ESTÃO “APARENTEMENTE VIVAS”???? Sim… Porque as “estratégias” ou “projectos” deve ser algo do género… Vamos dar condições para que a população tenha vontade de ir conhecer a nova casa mortuária!!!! realmente…
    ah… e por falar em Rural Beja… este ano nem dei por esse evento… Se nas edições anteriores o pessoal ainda falava “ah, para a semana é a Rural (mini ovicopos – encontrar pessoal conhecido que raramente está na cidade natal)… Este ano… nem nadinha… não ouvi ninguém falar em tão “grandioso evento”… Será porque (tanto quanto sei) foi o primeiro ano que foi a CMB a organizar o evento?????

    Não ligo nadinha a política… tanto me dá que partido lá está! Mas pelo menos justifiquem o salário que recebem e deixem olhar para o umbigo… Dá vontade de perguntar ao Sr Presidente… Quer colocar a cidade no Guiness??? na parte das cidades mais mal presididas… cuidado… com o que por aí se vê deve ter mais candidatos ao lugar!

  8. Filipe C diz:

    Eu fui à rural beja…e jantei lá…lembrei-me das palavras de um dos nossos intrépidos lideres, a sul do tejo é um deserto.

    A CMB este ano organizou sózinha aquilo, porque será?
    Talvez outros estivessem fartos de esperar pelos pagamentos e não quererem já fazer parte?

  9. miguel diz:

    Pois caros concidadões(lol) só teem o que merecem que tristeza de cidade socoooorrooo…..fujam daí.é impressionante os tachos,o vosso aeroporto vai abrir no final do ano….onde é que a malta faz as incrições?já tá tudo ocupado,se calhar através do fantastico centro de emprego de beja já existem cursos de formação a decorrer.

  10. chico diz:

    Deus nos livre dos hippies e dos comunistas……………….fuuuujjjjammmm,daí.

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