Nov 30 2007
A entrevista -2-
As questões culturais, na óptica do actual Presidente da Câmara Municipal de Beja, resumem-se ao “presta” e “não presta”. Isto é, a cultura desenvolvida pela autarquia é que é boa, evidentemente. As actividades produzidas pelas empresas que não são apaniguadas, pelos agentes não reverentes, pelos artistas não situacionistas, essas não prestam. É óbvio que nenhuma Carta Cultural ou Conselho Municipal conseguirá inverter esta mentalidade provinciana, pois todos estarão subjugados ao subsídio – seja ele financeiro ou logístico. É por isso que Francisco Santos disse o que disse sobre o Festival do Amor. Incapaz de ver mais para além do espartilho ideológico em que tem transformado a cultura bejense, Francisco Santos não se coibiu de comentar o que desconhece.
O futuro cultural de Beja vai trazer-nos as festividades do 25 de Abril carregadas de eventos e concertos recheados de cantores de intervenção – a cantiga é uma arma – ou com o selo “Avante!”, porque a Festa da Atalaia é que é boa, é que presta. Não faltarão representantes das culturas cubana, vietnamita, cambodjana, venezeluana, todos em nome do multiculturalismo. Ah, e certamente que a cultura chinesa terá um espaço especial na programação cultural bejense. As massas e os artistas do regime assim o exigem. Os munícipes nem por isso.
30 de Novembro de 2007 às 18:32
Caro amigo João:
Quando a conversa toca na cultura, sinto-me um pouco tocado também. Como já tinha aqui referido, também faço parte dessa cultura bejense, embora em menor escala. Canto em dois coros, e num deles faço parte activa por estar na sua direcção. No entanto, este meu coro se pode englobar no leque da cultura bejense subsidiada pela CMB, embora, claro, com verbas reduzidas quando comparadas com outras entidades. Mas, e que me desculpes, ficou-me a ideia aqui no teu texto que aquilo que a parte da cultura subsidiada está a produzir não tem grande valor, já que é subsidiada pela CMB. Podes-me esclarecer essa minha dúvida?
30 de Novembro de 2007 às 18:59
@zig – em nenhum parágrafo podes ler uma afirmação dessas ou algo que transmita essa ideia.
30 de Novembro de 2007 às 23:28
Ok, já estou mais descansado! Peço desculpas por essa pergunta….
1 de Dezembro de 2007 às 0:06
Reuniões na Univ. de Évora e depois andar sem antena no carro impediram-me de ouvir a entrevista, mas já procurei esta noite na Pax e não a encontro. Sabes onde e como posso ouvi-la? Para, certamente, me pronunciar…
1 de Dezembro de 2007 às 0:59
@amr – julgo que ainda não está online.
15 de Dezembro de 2007 às 5:11
Uns acham que o segredo está na “massa”. Por isso é que, tal como desconfio dos políticos, desatino com os “cultos”, a respeito de ambos com razões não determinadas. Chamem-lhe fé que acertam. Interessam-me sobremaneira os segundos, na maioria uns parasitas.