Set 27 2007

As praxes

Publicado por as 10:17 em A minha cidade

Já não são o que eram.
Transformaram-se na humilhação pública dos caloiros. Foi isso a que assisti ontem à tarde.
Se pudesse, tinha regressado à minha condição de estudante e tinha-lhes explicado o significado da palavra “humilhação”. Desrespeitar a capa e a batina, ignorar a condição de estudante do ensino superior e transformar a praxe numa meia dúzia de actividades de péssimo gosto só desprestigia os praxadores.
Os estudantes da ESTIG optam por hoje procederem à limpeza de lixo orgânico na Mata bejense e dizem que esta acção “tem como objectivo prestar algum serviço à comunidade, integrar os caloiros na vida de cidade e abrir a porta das praxes à comunidade externa ao acontecimento”.
Há um enorme equívoco na cabeça dos nossos praxadores. Mas também não sou eu que lhes vou explicar alguns dos items dos diversos Códigos da Praxe.
Depois de limparem a Mata, sugere-se que despejem o lixo à porta de quem tem a obrigação de o remover. Os munícipes-contribuintes aplaudirão.

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53 Resposta a “As praxes”

  1. AMRevez diz:

    Entre porem os novatos a limpar uma mata ou fazê-los carregar com os “doutores” (na maior parte dos casos: cábulas beberrões) no dorso, a diferença é o politicamente correcto e o princípio fundamental mantém-se: institucionalização de uma relação hierárquica de comando-obediência e preservação de “tradições” (anacrónicas, paternalistas, conservadoras, sexistas e moralistas)que criam uma desigualdade formal e estrutural entre iguais. A recepção e integração dos novatos devia ser feita sem diferenciação de status, sem a simbólica caricatural dos rituais de passagem, e sem a triste figura dos “guardadores de rebanho” e das “ovelhas amorfas e obedientes”. As práticas praxistas são um espectáculo deplorável e patético, por muito “edificantes” que se mostrem as soluções. Bonito seria ver todos os estudantes, independentemente dos anos, sem fardas e sem carneirismo, sem jogos de poder e sem psicanalíticas retribuições de violência verbal e psicológica (e às vezes física), a conviverem e a prestarem serviços úteis à comunidade.
    (Para um enquadramento teórico destas e doutras questões relativas à praxe, vide: António Manuel Revez, “Dura Praxis sed Praxis – Relações de Moral e Poder na Praxe Académica da Universidade de Évora, na Revista “Arquivo de Beja” – vol. XI – SÉRIE III, Abril/2000, pp.89-129)

  2. X diz:

    Venha o velho Mensur que eu volto para o universidade de proposito..

  3. h diz:

    Muitas vezes estamos de acordo! Não é o caso de hoje, pelas razões que explico no meu buraco!

  4. ARTUR diz:

    Como ex aluno exijo que não utlize a estig como arma de arremesso da sua cor partidaria
    Não o percebo desta vez primeiro começa por criticar a humilhação da praxe, não vi mas acredito, depois quando alguns alunos fazem algo pela comunidade são criticados.
    Não concordo consigo desta vez…

  5. João Espinho diz:

    @artur – “exijo que não utlize a estig como arma de arremesso da sua cor partidaria” – diga-me lá onde é que leu no meu texto alguma coisa que o leve a fazer a afirmação que fez. Leia o que escrevi e deixe os preconceitos de lado.

  6. pontape na lógica diz:

    Se me permites gostava de expor o meu ponto de vista, repetindo aqui o que escrevi no meu site:

    Sou, por convicção e principio, contra as praxes académicas. Sempre fui.

    Enquanto estudante universitário, e membro da Direcção da Associação de Estudantes, tudo fiz para que as praxes fossem banidas. Connosco não existiriam praxes. E assim foi.

    Orgulhávamo-nos de sermos os únicos que não “praxavam”. Estávamos convictos, apesar de isolados, da nossa razão. E como estávamos certos!

    Em alternativa à praxe, acolhíamos os novos colegas, no primeiro dia de aulas, com um lanche-convívio, seguido de uma jantarada e de uma “visita turística” à noite académica. No final desse dia, de uma forma espontânea, todos os caloiros tinham encontrado o seu “padrinho” ou “madrinha”, em suma, todos os caloiros estavam integrados.

    Acreditávamos, ingénuos, que “a nossa tradição” se iria manter para sempre. Não foi isso que aconteceu.

    Hoje, também na minha universidade existem praxes. Depois da minha/nossa saída foi re-instituída. Paradoxalmente, foram colegas meus contemporâneos (que nunca foram “praxados”) que resolveram dar o passo a trás.

    O lanche convívio foi substituído por pinturas faciais, a jantarada, por cabelos impregnados de farinha com água e as “visitas turísticas”, substituídas por cânticos humilhantes e ridículos. Os supostos tutores, transformaram-se em verdugos, através da prática da humilhação reles, baixa e sem nível. Os caloiros deixaram de ser colegas e passaram a ser “bichos”.

    O que aconteceu depois da nossa saída? Não sei!

    Mas sei que as Universidades deveriam ser espaços de “SABER-SER”. Sei que a maioria das humilhações infligidas a alunos de 1º ano ocorrem dentro do espaço das universidades. Sei, também, que os “carrascos” são alunos dessas mesmas instituições, muitas vezes membros de Associações de Estudantes. Sei, ainda, que professores e reitores também o sabem, apesar de fingirem desconhecimento.

    Logo, se tanta gente sabe tanta coisa, porquê fechar os olhos a estas cerimónias bárbaras e sem qualquer tipo de objectivo, que não o de satisfazer o ego de pessoas mal estruturadas?

    Porque não dizer BASTA?

    NÓS, TÃO JOVENS, DISSEMOS!

  7. MN diz:

    Pessoalmente, nunca achei piada nenhuma às praxes, nem a muito do denominado protocolo académico. Nunca compreendi como é que o facto de humilhar uma pessoa a integra num grupo. Também não acredito que o facto de se usar uma capa negra crie um qualquer espírito de grupo. Sempre fomos um grupo académico muito unido, continuamos amigos e juntamo-nos assíduamente, sem capas, praxes e outras “palhaçadas”. Fica a minha opinião…

  8. Dinis Gorjão diz:

    As praxes continuam ano após ano a fazer as suas vítimas, os reles bichos que depois da alegria da entrada na universidade tem que enfrentar uma adaptação recheada de patetismo e cheia de coisas inúteis.
    Na maior parte dos casos as praxes vão durar 2 e 3 semanas em que todos os dias a rotina é a mesma, chegam à escola são pintados, rastejam, cantam, gritam, etc, etc.
    Sempre detestei todo este tipo de coisas e posso afirmar que já vi muitas pessoas de orgulho ferido por terem que cumprir a praxe, porque senão “eram afastados do grupo, não podem trajar, ninguém lhes vai dar apontamentos, etc, etc” e fazendo fé em todas estas coisas qualquer alma inocente lá acaba por aceder a ser praxado “em nome da tradição!”.

  9. zig diz:

    Sabes bem que a mata foi (e é) uma grande preocupação minha. Sendo á única mancha florestal com algum tamanho em Beja e arredores, deveria de ter um maior cuidado do que tem actualmente, que não é nenhum!

    Sendo assim, quando li uma notícia que anunciava a limpeza dessa mata por caloiros, aplaudi de pé. Até já queria escrever no meu blog sobre essa acção, louvando essa iniciativa. Neste momento estou baralhado, se devo falar bem deste assunto, ou não…

    Agora, porquê é que essa mata se chama mata municipal em vez de mata dos alemães? Modernices….

    Quanto às praxes, será certamente a maior estupidez, burrice e parvoíce existente em Portugal, logo a seguir das touradas! Se alguém praxar a minha filhota que entrou recentemente numa nova escola não responderei pelos meus actos! E eu até sou reconhecidamente uma pessoa pacífica!

  10. RCataluna diz:

    Sempre fui e sempre serei anti-praxe. Mais não é do que uma forma de humilhação. E subscrevo a seguinte afirmação de AMRevez:

    “Bonito seria ver todos os estudantes, independentemente dos anos, sem fardas e sem carneirismo, sem jogos de poder e sem psicanalíticas retribuições de violência verbal e psicológica (e às vezes física), a conviverem e a prestarem serviços úteis à comunidade.”

    Nem mais!

  11. artur diz:

    “…sugere-se que despejem o lixo à porta de quem tem a obrigação de o remover…”
    esta é para a cmb, ou entao , diga lá de quem é a OBRIGAÇAO de remover o lixo.
    Errou nesta avaliação sobre a praxe, seja humilde e peça desculpa aos professores, praxantes e praxados da estig

  12. João Espinho diz:

    @artur – cego é, também, aquele que não quer ver.

  13. jbengala diz:

    Independentemente da mata poder e dever estar mais limpa, acho que esta é uma iniciativa de louvar da parte de quem a promoveu e que, na minha opinião, deve ser aplaudida. Em vez de se perder o tempo com coisas que não beneficiam ninguém, optou-se por fazer um trabalho que nos beneficia a todos os que aqui vivemos, e que acaba por ser destaque pela positiva, tendo direito a passar como um bom exemplo num canal de televisão. Parabéns a todos os envolvidos nesta iniciativa.

  14. João Barros diz:

    Bem aqui vai o meu testamento, penso deixar o meu ponto de vista em relação as praxes academicas.

    Pois bem, antes de mais digo desde já que sou a favor da Praxis, mas acima de tudo, sou totalmente contra os abeculas que entram no mundo da praxe com o intuito de o denegrirem (atenção que não são os anti Praxis, respeito mais esses que os que não sabem o que fazem com um traje academico).

    Bem esclarecido o meu ponto de vista, encontrei uma definição de Praxis, a qual sobrescrevo na totalidade

    O QUE É A PRAXE ACADÉMICA?

    “A Praxe Académica é um conjunto de tradições geradas entre estudantes universitários e que já há séculos vêm a ser transmitidas de geração em geração. É um modus vivendi característico dos estudantes e que enriquece a cultura lusitana com tradições criadas e desenvolvidas pelos que nos antecederam no uso da Capa e Batina. Praxe Académica é cultura herdada que nos compete a nós preservar e transmitir às próximas gerações.

    É preciso não esquecer o verdadeiro propósito e filosofia da Praxe Académica. Esta serve para ajudar o recém-chegado a integrar-se no ambiente universitário, a criar amizades e a desenvolver laços de sólida camaradagem. É através da Praxe que o estudante desenvolve um profundo amor e orgulho pela instituição que frequenta, a sua segunda casa.
    Mas a Praxe Académica também ajuda o indivíduo a preparar-se para a futura vida profissional. Através das várias «missões impossíveis» que o praxado tem de desempenhar, este vai-se tornando cada vez mais desinibido, habituando-se a improvisar em situações para as quais não estava preparado.
    A função educativa também está presente na Praxe Académica. A sanção de rapar um caloiro quando apanhado na rua a partir de certas horas tem origem na intenção de o obrigar a estudar.

    Não se pode confundir Praxe Académica com as «pseudo-praxes», executadas apenas por indivíduos ignorantes na matéria. A Praxe não pode nunca ser sinónimo de humilhação ou de actos de violência barata levados a cabo por uns quantos frustrados que não sabem o que são as tradições académicas e só usam um traje para se pavonearem na esperança de serem notados. São indivíduos destes os responsáveis pelo actual estado moribundo da verdadeira Praxe Académica que tem vindo a dar lugar a ditaduras absurdas, um pouco por todo o lado, que partem de ignorantes que desejam que a Praxe seja aquilo que lhes apetecer.
    O espírito académico não se trata apenas de festas e de copos.

    A Praxe Académica e o uso da Capa e Batina representam humildade e o respeito pelos outros. O Traje Académico deve ser usado com orgulho, mas nunca com arrogância ou vaidade, pois este simboliza a igualdade entre todos os estudantes.
    A Praxe Académica tem uma mecânica inerente que, ao ser desrespeitada, acaba por culminar em verdadeiros insultos à tradição.
    A própria palavra latina PRAXIS significa prática, modo de agir, o que revela uma estrutura e regras que lhe são características. “
    in http://pwp.netcabo.pt/qvidpraxis/

    Posto isto, posso dizer que fiz amigos para a vida (atenção que não entendo como amigos para a vida, como amigos para os copos ou coisas do género, Amigo/a e aquele/a com o qual podemos contar quando mais precisamos), posso também dizer que aproveitei ao máximo a vida e acima de tudo tornei-me naquilo que sou hoje, capaz de enfrentar qualquer tipo de adversidade perante o mundo selvagem no que vivemos hoje.

    Um ultimo ponto, a todos os que sairam do bem estar do lar para ir estudar/trabalhar para longe do mesmo, que digam o quão importante e ter um apoio onde não se conhece ninguem.

    DVRA PRAXIS SED PRAXIS!
    A Praxe é dura, mas é a Praxe.

  15. artur diz:

    Com a praxe na limpeza da mata somos um exemplo da “praxis academicas” ao nivel nacional, se fizessemos o que o senhor propoe, jogar o lixo à porta da camara, seria mais uma anedota para juntar ao nosso peculio!!!

  16. Dinis Gorjão diz:

    Já vi a reportagem das praxes da Estig na Mata em Beja. Entre muitos maus exemplos de praxes praticados por cá na pax júlia, este até é um dos bons.
    Já o ano passado alunos da ESEB tinham ido ao Canil Municipal ajudar a tratar os animais.
    Situações do género são de elogiar.

  17. h diz:

    Assumi desde o início que falo em causa própria!
    Com o devido respeito pelas posições contrárias, penso que existe um imenso erro de perspectiva: confundem-se as praxes académicas, com as más praxes académicas!
    Por outro lado, é tremendamente injusto para os ALUNOS que participaram nesta iniciativa: o que se passou hoje na Mata foi algo bonito que dignifica a cidade, os estudantes e a Estig! Estes miúdos merecem o nosso aplauso e não que tentem confundi-los com outros!
    Repito o que já antes escrevi, em multiplas ocasiões: estou profundamente orgulhoso dos meus meninos!

  18. celtiberix diz:

    Não sei, ao contrário de outros, até que ponto a humilhação ajuda alguém a futuramente saber enfrentar adversidades, ainda por cima quando essa “lição” vem de bestas com mais um ano ou dois numa escola do que o caloiro.
    Já quanto ao acto de impedir que um caloiro ande na rua à noite para ir para casa estudar, seja lá sob que pena fôr, é preciso ser mesmo cego para não ver que quem vai para casa se agarra ao telemóvel, ao hi5 e ao msn.
    Em relação à limpeza da mata, tanto o poderia ser mais para a frente, com os caloiros já “integrados” (é assim que se diz, não é?), como o poderia ter sido há muito mais tempo. O que me parece é que alguém está bastante interessado em limpar a sua própria imagem.

  19. João Barros diz:

    celtiberix essa de ter mais um ano e engraçada, se uma pessoa entra para um emprego, ate alguem que esta la ha mais de um mes sabe mais do que a pessoa que entra… mas volto a citar parte do meu comentario

    “Não se pode confundir Praxe Académica com as «pseudo-praxes», executadas apenas por indivíduos ignorantes na matéria. A Praxe não pode nunca ser sinónimo de humilhação ou de actos de violência barata levados a cabo por uns quantos frustrados que não sabem o que são as tradições académicas e só usam um traje para se pavonearem na esperança de serem notados. São indivíduos destes os responsáveis pelo actual estado moribundo da verdadeira Praxe Académica que tem vindo a dar lugar a ditaduras absurdas, um pouco por todo o lado, que partem de ignorantes que desejam que a Praxe seja aquilo que lhes apetecer.
    O espírito académico não se trata apenas de festas e de copos.”

  20. AMRevez diz:

    Em contraponto ao testamento de João Barros, um excerto adaptado da minha tese de mestrado:

    1. O que é a praxe?

    Se recorrermos ao dicionário de língua portuguesa da Porto Editora encontramos a seguinte definição de praxe: “aquilo que se pratica habitualmente; uso estabelecido; sistema; regra; etiqueta; pragmática; praxe académica: costumes especiais e convenções usadas pelos estudantes da Universidade de Coimbra”.
    Se a praxe é aquilo que se pratica habitualmente, então também pertence à praxe aquilo que não pertence à praxe; ou seja, o convívio indiferenciado e sem hierarquias estipuladoras de deveres e obrigações, a integração informal, a confraternização sem qualificações enxovalhantes, a inexistência de rituais com mobilizações físicas, pinturas, desfiles, interrogatórios, exigências e ordens unilaterais, etc., pratica-se com extraordinária frequência e assiduidade, posso mesmo afirmar que é mais habitual e expressivo nas Universidades e Politécnicos, do que aquilo que paralelamente acontece com o nome de “praxe” e que se vem praticando repetidamente há alguns anos e que, por isso, também merece a qualificação de habitual, e como tal, pertencendo à praxe ou a ela dizendo respeito.
    Bom, se por praxe entendermos “uso estabelecido”, e se por estabelecimento do uso entendermos apenas a sua fixação “jurídico-doutrinária” em “normatividade positiva” (vulgo código), então temos praxe em todos os estabelecimentos de ensino superior. Mas se o uso também pode ser estabelecido pela vigência consuetudinária, (e sem favor se reconhecerá que o tratamento “não praxista” entre colegas sempre existiu e existirá) sem aprisionamentos ou traduções normativas, então também temos uma praxe exactamente antagónica à “outra” praxe, chamada assim, e regulamentada nos códigos.
    A praxe relaciona-se fundamentalmente com tradições académicas; ora “em termos sociológicos, as tradições definem-se pelos costumes que distinguem determinada comunidade e que resultam de uma longa vivência, do gosto por aquilo que se herda dos antepassados e se transmite de geração em geração.” (Forum Estudante 1996: 4)
    A praxe das Universidades com “meia dúzia de anos” nada herdou do passado, porque não tinha passado. Ou tinha um passado de apontamentos praxísticos avulsos, como em qualquer instituição escolar ou militar. A praxe, em muitos casos, é uma construção recente, esforçadamente dissonante do código coimbrão e das cerimónias coimbrãs, mas que no fundamental repete e reproduz, com outros nomes, a organicidade, os rituais, a simbólica, os objectivos, da praxe académica de Coimbra.
    Os costumes académicos conheceram evolução e por isso o que era costume deixou de o ser: continuou o costume de praxar, e não o costume de praxar de determinado modo. As “investidas” foi o termo utilizado no sec. XVIII para designar os costumes académicos e que incluíam a tourada, a picaria, os insultos, a patente, e as troças.
    Nem podemos rigorosamente afirmar que o costume da “praxe” (tal como hoje é comummente entendida e vivida) acompanha desde sempre os costumes tradicionais de relacionamento entre os estudantes pois o termo “praxe” só surge em 1863 e depois em 1872, curiosamente associado ao adjectivo “selvático”.
    Quando surge então a praxe? “Quando estudantes e mestres, olhando para o passado evocam tradições e procuram manter os usos e costumes que outras gerações praticaram, estão criadas as condições para que do costume, qualquer que ele seja, se faça praxe” (Prata 1993: 169) Ou, segundo Eduarda Cruzeiro, quando se forma no seio dos estudantes “uma posição ideológica prática de conservação dos valores e costumes tradicionais da instituição académica” (Prata 1993: 169).
    Portanto, antes de “praxe” temos “troça”, “caçoada”, “investida”, etc. Estes termos significam práticas rituais concretas entre caloiros e “doutores”, enquanto que o termo praxe ganha um sentido mais lato e abrangente, reunindo todas as práticas e rituais ministrados pelos estudantes universitários aos novatos.
    Julgo, contudo, forçado que “qualquer costume”, independentemente da sua natureza, resulte em praxe; tanto mais que há modos de evocar e exaltar o passado e de repetir usos, que não passam necessariamente pelos rituais e cerimoniais tipicamente praxísticos. Ora, o que é tipicamente praxístico parece-me ser um conjunto de práticas (comportamentos) e concepções (discurso e ideologias legitimatórias) e rituais de integração, de agregação e de passagem (ver capítulo sobre a praxe e rituais) para um novo momento existencial e situação estatutária, de acordo com um sistema organizacional, normativo e hierárquico específico.

  21. C.P. diz:

    Gostaria de deixar um pequeno comentário neste sítio onde todos dizem muito e não fazem nada. Nesta cidade se se faz é porque se faz, se não se faz e porque não se faz. Para a próxima os intelectuais que estão aqui a criticar agarrem em sacos e luvas e reúnam os restantes amigos e ponham-se a fazer serviço comunitário, já que é tão fácil falar. Depois não são jogadas políticas utilizarem o nome da ESTIG como arma de arremesso?
    Só mais uma coisa, NIGUEM é obrigado a participar nas praxes, existem duas opção ou quer ser praxado ou é anti-praxe. Na limpeza da mata, todos os caloiros eram livres de escolher em participar nas praxes.
    Se existem veteranos beberrões e cabulas?
    Pode existir uma pequena minoria, ou será que todos os que entram nas práticas das praxes e estão no ensino superior são lixo?
    Se nunca foram praxados, ao menos tentem certificarem-se de que os mitos urbanos são verdadeiros.

    Para a próxima dêem a cara neste tipo de actividades e deixem-se de politiquisses, porque políticos de bancada o país está cheio.

  22. MN diz:

    “NIGUEM é obrigado a participar nas praxes”

    Por onde andei, quem decidia a participação ou não nas praxes eram os veteranos. Os caloiros não tinham opinião. É uma “tradição” perfeitamente imbecil, e sem NENHUMA consequência benéfica para os caloiros.

    Ah, e não sou de Beja, não sou de nenhum partido. Este é um comentário apenas ao fenómeno das praxes.

  23. AMRevez diz:

    @ C.P.
    “Se nunca foram praxados, ao menos tentem certificarem-se de que os mitos urbanos são verdadeiros”??

    Pois bem, nunca fui praxado. Não o consenti. Ponto. Mas ao meu lado eram praxados dezenas de colegas meus. E em mais de 10 anos assisti presencialmente a largas dezenas de praxes de várias universidades públicas e privadas. O suficiente para saber, entre muitas outras coisas, que os caloiros não escolhem “livremente” ser praxados ou não! O suficiente para saber que os “dôtores” ameaçam, chantageiam, pressionam, mentem, e inspiram medo e receio junto dos caloiros. Advertem-nos (quando não dizem que as praxes são obrigatórias…) que caso não colaborem serão marginalizados e condenados ao ostracismo, que não poderão participar nas actividades académicas, que não poderão comparecer a jantares de curso, que não poderão usar capa e batina, e outras mentiras e aldrabices do género. A verdade é que um caloiro que não participe na praxe ou se declare antipraxe, pode usufruir de tudo o que é concedido aos que a ela aderem, com excepção da integração na orgânica piramidal e associativa da praxe (comissões de praxe, tribunais de praxe e tunas e outros organismos na dependência directa das estruturas praxistas).

    E quanto aos mitos… o maior deles é que a justificação de certas praxes nascidas por burocrática decisão de meia dúzia de “repetentes”, seja a de manter e respeitar a “tradição”. Tradição que não existe, pura e simplesmente. O que existe é a mimética e provinciana tendência de copiar as práticas de universidades centenárias, as quais, por sua vez, perpetuam praxes desajustadas do tempo e completamente arcaicas, onde ainda faz sentido adestrar os caloiros e passar-lhes atestados de menoridade intelectual, onde ainda faz sentido humilhar e ridicularizar os caloiros, no mentecapto pressuposto que esse enxovalho os torna mais responsáveis, informados e integrados…

  24. MN diz:

    Bom, eu fui praxado, se bem que (no meu caso) apenas pinturas. Ou seja, uma perfeita parvoíce, que não beneficiou em nada a minha vida. E lembro-me, por exemplo, de um caso em que um caloiro se recusou a ser praxado, o que acabou em violência tendo mesmo sido chamada a polícia (que não chegou a intervir). IST, creio que em 91/92 ou 92/93.

    Ou seja, sim, os caloiros são OBRIGADOS a participar, e não, não ganham nada com isso.

  25. NST diz:

    Ninguém é obrigado a ser praxado, metam isso nas vossas cabeças. Quem não sabe não fala. Amrevez onde estão os amigos do teu tempo de universidade, que deveria ser o melhor tempo da tua vida? Não sabes ?! Pois, é que enquanto os outros eram praxados e criavam laços de amizade, tu estavas sozinho em casa… Perguntem aos caloiros da ESTIG se alguém os obrigou a ir limpar a mata ou a fazer outra coisa qualquer. Se são assim tão mal tratados porque é que continuam a vir ás praxes?

  26. zig diz:

    Já agora, alguém sabe se a mata foi realmente limpa, quantas pessoas participaram, quanto tempo levaram e quanto lixo apanharam?

    Obrigado

  27. h diz:

    Zig – foi realmente limpa!

  28. MN diz:

    @NST: Eu falo por experiência própria (aconteceu à minha frente, como referi). Quando se usa a força física para obrigar alguém a perfeitas parvoíces, sendo mesmo necessário a intervenção policial, isto é o quê? Não é obrigar??? Acredito que os comportamentos possam variar de Universidade para Universidade ou de região para região; agora, fechar os olhos aos abusos ou concordar com eles não será o mais realista/correcto…

  29. NST diz:

    ZIG, a limpeza da mata envolveu mais de 80 pessoa, sendo 40 caloiros e o restante alunos de 2º ano, Veteranos e Supremos. Foi necessário a carrinha da CMB fazer duas viagens para carregar o lixo todo e a iniciativa decorreu das 10:00 até ás 12:00. Para saber mais http://www.aeestig.ipbeja.pt

  30. NST diz:

    Peço desculpa, mas a morada correcta é http://www.aeestig.blospot.com.

  31. NST diz:

    Peço desculpa, http://www.aeestig.blogspot.com

  32. AMRevez diz:

    Caro NST,
    Sugiro-te alguma contenção na precipitação… sobretudo porque nada sabes sobre mim e pores-te a adivinhar é muito falível.
    Não fui praxado, efectivamente, apesar de ter sido persuadido/pressionado a tal. Mas não fiquei sozinho em casa. Entrei para uma República (espaço comunitário estudantil e, no início dos anos 90, quase a totalidade do conselho de repúblicas coimbrão rejeitava a praxe), e, ao longo do meu percurso universitário, em vez de passar os anos a chumbar e no faduncho e nas serenatas, fiz parte, tal como outros não praxistas, do conselho pegadógico e da assembleia da representantes da faculdade de letras, da direcção geral da associação académica, da redacção da gazeta académica, do núcelo de cinema da associação académica. Isto só para te mostrar que aqueles que recusam a palhaçada da praxe não só não caminham sozinhos como podem ter uma intervenção activa no contexto do movimento estudantil, académico e associativo.
    Mais outra coisa, as gerações de repúblicos das duas repúblicas em que vivi encontram-se anualmente numa festa que chamamos de “centenários” e onde convivem largas dezenas de estudantes de muitas gerações.

  33. zig diz:

    @h e NST:
    Obrigado pela info!

  34. João Barros diz:

    perante tais facto so digo isto, praxe forçada e agressão

  35. Cátia diz:

    Eu sou aluna da ESTIG, fui praxada e gostei muito das minhas praxes, fiz bons amigos e actualmente os meus caloiros adoram-me. os caloiros estam nas praxes porque querem, ninguem la esta obrigado, eu tambem nao fui obrigada a nada. axo que as praxes sao importantes, e ao contrario do que foi dito algures nos comentarios que li, os veteranos nao sao burros… eu nunca chumbei um ano sequer, e actualmente sou veterana, quem deixou comentarios sem saber o que diz é melhor primeiro se informar das hierarquias praticadas nas escolas. Em vez de falarem mal das praxes, vao assistir, rir um bocadinho, e depois a noite até saimos todos juntos, como amigos… os caloiros gostam, e divertem-se bastante.
    Cumprimentos

  36. MN diz:

    @Cátia: Permita-me responder-lhe.

    Eu também não me considero burro, se bem que alguns possam discordar. Estou a meio da minha segunda licenciatura, e vivi de muito perto vários episódios MUITO lamentáveis de praxes. A maior parte dos caloiros passavam por eles visívelmente incomodados. Eram feitas fortes pressões psicológicas e mesmo coacção física, impedindo assim o seu livre arbítrio. Sinceramente, não vejo onde humilhar um terceiro, obrigá-lo a fazer coisas que ele não quer fazer, pintar-lhe a cara, despi-lo e mesmo agredi-lo (sim, isto acontece, já o vi!) dá vontade de rir a alguém. A mim, não dá. Acho até bastante triste. Sinceramente, é um bom exemplo do pior que existe num ser humano. Em vez de se receberem os novos alunos com jantares, convívios, explicações sobre o que vão encontrar e indicações de como vencer nos estudos, preferem humilhá-los. Alguém me explique racionalmente este fenómeno…

  37. A. diz:

    Enfim o futuro do país está e vai ser entregue a uma cambada de Bestas…

  38. João Barros diz:

    @A. – e actualmente esta entregue a quem?

  39. Valter diz:

    Realmente isto ha coisas que ninguém percebe…

    Para quem não sabe, todas as pessoas que estão a ser praxadas, tem sempre a opção de não o ser, e é falso, que se diga que os “Praxadores” fazem pressões psicológica com o facto de os alunos anti-praxe serem colocados de parte, ou de não lhe serem facultados apontamentos. Falsas questões, mitos instituidos que em nada correspondem a verdade. Posso garantir que na minha turma, sao tantos os anti-praxe, como os praxados, e em nenhum momento faltou união na nossa turma (apenas um exemplo).

    Uma coisa é certa, convido a sua pessoa a sair uma noite, e verificar a união que existe entre os veteranos (ditos Praxadores) e os caloiros e talvez assim compreenda melhor o sentido das praxes.

    O nosso objectivo nao é humilhar, é manter as tradições, manter a chama do espirito academico sempre viva.

    Nota final:
    “Aconteceu num final de tarde, enquanto os caloiros estavam a ser praxados, uma senhora insurgiu-se contra nós praxadores” por estarmos a praxar . . . Simplemente as unicas pessoas que responderam a senhora foram os caloiros, com a seguinte frase: “estamos aqui porque queremos.”, tudo isto num acto muito espontaneo sendo que a senhora resumiu-se a sua própria estupides e meteu-se em casa, de onde nao devia ter saido.

    Ha muitos mais valores nas praxes, que neste estupido blog… OBG

  40. MN diz:

    @Valter: “todas as pessoas que estão a ser praxadas, tem sempre a opção de não o ser”

    Na universidade que frequentei anteriormente não era assim. Lamento desiludi-lo, mas as suas afirmações não correspondem à realidade que vivi. Os veteranos escolhiam os caloiros. Estes não tinham quem os aconselhasse ou protegesse, e não tinham a quem recorrer. Já disse atrás num comentário; assisti a uma situação com um caloiro que se recusou a participar na praxe. Resultado? agressões físicas de parte a parte, intervenção de funcionários e professores, chegada da polícia. Já lá vão alguns anos, pode ser que esses meninos tenham evoluído um pouco…

  41. ignorante diz:

    É verdadeiramente impressionante como alguns sujeitos só conseguem ver á volta do respectivo umbigo.Ou porque não cortaram o cordão umbilical com a mãezinha, ou porque a muita soberba e vaidade os não deixa ver para além das zonas limitrofes do dito cujo.Eles têm sempre a última palavra. Eles são poços de virtudes. Eles, quais talibans, são fanáticos nas suas ideias.Eles, os vaidosos e convencidos, os que têm um ego maior do que o universo têm destas coisas: em cada parágrafo estão a fazer uma citação de eles próprios. Vejamos: ” (Para um enquadramento teórico destas e doutras questões relativas à praxe, vide: António Manuel Revez, “Dura Praxis sed Praxis – Relações de Moral e Poder na Praxe Académica da Universidade de Évora, na Revista “Arquivo de Beja” – vol. XI – SÉRIE III, Abril/2000, pp.89-129)”;mas há mais e muito mais:”…e, ao longo do meu percurso universitário, em vez de passar os anos a chumbar e no faduncho e nas serenatas, fiz parte, tal como outros não praxistas, do conselho pegadógico e da assembleia da representantes da faculdade de letras, da direcção geral da associação académica, da redacção da gazeta académica, do núcelo de cinema da associação académica;” mais ainda:”…Em contraponto ao testamento de João Barros, um excerto adaptado da minha tese de mestrado, e segue-se o relambório da tese do génio.”Mas se o leitor pensa que já acabaram os tiques de vaidade provinciana e saloia, está enganado, o nosso artista é o máximo, leia as suas intervenções e se tiver bom senso ficará enjoado com a verborreia do doutor. Ou então, como eu, sentir-se á um ignorante….

  42. X diz:

    Depois de ler isto tudo: Merda pras praxes! Qual tradição ‘académica’ em Beja? Uma década ou pouco mais? Pelo que me lembro essa dita ‘tradição’ académica de Beja de praxes sempre foi uma parolice feita por parolos que tentam parolizar os caloiros que por si só já muitos são parolos! Acordem! Façam a dita ‘tradição’ académica Bejense ser a de de formar pessoas competentes e válidas em vez de drs e engs que acabam só pra servir de prefixo nos cartões de multibanco ou irem para os tachos arranjados pelos padrinhos sem perceberem nada do que lá estão a fazer!

  43. Valter diz:

    Realmente isto ha coisas que ninguém percebe…

    Para quem não sabe, todas as pessoas que estão a ser praxadas, tem sempre a opção de não o ser, e é falso, que se diga que os “Praxadores” fazem pressões psicológica com o facto de os alunos anti-praxe serem colocados de parte, ou de não lhe serem facultados apontamentos. Falsas questões, mitos instituidos que em nada correspondem a verdade. Posso garantir que na minha turma, sao tantos os anti-praxe, como os praxados, e em nenhum momento faltou união na nossa turma (apenas um exemplo).

    Uma coisa é certa, convido a sua pessoa a sair uma noite, e verificar a união que existe entre os veteranos (ditos Praxadores) e os caloiros e talvez assim compreenda melhor o sentido das praxes.

    O nosso objectivo nao é humilhar, é manter as tradições, manter a chama do espirito académico sempre viva.

    Nota final:
    “Aconteceu num final de tarde, enquanto os caloiros estavam a ser praxados, uma senhora insurgiu-se contra nós “praxadores” por estarmos a praxar . . . Simplemente as unicas pessoas que responderam a senhora foram os caloiros, com a seguinte frase: “estamos aqui porque queremos.”, tudo isto num acto muito espontaneo sendo que a senhora resumiu-se a sua própria estupides e meteu-se em casa, de onde nao devia ter saido.

    Ha muitos mais valores nas praxes, que neste estupido blog ou nestes meros comentarios infelizes de pessoas que antes de falar, deveriam averiguar ao promenos o que se faz nas praxes… OBG

    Ps: Faço a pergunta, alguem sabe o que é o SCA e o que faz? Antes de comentar informem-se.

  44. MN diz:

    @Valter:

    Já passei por duas Universidades diferentes, em dois cursos diferentes. Imagino que tenha mais experiência universitária do que voçê. Logo, antes de comentar, informe-se.

  45. desinformado diz:

    O que é o SCA?

  46. João Espinho diz:

    @valter – é só para o informar que se tornar a afirmar ” neste estupido blog”, farei juz ao que me chama e, sem praxe, corto-lhe o pio, ok?

  47. Ana Santana diz:

    Olá a todos!!

    Aposn ter lido os vários comentarios expostos, e penso que existe uma coisa que tem que ser muito bem ressalvada antes de tudo, estamos a falar de praxados na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Beja e não de outros estabelecimentos de ensino em que existem praxes. Eu fui recentemente aluna da ESTIG com muito prazer e orgulho, e devo dizer que também me orgulho daqueles que participaram nesta louvavel iniciativa de limpar uma mata que está “quase” deixada ao abandono, e fui praxada e praxei acabei o meu curso no tempo estipulado, nunca chumbei e claro e tinha espirito academico o que incluia também os meus momentos de diversão, aliás como todos nós temos no nosso quotidiano.

    Só posso falar do que vivi e do que tive experiência, e posso dizer abertamente que participei nas praxes de livre espontânea vontade, e para mim que vinha de fora da cidade as pessoas que conheci nas praxes representaram durante todo o tempo em que estudei a minha familia, pois passava mais tempo com essas pessoas do que propriamente com a minha familia. Da mesma forma que pude optar por ser praxada ou não todas as pessoas que vi serem praxadas tiveram esse mesmo direito… Até podem considerar que as praxes são uma coisa primitiva, mas quando praticadas da melhor maneira resulta em iniciativas como esta, e é isto que devemos considerar, pois criticar acções passadas de nada resulta no futuro, agora se louvarmos que está a ser bem feito, aí temos uma possibilidade de melhorar o que está mal!

    Pois se calhar sou mais uma mentecapta, ou uma besta que apoia as praxes, pois! eu estudei em beja e faço da parte da empresa número um em destino de férias no mundo….

    Um abraço especial para aqueles que conseguem louvar a nome da ESTIG

    Com os melhores cumprimentos,

    Ana Santana

  48. A. diz:

    Volto a afirmar… “estamos entregues a uma cambada de bestas…”

    Trabalho desde os 18 anos numa grande empresa a nível nacional, não frequentei nenhum curso superior, mas nesta empresa sempre recebemos gente nova eu próprio entrei muito novo nesta empresa e nunca houve praxes, aqui sempre se respeitou as pessoas pelo que eram profissionalmente, por isso não vejo o que a Praxe pode servir para formar melhor as pessoas.
    Também fiz o serviço militar no Exército e também nunca vi ninguém ser alvo de praxes e lá por isso sempre e formou excelentes militares… Como tal as Praxes merecem o meu repúdio tal e qual as touradas, tanto uma coisa como outra não servem de nada para o progresso do nosso país…
    Só uma pergunta: será que em países mais desenvolvidos que o nosso também existem praxes ou esse fenómeno é exclusivo de países terceiro-mundistas???

  49. nestum diz:

    Gostava de responder a algumas pessoas que pessam, que os que praxam não fazem nada pelo outros. Pois bem, quando entrei na ESTIG fui caloiro do ano, dois anos depois fui veterano do ano, agora sou supremo, pertenço ao Supremo Conselho Académico (SCA, é quem regula as praxes), sou secretário da Associação de Estudantes da ESTIG, sou representante dos alunos no Conselho Pedagógico, sou representante dos alunos no Conselho Geral do IPB, e ainda trabalho… E adoro as praxes, pagava para voltar a ser praxado….

  50. João Barros diz:

    @Nestum – Eu nao queria ir tão longe… mas pelos vistos ha pessoas que fazem juizos de valor, sem terem passado pelas experiencias… tipico em portugal. se eu disse-se que fui representante da turma, ano, e da faculdade em conselhos de turma, curso e conselho pedagogico. Infelizmente muitas vezes associa-se praxes aos Boemicos da Universidade, se calhar nao para um pouco para pensar que as vezes acontecem acidentes de percurso, ou mesmoter de trabalhar pelo meio, o que em algumas situações leva a que se tenha de atrasar o curso…

    Posso dizer queque desde que mudei de universidade e me decidi a deixar de trabalhar em prol do curso que fiz um cruso de 4 anos em 3, não deixei uma disciplina para traz, recebi menção honrosa de melhor aluno do curso no ano da minha graduação acabando com uma media de 15 valores, nunca disse que nao a uma noite de boemia, estive sempre presente nas praxes, e como o Nestum, fui membro do magnum consilium bem como ainda sou membro honorario do nucleo de tradição academica. Como eu tb encontro muitos alunos que conseguiram o mesmo, nao estou eu com isto a proteger aqueles que fazem o curso da boemia e não aquele em que se inscreveu…

    Enfim… por aqui me fico…

  51. A. diz:

    “…magnum consilium bem como ainda sou membro honorario do nucleo de tradição academica…”

    “…pertenço ao Supremo Conselho Académico (SCA, é quem regula as praxes)…”

    Só mais uma pergunta: e em que é que isso tudo beneficia o país??? Diminui o défice? Torna-nos menos dependentes das importações? Aumenta a produtividade? Enfim questões de um ignorante sem curso superior…

    Só mais uma achega. Nos vossos cursos não vos ensinam a escrever português? Boémia leva acento no é. E a palavra há leva acento no á. Poderia falar de mais casos, mas desconfio que esgotava o espaço no servidor do sapo…

    Cumprimentos

  52. João Barros diz:

    @A – 1º se quisesse aprender a escrever melhor tinha ido para direito ou para qualquer area de linguas, 2º experimente escrever num teclado que nao portugues(se nao souber eu digo-lhe que ha teclados em varias linguas) em portugues e depois logo ve o que e bom, 3º se beneficia o pais, se diminui o defice, se torna o pais menos dependente das impotacoes ou mesmo se aumenta a produtividade epa nao faco a minima ideia… nao sou economista para fazer esses estudos, agora que me ensinou muitas coisas, de isso nao tenho nenhuma duvida, mais nao seja nas relacoes humanas, ensinou-me a lidar com escomalha da pior especie bem como fiz amizades para uma vida, se isto e nao e aprender nada… pronto entao servio para ter contactos nas mais variadas areas, desde arquitectura a direito, passando por economia a gestao, nao esquecendo porem as areas de multimedia e as tecnologias de informacao, se ainda assim nao chegar eu posso dar mais, e so dizer quantas mais quer… e a escolha do fregues.

    P.S.- nao se sinta ignorante por nao ter curso superior, infelizmente portugal e o pais dos doutores e engenheiros que nao o sao… tem o exemplo la mais no alto… ha muita gente que nem a quarta classe tem, e merece muito mais respeito da minha parte que muitos pseudo doutores deste pais.

  53. Filipe Costa diz:

    Bem, eu sou caloiro da ESTIG do curso de protecção civil. Fui praxado este ano, nao faltei um unico dia e nao tenho nada a apontar aos meus supremos e veteranos. Eu sou do funchal e cheguei a Beja sem conheçer ninguem agora passados quase 2 meses, digo que foram as praxes que me ajudaram a integrar e a ganhar bons amigos e camaradas, as praxes são o reflexo da vida, à momentos melhores e à momentos piores mas enfim é a vida.
    Participei na Limpeza da mata e gostei de o fazer porque eestava a ajudar a comunidade onde me integre.
    Espero que quando for veterano, conseguir passar os ensinamentos de respeito ao traje e à ESTIG como os meus veteranos me passaram.
    Cumprimentos. . .

    P.S. Ja agora, aquele episodio que o Valter descreveu….eu tava presente e disse que tava ali era pa ser praxado e de livre vontade. É pena as pessoas nao compreenderem isto.

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