Jul 15 2007

CONTO DA MADRUGADA

Publicado por as 18:35 em Intimidades

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foto: jan mlcoch

Pego na máquina, tiro os filtros, disponho os adereços.
Olho em meu redor e não me apetece este trabalho. A esta hora preferia uma esplanada, uma boa conversa.
Mas a mensagem reclamava urgência “será caso de morte ou de vida?” A modelo também não me sugeria bons ângulos e não lhe esperava qualquer expressividade digna de registo.
Quando abro a porta supreendo-me “admirado?” com a roupa que trajava, os modos que assumia. Não era um retrato que desejava, percebi. “Como é que quer que me coloque?“, joga-me, arrancando-me do estado de confusão em que me havia deixado a sua entrada. Assumi um ar natural, pergunto “para que efeitos?” e a resposta não poderia ter sido diferente: “seduzir, cativar o meu marido“.
Desejei naquele momento não perceber nada de iluminação, focos, aberturas, velocidades e sentar-me pacientemente a ouvir contar a história de uma vida.
Pedi-lhe que se despisse, se sentisse à vontade.
A fotografia poderá não ter atingido os seus objectivos, mas eu fiquei contente com o meu trabalho.

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7 Resposta a “CONTO DA MADRUGADA”

  1. Jofre Alves diz:

    Vim deixar um abraço com o desejo de um bom fim-de-semana.

  2. Mãos de Veludo diz:

    gostei… das palavras e da/s foto/s!

  3. São Rosas diz:

    Nikonman, se tu não publicas esta delícia no blog porcalhoto fico amuadinha. E olha que uma gaja amuada é pior que o Deus me livre…

  4. nikonman diz:

    @jofre – obrigado pela visita. Um abraço.

  5. nikonman diz:

    @mãos – obrigado!

  6. nikonman diz:

    @são – já lá está!

  7. nikonman diz:

    estava, queria eu dizer!

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