Jul 15 2007
CONTO DA MADRUGADA
foto: jan mlcoch
Pego na máquina, tiro os filtros, disponho os adereços.
Olho em meu redor e não me apetece este trabalho. A esta hora preferia uma esplanada, uma boa conversa.
Mas a mensagem reclamava urgência “será caso de morte ou de vida?” A modelo também não me sugeria bons ângulos e não lhe esperava qualquer expressividade digna de registo.
Quando abro a porta supreendo-me “admirado?” com a roupa que trajava, os modos que assumia. Não era um retrato que desejava, percebi. “Como é que quer que me coloque?“, joga-me, arrancando-me do estado de confusão em que me havia deixado a sua entrada. Assumi um ar natural, pergunto “para que efeitos?” e a resposta não poderia ter sido diferente: “seduzir, cativar o meu marido“.
Desejei naquele momento não perceber nada de iluminação, focos, aberturas, velocidades e sentar-me pacientemente a ouvir contar a história de uma vida.
Pedi-lhe que se despisse, se sentisse à vontade.
A fotografia poderá não ter atingido os seus objectivos, mas eu fiquei contente com o meu trabalho.
15 de Julho de 2007 às 19:04
Vim deixar um abraço com o desejo de um bom fim-de-semana.
15 de Julho de 2007 às 22:18
gostei… das palavras e da/s foto/s!
16 de Julho de 2007 às 7:37
Nikonman, se tu não publicas esta delícia no blog porcalhoto fico amuadinha. E olha que uma gaja amuada é pior que o Deus me livre…
16 de Julho de 2007 às 10:11
@jofre – obrigado pela visita. Um abraço.
16 de Julho de 2007 às 10:12
@mãos – obrigado!
16 de Julho de 2007 às 10:14
@são – já lá está!
16 de Julho de 2007 às 10:22
estava, queria eu dizer!