A sucessão de Durão Barroso inquinou o PSD. Para a família social-democrata não era indiferente que a aliança PSD/PP tivesse Durão Barroso ou Santana Lopes a liderá-la. Porém, para o aparelho do Partido, suportado por barões e caquécticas distritais, o que interessava era continuar a deter o poder, com tudo o que isso trazia de interessante para as várias capelinhas do PSD. Verificada a mais que previsível queda de Santana Lopes, restava saber quem iria pegar no Partido e tentar colar os cacos que os santanistas haviam deixado atrás de si. Como sempre nestas ocasiões, a comunicação social foi avançando com vários nomes. Porém, só Marques Mendes tinha a legitimidade moral de pegar no Partido. Havia sido o rosto da oposição aos desvarios de Santana Lopes e o País reconhecia-lhe credibilidade. Na altura já Luís Filipe Menezes se apresentava como o aglutinador das bases mais populistas e saudosas de Santana Lopes. O médico do Norte (anti-sulista e anti-liberal) sai naturalmente derrotado. Marques Mendes inicia um mandato de líder do Partido a tentar ser o líder da oposição ao governo aparentemente pró-reformista de Sócrates.
Tarefa hercúlea, agravada pela permanente pressão do povo venerador de Santana e Menezes.
Com tantas frentes de batalha ( e com a deserção dos seus vice-presidentes) Mendes teria que perder em alguma dessas frentes.