Mai 22 2007

NOCTURNA

Publicado por as 0:45 em Poetas

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foto: joão espinho

“Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.”
Alberto Caeiro in “O guardador de rebanhos”

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3 Resposta a “NOCTURNA”

  1. RCataluna diz:

    Lindo!!

  2. Manuel diz:

    Boa!

  3. nikonman diz:

    @rcataluna @manuel – 🙂

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