Abr 24 2007
A NOITE DE ONTEM
Teve o encanto da poesia de Nuno Júdice dita pelo próprio.
Uma viagem por alguns dos seus poemas, uma conversa sobre a escrita – “Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor que se despeja no copo da vida, até meio, como se o pudéssemos beber de um trago.” – sobre a transgressão poética, à volta da literatura – António Carlos Cortez recordou-me as aulas de introdução aos estudos literários – e sobretudo em redor daquela voz que sussurra ao poeta e o impele a escrever.
A poesia esteve ali, para uma casa semi-vazia ( ou semi-cheia, mas Júdice merecia mais) mas atenta.
Notas negativas para o Director da Biblioteca que não cuidou de fazer a apresentação dos convidados e se esqueceu de colocar o telemóvel em silêncio.
De Nuno Júdice:
“(…) Folheio os livros da noite. Abro-os nas páginas ímpares, em busca do teu nome. Os cães ladram quando empurro o portão da vida e te puxo para dentro da memória em que nos perdemos de quem somos. Construí-te uma alegoria de gestos sem saída; e agora que saíste, fiquei preso a cada imagem, como se não fosses tu a única imagem (…)”
excerto de Crise sentimental – “Cartografia de Emoções” – Publicações Dom Quixote, Outubro de 2001
24 de Abril de 2007 às 17:34
Foi realmente uma delicia.