Mar 08 2007
DESPEDIMENTOS
Dois anos de nota negativa implicam despedimento.
Cuidem-se os funcionários das autarquias que não são da cor dos respectvos executivos.
Depois não digam que não vos avisei.
Mar 08 2007
Dois anos de nota negativa implicam despedimento.
Cuidem-se os funcionários das autarquias que não são da cor dos respectvos executivos.
Depois não digam que não vos avisei.
8 de Março de 2007 às 11:59
A tal “reforma” da AP com que o governo vai avançar traz outros problemas, para além desse.
1.º – Aumento salarial (vou chamar-lhe assim, à falta de melhor designação, uma vez que ainda ninguém avançou com outra para o sistema que vai substituir os escalões) com base na nota obtida após aplicação do SIADAP;
2.º – Promoção na carreira efectuada recorrendo também ao SIADAP;
3.º – Prémios de produtividade baseados no “mérito e excelência” decorrente, também, do SIADAP.
Ou seja, o SIADAP vai ser a ferramenta de referÊncia na gestão de Recursos Humanos na Administração Pública.
Este sistema, introduzido pela dupla Durão Barroso/Ferreira Leite, nada tem de errado, em substância, ou teoricamente.
As quotas de mérito e excelência são necessárias para acabar com o regabofe do “muito bom” generalizado.
O problema: é impossível uma aplicação lúcida e justa desse sistema de quotas em Portugal. Não por um problema jurídico ou administrativo, mas sim por um problema cultural.
Porque em Portugal ninguém pode falar em competitividade saudável ou cultura de exigência sem se rir.
O resultado deste sistema?
O triunfo do “bufo”, do delactor, do “lambe cús” (desculpem o termo, mas acho que é o mais indicado), do funcionario bem colocado para fazer “relatórios informais” ao chefe acerca dos “maus elementos”, dos “alvos a abater” ou daqueles que, supostamente, não se integram no sistema.
Estes últimos, por grau de gravidade da “sanção”, pode: a) não ser aumentado; b) não ser promovido; c) ser colocado no quadro de mobilidade especial (vulgo “excedentes”) e d) ser despedido.
O tal “informador privilegiado” será premiado com os incentivos pecuniários, aumentos salariais mais expeditos, e boas notas de “mérito e excelência”.
Uma questão de dinheiro, basicamente.
Mas não só, porque, como refere o Nikonman, nos locais onde a clivagem partidária é acentuada, os critérios de “selecção natural” ou valorização do “mais forte” são ainda outros, sem exclusão dos monetários.
Resumindo, os sucessivos governos andaram a fazer asneira (Cavaco criou o sistema e Guterres aplicou-o no seu máximo expoente), e agora, ao invés de assumirem esse erro, colocam a factura do lado dos funcionários públicos.
Desculpem lá a linguagem de sindicalista, mas as coisas são mesmo assim.
Mais: dada a degradada imagem dos FP
8 de Março de 2007 às 12:34
Nikonmam, subscrevo a preocupação! Também é minha! E em Beja, particularmente grave!
Mas… concordo com o princípio; sou Funcionário Publico, mas acho justo premiar a dedicação e impedir a proliferação da incompetência! Mas.. o exemplo devia vir de cima!!!
8 de Março de 2007 às 12:54
Como acontece nas empresas privadas. Passamos a estar todos no mesmo barco. Os Funcionários Públicos são pagos por todos nós e a grande maioria não teria emprego em nenhuma empresa privada de tão incompetentes e de tão maus profissionais.
8 de Março de 2007 às 12:57
@maria – a generalização é inimiga da razão.
8 de Março de 2007 às 14:16
Nikonman, não falei em todos, disse a grande maioria e é a minha convicção fundamentada em contactos diários.
8 de Março de 2007 às 14:17
É melhor não ir por aí.
Há profissionais do sector privado que eu não quereria a trabalhar comigo.
A incompetência não é, tal como a competência, exclusiva de nenhum sector.
Mas é essa generalização do FP malandro, incompetente e pago pelo sector privado que rende votos quando capitalizada por políticos populistas.
Já agora, se alguém souber, aponte-me um, e um só, funcionário público que declare no IRS rendimentos inferiores aos auferidos. Só um.
Não andarão os FP
8 de Março de 2007 às 21:03
Estou a construir uma moradia; para a montagem da cozinha dirigi-me pessoalmente a várias lojas da especialidade na região para pedir orçamentos. Resultado:
– um não me respondeu;
– outro respondeu-me um mês depois da data que se tinha comprometido;
– outro respondeu-me pontualmente no dia que se tinha comprometido.
Os dois primeiros são portugueses, o último é alemão!!
Que falta de brio e de profissionalismo…
9 de Março de 2007 às 9:55
No caso dos professores ainda é mais gritante.
È das raras classes profissionais do Estado em que para entrar, a cunha quase não tem efeito.
Talvez por essa razão estejam tão preocupados com eles.
Os alunos quando são estúpidos ou simplesmente malandros, são colocados em apoios.
Que são na essência fazer testes mais fáceis para os meninos, e ponto final.
O professor para reprovar um fedelho tem de enfrentar as sete pragas do inferno paternal e burrocratico.
Hoje em dia, de forma completamente administrativa, fora do controlo dos professores, é possivel que um aluno chegue ao 9º ano sem saber ler nem escrever, basta aparecer nas aulas.
Os alunos que não querem estudar têm agora a oportunidade para tirar o 9º e o 12º com uma espécie de reciclagem de duvidosos critérios de egigencia.
é pois neste quadro de regabofe, que se querem implementar estas medidas de avaliação dos professores, incluindo os despedimentos.
deixo o exemplo…
o professor que reprovar muitos alunos, por não saberem, será penalizado, não sobe na carreira e pode ser alvo de uma “purga” estatal.
O professor que deixar passar todos os alunos sem critérios será premiado, deixando os seus colegas seguintes reféns e obrigados a engolir sapos, para poder progredir na carreira, e ter carreira.
No fim, e daqui a alguns anos, teremos uma geração que estatisticamente tem bastante formação, mas que na pratica não sabe fazer nada.
E viva Portugal
9 de Março de 2007 às 16:35
Carta do Funcionário Público ao Ministro
Exº Sr. Ministro,
Vou alterar a minha condição de funcionário público, passando à qualidade de empresa em nome individual (como os taxistas) ou de uma firma do tipo “Jumentos & Consultores Associados Lda”; em vez de vencimento passo a receber contra factura, emitida no fim de cada mês. Ganha o ministro, ganho eu e o país que se lixe!
Vejamos:
Ganha o ministro das Finanças porque:
– Fica com um funcionário a menos e livra-se de um futuro pensionista.
– Poupa no que teria que pagar a uma empresa externa para avaliar o meu desempenho profissional.
– Ganha um trabalhador mais produtivo porque a iniciativa privada é, por definição, mais produtiva que o funcionalismo público.
– Fica com menos um trabalhador, potencial grevista e reivindicador.
E ganho eu porque:
– Deixo de pagar um a totalidade dos impostos a que um funcionário público está obrigado, e bem diga-se, pois passo a considerar o salário mínimo para efeitos fiscais e de segurança social.
– Vou comprar fraldas, champôs, papel higiénico, fairy, skip e uma infinidade de outros produtos à Makro que me emite uma factura com a designação genérica de “artigos de limpeza”, pelo que contam como custos para a empresa.
– Deixo de ter subsídio de almoço, mas todas as refeições passam a ser consideradas despesa da firma.
– Compro um BMW em leasing em nome da firma e lanço as facturas do combustível e de manutenção na contabilidade da firma.
– Promovo a senhora das limpezas lá de casa a auxiliar de limpeza da firma.
– E, se no fim ainda tiver que pagar impostos, não pago, porque três anos depois o senhor ministro adopta um perdão fiscal; nessa ocasião vou ao banco onde tinha depositada a quantia destinada a impostos, fico com os juros e dou o resto à DGCI.
Mas ainda ganho mais:
– Em vez de pagar contribuições para a CNP, faço aplicações financeiras e obtenho benefícios fiscais se é que ainda tenho IRS para pagar.
– Se tiver filhos na universidade eles terão isenção de propinas e direito à bolsa máxima (equivalente ao salário mínimo) e se morar longe da universidade ainda podem beneficiar de um subsídio adicional para alojamento; com essas quantias compro-lhes um carro que, tal como o outro, será adquirido em nome da firma.
Como se pode ver, só teria a ganhar e, afinal, em Portugal ter prejuízo é uma bênção de Deus! Está visto que ser ultra liberal é o que realmente vale a pena, e porque é que os partidos que alternam no poder têm tantos votos…
(desculpem o abuso mas recebi por mail e achei que se enquadrava aqui)