Jan 15 2007
GRANDES PORTUGUESES?
Arranjei disposição e lá assisti ontem à noite, na RTP 1, a essa coisa a que chamam “Os Grandes Portugueses”.
Fiquei de boca aberta – pasmado – com alguns dos nomeados.
Álvaro Cunhal? Catarina Eufémia? Pinto da Costa? Alberto J. Jardim?
E depois ouvir que o Presidente do FCP é um amante da poesia e um grande declamador….
Enfim! Seremos todos grandes, pelo menos os que nos sujeitamos a aturar tamanho logro.
15 de Janeiro de 2007 às 14:12
Assisti ao programa “Grandes Portugueses” no sabado e no domingo. Considero Alvaro Cunhal um grande português, Catarina Eufémia também por tudo o que simboliza; e porque não Pinto da Costa que, com o seu clube levou o nome de Portugal à Europa e ao Mundo desportivo. Alberto João Jardim é que já não aceito, porque não é para mim uma referência positiva de nada!
Agora, se os nomeados estão em 9º lugar, em 1º ou em 50º isso já são as opiniõs e os votos que mandam.
E o que dizer de Salazar entre os 10+??
15 de Janeiro de 2007 às 15:18
E porque não o “Zé Maria de Barrancos”, Mayday? E nos séculos que temos de história não se passou nada?
15 de Janeiro de 2007 às 16:31
Há sempre que ter em conta, numa iniciativa deste tipo, os seguintes factores:
a) o seu carácter lúdico e não científico;
b) é o reflexo de um contexto (se a votação fosse feita há um ano, e se for feita daqui a um ano, os resultados seriam e serão sempre diferentes, ainda que seja previsível alguma estabilidade relativamente a personagens “consensuais”);
c) o resultado, além de contextual, reflecte sempre uma escolha individual, fundamentada apenas no gosto estético, paixão clubística, moda passageira, preferência política, ou muito simplesmente o “estado de espírito” no momento de escolher, mas raramente se utiliza um critério histórico o mais possível despido de subjectividade;
d) o facto de aparecerem, em posições de destaque, figuras inesperadas (Cunhal, Salazar, Pinto da Costa ou Catarina Eufémia) e,por outro lado, outras, como Salgueiro Maia, fora do “top ten” pode explicar-se por uma maior mobilização de alguns seguidores mais motivados (comunistas, saudosistas do Estado Novo…) que não traduzem, necessáriamente, a realidade.
Por algum motivo, pelo menos que eu tenha conhecimento, nunca uma instituição credível cientificamente (uma universaidade, por exemplo), levou a cabo uma coisa deste tipo. Precisamente, porque não é possível, com rigor, eleger a maior figura nacional de todos os tempos. Só a brincar.
15 de Janeiro de 2007 às 17:18
Claro que todos os lugares são relativos, mas como é possível pinto da costa ficar em 17º, Mourinho em 19º? O povo português considera que estes homens são maiores e mais importantes que Eça de Queirós, José Saramago, Fernão de Magalhães, Pedro Álvares Cabral, Zeca Afonso, D.Manuel I, etc, etc?? Como é isto possível? O povo português ainda não percebeu quem é realmente pinto da costa? Um dirigente de futebol e um treinador de futebol são das pessoas mais importantes para um país com 850 anos de história?? Inacreditável e de dar vómitos…
p.s. Em relação a Cunhal está de facto onde merece, e salazar embora seja um ditador que prejudicou muito o país, é inegável que teve enorme importância, tanta importância que reduziu o cérebro deste pobre povo que adora mafiosos e criminosos…
15 de Janeiro de 2007 às 17:42
Já agora, alguém sabe em que lugar ficou o Padre António Vieira? Não me digam qie ficou atrás do Mourinho ou do Pinto da Costa!
Arre…
15 de Janeiro de 2007 às 18:13
Eu cá voto no Zé Povinho e na Padeira de Aljubarrota para ver se de uma vez por todas limpamos toda a porcaria que existe neste país
15 de Janeiro de 2007 às 19:09
Parece que a RTP contratou “advogados” para defender cada um dos 10 finalistas. Calha bem, já que estão todos mortos e o legado de alguns bem precisa de ser defendido!
Só mais uma questão: Quanto nos está a custar tamanho serviço público? Alguém sabe?
Nota – Querem apostar que é o professor Saraiva que vai
15 de Janeiro de 2007 às 19:19
O povo é sereno, caro amigo. Eu votei no Aristides Sousa Mendes!
15 de Janeiro de 2007 às 20:08
Nikonman, embora silenciosa a visita é diária via “Aliciante”.
15 de Janeiro de 2007 às 20:13
@maria – uma excelente via! 🙂
15 de Janeiro de 2007 às 20:46
O maior de todos os portugueses foi o Diogo Álvares Correia,pois de comida, ele passou a comer todo mundo em Pindorama(Brasil)
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
Viva ao Caramuru!!!!
15 de Janeiro de 2007 às 20:49
@ligia – esse é o marido da Catarina?
15 de Janeiro de 2007 às 20:53
sim,Catarina paraguaçu.
15 de Janeiro de 2007 às 21:42
Eu achei que aquilo era um programa de humor como há muito não se via na tv portuguesa.
15 de Janeiro de 2007 às 23:57
nikonman ou Espinho como queiras.
Parece que ficás-te amoado
e de boca aberta por não constar lá o teu nome .
De facto quem escolheu aqueles nomes não sabe o que faz.
Processa a RPT 1
16 de Janeiro de 2007 às 2:45
realmente, a tvcabo foi uma lufada de ar fresco para quem ainda gosta de ver televisão,telenovelas e programas de encher chouriços estamos nós fartos.
Abraços fortes
Obs.um saltinho ao blablabla,façam isso tenho lá alguns textos com alguns dias, para se rirem um bocado, em nome de cfm.
abraços fortes.
16 de Janeiro de 2007 às 11:31
Não sigo mas, presto alguma atenção ao programa mas e não sabia da presença de ilustres nomes como Pinto da Costa e Alberto joão Jardim na lista. É sem dúvida, no mínimo, vergonhoso a presença de tão medíocres pessoas. Pensei que o nome do programa fosse “Os Grandes Portugueses”. A presença destas pessoas na lista mancha os feitos heróicos de portugueses como D. Afonso Henriques, Luis Vaz de Camões ou Aristides de Sousa Mendes.
16 de Janeiro de 2007 às 12:01
Se me permitem, darei mais uma achega ao debate.
Penso que não devemos valorizar demasiado esta iniciativa, nem tão pouco ficar “chocados” com a classificação obtida por determinadas personagens.
A classificação, queira-se ou não, é uma espécie de “fotografia” do período em que decorreu.
Ainda que não assente em quaisquer bases científicas ou minimamente objectivas, o “ranking” revela-nos uma alta mobilização de novos e velhos “salazaristas”.
Os velhos, são conhecidos, e ainda nos vamos cruzando com eles, seja numa corrida de táxi em Lisboa ou na fila de espera no Banco. São os saudosistas do “respeitinho”, do luso-tropicalismo paternalista (uma das mais hipócritas formas de racismo), da pobreza conformista ou da velha ordem social, consequência, não da cidadania responsável, mas do medo.
Estão em vias de extinção.
Depois há os jovens, nascidos e criados em liberdade, para quem o Estado Novo é uma sombra difusa que, com o tempo, foi perdendo a definição dos seus contornos autoritários e repressivos. A liberdade é dado adquirido, a formação desses jovens foi deficiente, tanto na escola como no seio da família, e o resultado é uma interpretação do Estado Novo como algo “não tão mau assim…”.
Salazar surge como uma figura messiânica, agora como há 70 anos, um “salvador”, figura tão cara aos portugueses, que sempre esperaram, ontem e hoje, que alguém lhes fizesse os “trabalhos de casa”.
Não sabem, felizmente, o que foi o Estado Novo.
Quanto a Cunhal, pouco há a dizer. Uma escolha partidária feita por quem há muito demonstra forte capacidade de mobilização. Os comunistas partidarizam tudo, e Cunhal é o símbolo do PCP, para novos e velhos comunistas.
Um “salazar ao contrário” – os extremos tocam-se – que não hesitaria, se o tivessem deixado, a instaurar uma nova ditadura em Portugal.
Proponho, a quem queira dar uma pitadinha de dignidade a esta brincadeira, que vote em Aristides de Sousa Mendes.
16 de Janeiro de 2007 às 13:58
Porque será que, sem que estivesse prevista, foi criada uma “segunda volta” para nova votação entre os dez primeiros?
Porque será que a Dra. Maria Elisa se recusou a indicar os mais votados da “primeira volta”?
Será que um tal professor de Santa Comba ainda incomoda tanto e tantos, tantos anos após a sua morte?
Só quem for muito estúpido não percebe a GRANDE VIGARICE e o motivo da realização desta segunda volta!
Para quando um concursozeco sobre OS MAIORES ALDRABÕES? A RTP ganhava certamente!
17 de Janeiro de 2007 às 15:21
Alguém lembrou do Du Bocage…
porque se puxar munha árvore
genealógica para trás,vão ver
que ele foi meu tatatataravô.
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
17 de Janeiro de 2007 às 22:05
acho que as pessoas votam no salazar para penalizar os “políticos da democracia”, do pós-25 de abril: muitos deles corruptos, permiscuos, esquecidos dos ideais da revolução, que só se preocupam com a sua permanência no poder para proveito pessoal ou partidário.
apesar de tudo o que fez de mal, salazar consegue ser melhor que muitos políticos da actualidade!!
18 de Janeiro de 2007 às 12:47
Completamente de acordo com a opinião expressa por cmbp. Uma grande parte dos “politicos da democracia” metem nojo e aqui na nossa zona até tresandam (felizmente que nem todos).
18 de Janeiro de 2007 às 14:41
Amigos,nostálgia da ditadura
…se assim for,o povo oprimido de Cuba é feliz com
a ditadura morre ou não morre do Fidel.
18 de Janeiro de 2007 às 21:53
ligia: as ditaduras são más! Mas não há uma igual a outra. E eu não disse em lado nenhum que o povo português foi feliz na época de Salazar; mas parece-me que há demasiada promiscuidade na nossa democracia.
20 de Janeiro de 2007 às 10:30
Eu depois de ver esse “pugrama” pensei
20 de Janeiro de 2007 às 15:42
CÁ ENTRE NÓS:O POVO ELEGE SEUS GOVERNANTES.SERÁ QUE A DEMOCRACIA É A ÚNICA CULPADA???
4 de Fevereiro de 2007 às 17:00
Incrível, Vasco Santana, ribeirinho e outros não estão nos cem primeiros, mas Hélio Pestana (quem é ?) está. Este povinho é mesmo demais …
4 de Fevereiro de 2007 às 17:01
Incrível, Vasco Santana, ribeirinho e outros não estão nos cem primeiros, mas Hélio Pestana (quem é ?) está. Este povinho é mesmo demais …
5 de Fevereiro de 2007 às 0:45
Bem, li alguns dos comentários deste grande tema. É em meu ver um programa que irá resultar no maior retrato do pensamento português actual. Resultado esse, que mudaria certamente se os tempos fossem outros. Se vivessemos numa prosperidade económica, Salazar não estaria nos 100 primeiros grandes portugueses. Contudo, e independentemente de eu não achar que seja o melhor português de sempre, Salazar foi importantíssimo para o nosso país e para a nossa economia. Quando a democracia voltou ao comando, era uma democracia RIQUíSSIMA…à conta de um político, que por estranho que pareça, ERA DIGNO e HONESTO. Verdade seja dita, também, que o povo português era um povo disciplinado, com maneiras e culturalmente instruído. “Lanço o alerta!”, não digo que sejamos um povo que esteja dependente do totalitarismo, mas a maioria do povo, principalmente os jovens, sente que o país está de facto de pântanas. Há necessidade de alguém que consiga ter punho forte para transformar uma sociedade que é mais anarca do que parece, alguém como Salazar.
26 de Março de 2007 às 20:56
Transferência de Resposta ao Deu Dó, para maior diálogo:
Com efeito Deu Dó
Mas o problema não está no Salazar ou no Cunhal, porque aí os votos têm dois sentidos. Os “cassetes” votaram na matriz. Os salazaristas receberam os votos dos simpatizantes e dos que nele votaram por despeito.
O mal está nestes democratas que nos têm governado ou desgovernado desde o 25 de Abril. O que temos depois da dita revolução ? Chorudas reformas para os políticos, a continuação da corrupção desmedida, a ineficiência querida da Justiça, o espizinhar de valores constitucionais fundamentais, nomeadamente na saúde. Podem estar na manga até execelentes reformas, mas o que temos visto é o fecho das maternidades, das urgências, dos SAP, da assistência aos mais idosos, o desenvolvimento da indústia abortadeira, o crescimento generalizado da insegurança, a violação e desinteresse pelo direito à vida, com os brandos costumes aos criminosos violentos, sempre envolvido na velha pecha dos direitos humanos, sem que estes sejam devidamente respeitados, a canga dos impostos para manter os privilégios da classe dominante e um Estado inoperante, o atentado à propriedade privada claramente inconstitucional levado ao absurdo de os inquilinos, depois de se cevarem nas rendas de miséria a que alguns senhorios foram sujeitos, por falta de obras, perdem as casas por valores miseráveis, assim sendo expoliados. Se a tudo isto juntarmos a falta de civismo manifesta no nosso povo, valores de cidadania que a educação escolar nunca conseguiu incutir e que, começam na agressão aos professores, transformam as escolas, de locais pioneiros na aprendizagem, em centros impunes de banditismo juvenil que se repete pela vida fora, temos uma pequena súmula da razão do voto num ditador conservador com uma mentalidade fisiocrática. O voto no Salazar foi para mim um voto contra os políticos, contra esta democracia egoísta e podre, tentando apelar aos velhos valores de moral conservadora, honestidade, poupança e amor ao País, em detrimento da incompetência dos políticos que nos colocaram na cauda da Europa, bem perto do 3º Mundo. Mas não se assuste porque a maioria não ligou nenhuma ao programa, que irá para o caixote de lixo da história, pois na verdade, não pode ser considerado como o maior dos grandes portuguêses aquele que renega a Ciência, oprime o pensamento e esmaga a liberdade inata ao Homem, quer venha sob a forma de Salazarismo ou Cunhalismo, apesar do 1º ter deixado so cofres cheios e o 2º não mais deixar que uma tenaz resistência, a mensagem da terra queimada e a imagem do seu amado Estaline, com 50 milhões de mortos às costas.