Dez 16 2006
PELOURINHO 2006 – FACTO DO ANO – REGIONAL
Os distintos membros da Academia viram-se na obrigação de fazer uma “declaração de interesses” antes de efectuar a votação nesta categoria.
Chegou-se à conclusão que havia interesses ocultos em cada uma das nomeações.
Ao fim de muitas horas de discussão – garantem-nos que foram muito acesas – a Academia votou, por maioria (o que é uma excepção, pois a tradição mandava que se votasse por unanimidade) e em urna fechada (outra quebra na tradicional metodologia do “braço levantado”) a atribuição dos seguintes galardões, que premeiam os factos do ano – regional:
Pelourinho de Ouro – Foi atribuído este Pelourinho, com fortes protestos de algumas comunidades de Leste radicadas no Alentejo, ao casamento cigano realizado em Beja, em local apropriado e com excelentes condições de saneamento básico e segurança. Qualquer outra localização para a boda gitana teria tirado todo o brilho que o evento trouxe à cidade que se diz capital de Distrito. Junto a um Hotel de 4 estrelas, recentemente inaugurado e que dispõe de um lago frontereiço, logo posto à disposição dos participantes na festa, a meia dúzia de metros do campus do Politécnico – numa jogada de marketing primorosa (sabe-se como os estudantes gostam de folia) e mesmo em frente ao Tanque Coberto – conhecido como piscina coberta – esta festividade multicultural trouxe a Beja muitos forasteiros, que deixaram no debilitado comércio local, largas centenas de euros, o que terá feito aumentar o PIB alentejano. Não se sabe se futuramente será aquele o local escolhido para outras iniciativas levadas a cabo pela comunidade cigana, mas sabe-se que há propostas no sentido de as mesmas se virem a realizar na Praça da República, local central e que trará muito mais visibilidade à velha Pax-Julia.
Pelourinho de Prata – Foi a atribuição mais pacífica, pois só se ouviu uma voz discordante, julga-se que de Ourique ou Alvito. A Academia decidiu atribuir este galardão – considerando-o Facto do Ano – Regional – à exemplar forma como a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral tem gerido os destinos do seu boletim semanal – mais conhecido como Diário do Alentejo – sendo considerada uma gestão-modelo, onde uma direcção interina se eterniza, seguramente pelas suas excepcionais qualidades no campo do jornalismo, dando mostras de uma inquestionável insenção política, coisa rara nos tempos que correm. Foi enaltecida a ligação do referido boletim às novas tecnologias, sendo hoje a página online do Diário do Alentejo dos sites mais visitados a nível regional (ouviu-se “e não só”), com actualizações permanentes, o que permite a um grande número de alentejanos ter um contacto “em tempo real” com o que se vai passando na sua terra natal.
Sabe-se que, nos próximos 3 anos, não haverá alteração a este modelo, pois tal como no futebol, em equipa vencedora não se mexe.
Pelourinho de Bronze – Unanimemente, com aplausos e aclamação, foi atribuído este galardão à rubrica radiofónica “Cães Danados” (Radio Pax – 101,4 FM), pela forma como subtilmente se vão dando umas mordidelas a quem põe a canela a jeito. Único espaço de humor numa cidade triste, os “Cães Danados” são danados para a brincadeira e só se espera que ninguém os venha a açaimar.
A Academia decidiu atribuir as seguintes Menções Honrosas:
– Ao jornal Correio Alentejo, pela lufada de ar que trouxe à imprensa regional
– Ao Notícias Alentejo, pelo caminho que vai trilhando, primeiro em edição electrónica e, mais recentemente, também em papel.
– Ao outdoor que alegrou as rotundas e mesas de café da cidade de Beja. A Radio Pax conseguiu atingir o objectivo: as pessoas começaram a falar da “tentação”.
16 de Dezembro de 2006 às 15:13
A Academia está de parabens!!
17 de Dezembro de 2006 às 14:28
Obviamente que este comment foi escrito antes de ler o post lá de cima…
18 de Dezembro de 2006 às 12:53
Os “Cães Danados” não aceitam prémios nem galardões porque acham que isso é desprestigiante para quem os promove. De qualquer modo, no programa desta quarta-feira, será conhecida a posição oficial dos “Cães danados” sobre esta matéria.