Out 15 2006

MOMENTO MARIA DE LOURDES VACONDEUS

Publicado por as 18:20 em Geral

O título também poderia ser Filipa Modesto.
Já perceberam. Este é um post culinário. Pasteleiro.
Um homem joga-se à cozinha e nunca se sabe o que de lá pode sair. A cozinha faz parte da habitação e é nela que se desenvolvem muitas teorias. Hoje tive o meu momento de introspecção ao andar de um lado para o outro naquela parte da casa. Mas depois, no fim, explico.
Vamos ao que interessa.
A receita é simples nos ingredientes e fácil na confecção.
Tomem lá o meu “Bolo de Laranja”:

Ingredientes:
2 chávenas (pequeno-almoço) de açúcar
2 chavenas idênticas de farinha
4 ovos inteiros
Sumo de 2 laranjas
Raspa de casca de 2 laranjas
Preparação:
Juntam-se os ingredientes todos e mexe-se muito bem. Unta-se a forma com margarina, polvilha-se com farinha e joga-se o preparado anterior. Leva-se ao forno a 180º (previamente aquecido) e coze durante 45 minutos.

Esta é a receita básica, aquela que vem nos livros. Dispensei a transcrição (e o uso) de 1 colher (sopa) de fermento pois a farinha é de 3ª geração e vem já com esse pó milagroso que faz aumentar o tamanho, blá, blá, blá (vocês percebem-me, não é?).
Juntei ao preparado uns pozinhos de canela e tive a feliz ideia de adicionar também aquelas graínhas que ficam agarradas ao espremedor de sumo e que, na hora da lavagem do electro, entopem o lava-loiças e depois temos que andar a tirar aquela porcaria, a jogar para o balde do lixo, e no trajecto pinga-se o chão, que vamos pisando, e fica tudo sujo.
O resultado está aqui:

bolo de laranja a moda do joao espinho.jpg

Garanto-vos que o aspecto fica aquém do sabor. Divinal!

Vamos agora à parte introspectiva.
Só me joguei à tarefa de fazer um bolo porque, depois de limpar toda a cozinha, achei o ambiente convidativo à prática culinária. À medida que ia juntando os ingredientes, e sujando a cozinha, pensava cá para mim na ordem das coisas. O que vem primeiro e o que vem depois. Foi quando adicionei a farinha, com a maquineta a misturar os outros ingedientes, que cheguei a esta conclusão: mais vale sujar uma cozinha suja do que ter que a limpar 2 vezes seguidas. Foi a farinha, que ao saltar e ao espalhar-se pelas redondezas, me fez estabelecer esta teoria.
Não sei como é que a coisa se passa convosco, mas comigo foi assim.
Salvou-me o resultado final.
E a cozinha voltou a ficar limpa.
Sirvam-me o chá, se faz favor!

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9 Resposta a “MOMENTO MARIA DE LOURDES VACONDEUS”

  1. charlie diz:

    És um Mestre da culinária….. ;D

  2. RCataluna diz:

    Boa!! Cozinhar faz muito bem, é muito terapêutico!

    Abraço e boa semana!

  3. re21 diz:

    Cum caraças é o único bolo que ainda não consegui fazer, foi seguir os procedimentos, vamos lá a a ver se dá resultados.

  4. re21 diz:

    Quer dizer “foi” é vou 😉 bolas!.

  5. sam diz:

    Cozinhar é uma arte. e então o bolo de laranja é especial. o problema é que, depois de fazer o sumo, não se pode deixar um caroço caír na massa. esperemos que o bolo chegue a todos.

  6. ajramos diz:

    Oh João… bem lembrei-me agora de uma palavra que os meus amigos aqui da capital mais gostam de ouvir quando eu lhes “recito” algo em Alentejano e por isso aqui vai… para ti e para os outros milhares a quem cresceu água na boca:

    “GARGANEIROS”

    ah ah ah… um abraço

  7. Miguel Pestana diz:

    Ja pensou por um pouco de vinho do porto?

  8. Isabela diz:

    Vou agora fazer a tua receita. Depois te digo se ficou bem.

  9. Isabela diz:

    Ora bem, o bolinho acabou de sair do forno. Cresceu, está lindo e delicioso. Como sei que está delicioso? Porque, numa forminha pequenina, deitei um nico de massa sobrante, e já papei a amostra. Está divinal. Obrigada pela receita. É disto que eu gosto nos homens: receitas fáceis, sem rococós, e que saem bem à primeira. Abraço.

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