Set 22 2006
CIDADE MORIBUNDA
(crónica publicada no Correio Alentejo de 22/9/2006)
“(…) Esta Praça, outrora da cidade, é agora um reflexo. De quem nela tomou assento para dali falar em nome daqueles e para aqueles a quem indica o percurso da partida.
Porém, os caminhos de regresso, aqueles que levem a uma nova Praça, a uma cidade ressuscitada, são possíveis.(…)”
A imagem que ilustra esta crónica mostra a Praça da República, em Beja.
Parece ser uma Praça qualquer, à noite, de madrugada adiantada, deserta, com uma iluminação híbrida – o moderno a subalternizar-se ao antigo – e um arvoredo sem sombras e sem uso. É uma imagem desfocada, eu sei. Mas ela representa, em pleno, o estado a que deixaram chegar uma cidade.
Numa noite de Agosto – era uma quinta-feira – pelas 9 da noite, os fantasmas que habitualmente, e em pleno sol, povoam e atravessam o local, deram lugar ao vazio, ao deserto sem oásis, a um sítio sem gente e sem alma.
Por ali poderiam andar, naquela noite de Verão, os arquitectos da morte e do abandono, de mão dada com os escribas da certidão de óbito de uma cidade. Porém, até esses se refugiam noutros locais, vizinhos, nas aldeias e vilas onde vão desembocar as ruas e estradas que, invariavelmente, levam os incautos e também alguns prevenidos a sair da cidade.
É verdade. As ruas da urbe convergem para os sinais que nos indicam a saída, que para uns é voluntária, para outros uma fatalidade.
A Praça – esta Praça – já não é da República, das res publica, já não é dos cidadãos, dos seus bejenses. Esta Praça é um ponto final.
Pessimista? Não!
Atente-se ao que foram as noites de Verão de uma cidade que se diz capital e que esperneia e protesta pela perda de centralidade. Onde deveria haver esplanadas e animação, onde se deveria assistir à arte dos espectáculos de rua, onde e quando tudo convidava a vir para a rua, a cidade trancou-se no ar condicionado dos lares, no conforto do zapping televisivo, na frescura dos terraços e espaços livres de outras urbes. A cidade fugiu, deixando para trás e ao abandono a Praça, as ruas e um centro mais deserto.
Nesta Praça, a da República, a quem lavaram a cara e poliram o solo, as ideias refugiam-se em cadernos de encargos, em orçamentos rectificativos, em finanças de propaganda, em articulações e verdades ocultas, em vigilâncias encobertas, em purificações estranhas e em deslumbramento de poderes assessorados.
É nesta Praça, a da República, que o governo da cidade nos esquarteja o futuro e que meticulosamente nos indica os caminhos da sinalização de trânsito. Que, constantemente, nos apontam a saída, a porta da rua. É ali que as ideias, também elas, fugiram para longe, substituídas agora pela palavra promessa, pelo jargão da gestão participada, pela astúcia da culpa alheia na obra que não aparece.
Desta Praça, em Beja, transpiram odores de incapacidade em olhar, ver e compreender o que reserva a todos aqueles que perderem o lugar numa carruagem do comboio do futuro, este também em fuga para outras estações, transformando a sua cegueira e intolerância num apeadeiro sem pessoas, sem obras, sem vida.
Esta Praça, outrora da cidade, é agora um reflexo. De quem nela tomou assento para dali falar em nome daqueles e para aqueles a quem indica o percurso da partida.
Porém, os caminhos de regresso, aqueles que levem a uma nova Praça, a uma cidade ressuscitada, são possíveis. Para tal é preciso que se unam aqueles que lutam contra uma Beja moribunda, para isso é necessário fazer desaparecer as fronteiras dos bairros onde estão refugiados os que desejam inverter este caminho para o abandono.
E porque há quem ache que as metáforas levam à indefinição, e porque gosto de escrever claro, direi tão só que essa conjugação de forças e esforços é possível.
Haja vontade política de quem hoje faz oposição aos desgovernos deste burgo e encontraremos um novo rumo para a cidade e para a região.
Amanhã poderá ser tarde e também nós seremos culpados pelo êxodo. Todos nós seremos culpados.
João Espinho
Beja, 22 de Setembro de 2006
22 de Setembro de 2006 às 10:35
A praça da republica, bem como muitas outras intervenções feitas cidade são uma demonstração cabal da parolice desta gente. Beja é um caso único de desleixo, incompetência e comodismo.
22 de Setembro de 2006 às 14:35
Boa tarde,
E pelo o que vou vendo no resto do país, Beja não será exemplar único !
Dá ideia que alguns se esquecem das pessoas. E sem pessoas para que serve ter tudo muito arrumadinho e limpinho ?
Cumprimentos
22 de Setembro de 2006 às 14:39
A tua crónica só não faz chorar as pedras da calçada portuguesa porque dela nada resta. Como a viuva que nem uma campa tem para carpir a suadade daquilo que o tempo lhe levou. Fui sempre contra a destruição das memórias, e a praça da república era a memória duma época. Uma obra de grande qualidade, substituida pelo nada, que é o muitas vezes o sinónimo do vazio. Devo confessar que no dia em que vi o martelo pneumático a partir furiosamente a base de suporte e elevação do pelourinho que entendi não poder vir nada de bom desta obra. Infelizmente não serve de nada ter razão antes de tempo. Como costumo dizer nestes casos, é preferivel nunca ter razão e passar pelas ruas apontado por casmurro….
22 de Setembro de 2006 às 19:23
Independentemente da intervenção do POLIS (cuja responsabilidade não é exclusiva da CM Beja, é bom não esquecer) na Praça da República (que não defendo mas que até sou de opinião que não foi das piores … veja-se a Av. Miguel Fernandes e a Rua António Sardinha essas sim autênticas aberrações urbanísticas)o que falta essencialmente são ideias e iniciativas para dinamizar aquele espaço como acontece noutras cidades. Goste-se ou não do espaço tal como está (não difere muito do que terá sido a Praça da República à anos atrás como se pode ver por fotografias antigas da mesma!) o certo é que, ao contrário da anterior “compartimentação” do espaço em três partes, assim tornaria mais viável a instalação de esplanadas, o convívio entre as pessoas, a realização de espetáculos de rua, etc. etc.
Há alguns anos, enquanto estudante da Universidade de Évora, bem me recordo da enorme polémica da transformação da Praça do Giraldo tal como se encontra actualmente e, principalmente, do corte do trênsito num dos lados através da ligação do tabuleiro central da Praça às arcadas. Hoje, como é sabido, esse espaço é ocupado por várias esplanadas (algumas cuja qualidade do serviço deixa muito a desejar, mas isso é outra estória!) praticamente durante todo o ano e é palco de diversas iniciativas na grande maioria organizadas ou apoiadas pela respectiva Câmara Municipal (quer a actual quer a anterior!). E isto não é entrar em bairrismos pronvincianos do tipo “Évora melhor que Beja” …não vou por aí … (até nem acho tal, são realidades diferentes e ambas com bastante potencial para oferecer uma vida com qualidade; pena que esse potencial em AMBAS as cidades não seja devidamente aproveitado e se vá atrás de modas …) o que se passa em Beja é que as chamadas forças vivas da cidade nem são forças nem vivas nem conseguem por o interesse público para além dos respectivos umbigos.
Quanto ao facto de Beja ser um caso único de desleixo, incompetência e comodismo, infelizmente não é verdade; bem estariamos como País se assim fosse!
22 de Setembro de 2006 às 20:12
@ Alentejano.
Quando cheguei a Portugal no dobrar da década de 60 para a de setenta, havia na Praça da República em Beja, nada menos que três esplanadas, e a compartimentação em tres espaços nunca foi impedimento para espectáculos e quejandos.
Podem invocar-se realmente muitas razões pelas quais os centros históricos estão moribundos em muitas cidades antigas. Mas não queria ir por aí. Quero apenas referirme ao leitmotif das intervenções urbanas: “A requalificação”.
No caso concreto, e que eu melhor conheço o programa de reabilitação foi em grande parte, exactamente o contrário. Não requalificou coisa alguma, antes pelo contrário: em muitos casos desqualificou, reduziu pelo demorado da obra, os afluxos de pessoas que naturalmente criaram novos hábitos criando outras centralidades. E o que ficou da Praça?
Nada! Um largo qualquer, vulgaríssimo e sem graça não fora o imperdoável da péssima qualidade na execução do piso o que revela não ter havido a mínima competência no estudo do declive e qualidade do solo e elaboração do projecto adequado. O anacronísmo das peças de iluminação pública é a cereja sobre o bolo. Não esses de comer, mas antes os que nas comédias servem para enfeitar as caras e fazer rir de tanto chorar ou chorar de tanto rir… 🙁
22 de Setembro de 2006 às 21:33
De facto e complementando tudo o que atrás foi dito, Beja, mais do que mergulhada numa crise cíclica, está colocada num atoleiro de problemas estruturais, em que os principais responsáveis olham para o lado como se nada se passasse. Desde os deputados eleitos, de que Pita Ameixa é o expoente máximo, até aos responsáveis autárquicos, perdem o seu tempo em polémicas de salão para nos distrairem, e não avançam com uma única solução digna desse nome. Como exemplo, será que os nossos deputados do PS já se informaram se o Intercidades continua ou não a partir de cá? E quanto à câmara municipal, quais os projectos, se é que os tem, para revitalização da zona histórica?
22 de Setembro de 2006 às 22:22
As obras municipais, com direito a fotografia, estão patentes no n.º de Setembro do Boletim Municipal, meras obras de reparação e manutenção de espaços públicos da obrigação de qualquer Câmara Municipal (Beja ou outra!). Obras estruturantes? Revitalização da zona histórica? Qu
22 de Setembro de 2006 às 22:38
Em tempo:
“Fui sempre contra a destruição das memórias, e a praça da república era a memória duma época. Uma obra de grande qualidade” (?) Não posso estar mais de acordo mas o que são memórias? talvez os valiosos vestígios romanos que se perderam para sempre debaixo do parque de estacionamento da av. miguel fernandes, o castelo que se encontra em estado de quase completo abandono, certos troços da muralha da cidade que podiam e deviam ser devidamente valorizados e iluminados, o conjunto habitacional em redor da praça, largo de santa maria e por aí… quanto ao tabuleiro da praça e aos edifícios da mesma excepto o que tem as colunas romanas e a “loggia” no topo junto à Câmara não me parece que tenham grande valor histórico. A Câmara, as Finanças, o Centro de Emprego?! É uma opinião claro …
23 de Setembro de 2006 às 20:56
@ Alentejano Atento.
A calçada portuguesa é uma arte complexa e à qual só se dá o devido valor quando é necessário remover as pedras para alguma intervenção sob o chão. Normalmente, ao recolocarem-se as pedras, nunca mais a calçada fica em condições. Isso de por pedras no chão é muito mais do que parece. Há todo um conhecimento complexo, desde o efeito estético da trama, até ao ângulo em que as pedras são postas e o seu tamanho, e ainda o mais importante: conseguir o efeito duradouro duma superficie uniforme e plana sem altos e baixos. Tanto que assim é, que a praça teve a cobertura em calçada durante dezenas de anos sem manutenção alguma. Nada do que se pode observar no rectangulo actual todo ele a descambar para a rua da cadeia velha, com as placas partidas e desalinhadas. Para terminar direi que os maiores artistas Portugueses estão completar um trabalho extraordinário em Barcelona, onde a calçada Portuguesa está a substituir, pela sua superior qualidade artistica, as lages com que os passeios estavam anteriormente cobertos. Andamos mesmo em contra-ciclo com o resto do mundo….
24 de Setembro de 2006 às 0:45
Recordo-me ainda da minha cidade. Lembro-me da nossa Meia-Laranja, confluência das novidades, das notícias, e dos “mexericos”. Ainda me “vem à lembrança” a praça da República, tal como era em tempos, cheia de vida, com o movimento próprio que era exigido, sem proibições (nós, bejenses detinhamos
24 de Setembro de 2006 às 13:35
A quem alguma vez disser bem do que foi feito,devia ser dado um prémio.
Noto que só se diz mal, o que é estranho,não teria nunca sido feito algo que agradasse a alguem ?
Ou será que aqui é mais para se fazer politica do PSD.
Estou de acordo com muita coisa que foi feita e que não é do meu agrado,mas temos que compreender que se tem que mudar algumas e até reclamar, mas tudo !!!!
Nós também vamos sendo mais velhos e mudamos.
J.Espinho, tenta pensar o que eras há uns 40 e tal anos,estarás igual e perfeitinho ?
24 de Setembro de 2006 às 15:52
Ventura,
Dizer bem do que foi feito neste blog? Deixe-me rir! É por isso que cada vez mais tenho saudades das crónicas da malograda arquitecta Maria João George. É que, sem deixar de criticar algumas intervenções menos conseguidas, sempre apontava caminhos para que as coisas resultassem melhor sem colocar em causa as próprias obras. Aqui é o “bota-abaixo” puro e simples.
Agora imagine que isto acontecia em Beja http://semanal.expresso.clix.pt/1caderno/pais.asp?edition=1769&articleid=ES232868 . Caía o Carmo e a Trindade. Mas não, foi numa Câmara PSD, por isso estão calados, surpreendentemente silenciosos!
24 de Setembro de 2006 às 16:31
A “discussão” já descambou em politiquice e ataque pessoal! É pena …
Já agora:
Recordo-me ainda do cheiro naseabundo proveniente do antigo Matadouro que empestava toda a cidade … porque acabaram com isso? … dava um ar mais rústico, um não sei quê de ruralidade … DAH
Haja paciência!
24 de Setembro de 2006 às 16:41
@anónimo das 3:52 – se lesse o que escrevi perceberia o que ali está implícito. Você detem-se em obras, eu vou muito mais além. A Praça não é só um espaço físico. Leia, se quiser. Se não quiser, esteja à vontade no “bota-abaixo” desta Praça.
24 de Setembro de 2006 às 16:46
@anónimo das 4:31 – o ataque pessoal é a arma de quem não tem argumentos. Por enquanto ainda não vi explícitos, nesta discussão, esses ataques. Mas vejo-os implícitos.
24 de Setembro de 2006 às 16:52
É pena que não se tenha dado atenção ao que se escreve neste artigo do João Espinho.
“Haja vontade política de quem hoje faz oposição aos desgovernos deste burgo e encontraremos um novo rumo para a cidade e para a região.”
Está ou não está aqui um repto ao PS e ao PSD (do próprio J. Espinho)?
Mas os comentaristas (ou comentadores) estão mais preocupados com o assunto mais à mão, com aquilo que é fácil: as obras.
Discutam políticas e formas de fazer de Beja uma cidade, porque as obras, bem ou mal feitas, já ninguém as pode alterar.
24 de Setembro de 2006 às 16:56
Nikonman
É isso mesmo, venha a aliança, venha o bloco central e já agora tragam a EPUL mais os 15 administradores vitalícios e isso é que vai ser fazer obra! E não se esqueça dos salvadores do “Compromisso Portugal”, pois eles ficarão desapontados se não forem incluídos na sua lista. Já agora, o convite também se estende ao Alberto Matos?
24 de Setembro de 2006 às 17:21
@carlos m. – vai muito para além dessas forças. As vozes anónimas, e que não estão nos partidos, têm que ter visibilidade. E se os partidos não foram capazes de se entender, então que sejam os cidadãos. Porque a política não pode ficar confinada aos directórios partidários, que têm interesses nem sempre coincidentes com os daqueles que dizem representar.
24 de Setembro de 2006 às 21:57
O disparate e as asneiras são transversais a todo o espectro politico. Mas uma coisa mal feita pelo nosso partido não justifica o calar e o consentir tacitamente.
Aliás é de bom que se tenha em conta, que um autarca não merece louvor pelo bem feito. Apenas cumpriu o seu dever. Não sei se me expliquei devidamente: Autarca que fez obra, merece tanto respeito dos seus concidadãos, como ele deve aos que com o seu dinheiro pago em impostos possibilataram os feitos conseguidos. Um autarca não governa uma quinta dele ou do Partido. É antes um cidadão que representa um colectivo de vontades.
Em Beja, e em particular, em muitos aspectos do programa Polis, a Edilidade não cumpriu as vontades e tem de haver coragem para pôr este sentimento generalizado no sitio certo.
Na barra da contestação.
A Praça está uma vergonha, o parque da Avenida, um insulto, e a o jardim do bacalhau uma tristeza. Outras obras merecem da minha parte (e de outros) opinião mais favorável, sem que as considere no entanto excelentes.
Alguém discorda?
24 de Setembro de 2006 às 21:59
O disparate e as asneiras são transversais a todo o espectro politico. Mas uma coisa mal feita pelo nosso partido não justifica o calar e o consentir tacitamente.
Aliás é de bom que se tenha em conta, que um autarca não merece louvor pelo bem feito. Apenas cumpriu o seu dever. Não sei se me expliquei devidamente: Autarca que fez obra, merece tanto respeito dos seus concidadãos, como ele deve aos que com o seu dinheiro pago em impostos possibilataram os feitos conseguidos. Um autarca não governa uma quinta dele ou do Partido. É antes um cidadão que representa um colectivo de vontades.
Em Beja, e em particular, em muitos aspectos do programa Polis, a Edilidade não cumpriu as vontades e tem de haver coragem para pôr este sentimento generalizado no sitio certo.
Na barra da contestação.
A Praça está uma vergonha, o parque da Avenida, um insulto, e a o jardim do bacalhau uma tristeza. Outras obras merecem da minha parte (e de outros) opinião mais favorável, sem que as considere no entanto excelentes.
Alguém discorda?
24 de Setembro de 2006 às 22:05
Charlie,
Quanto ao Jardim de Bacalhau estamos de acordo, agora quanto à Praça da República, o problma será da praça ou dos hipermercados que foram sucessivamente matando o comércio tradicional e como tal afastando a frequência de pessoas do centro. Este é um problema que infelizmente se verifica em muitas cidades do nosso país e que não se verifica no estrangeiro.
25 de Setembro de 2006 às 15:14
Convenhamos que a praça está para a vetusta envolvencia como o bungee jumping está para um lar de terceira idade…
Cada idade tem o seu encanto, e o largo em que transformaram a praça, ficaria bem numa zona nova da cidade, mas nunca no meio do centro histórico. A diferença entre antiguidade e velharia é que enquanto o tempo dá valor a uma, tira todo o valor à outra. Tirou-se a dignidade a uma velha senhora mascarando-a com baton e rouge barato. Ficou com o aspecto deprimente duma velha prostituta, que só mesmo a ela se consegue convencer. Transformou-se a dignidade dum espaço, num espaço sem dignidade.
Eu não gosto desta Praça! Com um piso descaracterizado, onde as casas à volta estão a cair, é tudo mau demais. E depois a cereja sobre o bolo, é que Beja se tranformou na cidade da proibição…Proibido passar, proibido estacionar, zona só de moradores, (como se os moradores de manhã não levassem os seus carros para o sitio onde trabalham ocupando o espaço de moradores desses sitios.)
O que está mal nisto tudo?
A minha resposta é: ” A forma de estar, a prepotência, a sensação que nos dão quando falam connosco, que somos uns seres sem direito a opinão, destituidos de sentido critico e estético.”
Quando foi a mudança do transito, todas as reuniões só serviram para nos por perante factos consumados. No Polis o mesmo muito obrigado!
É isto que tem de ser mudado. Não lhes reconheço qualquer superioridade intelectual, nem admito que me tomem por imbecil, embora esteja na pratica reduzido a isso mesmo e tenha de comer o pão que o Diabo continua a amassar.
25 de Setembro de 2006 às 22:13
Para que conste o POLIS envolvia intervenções de diferentes naturezas em 40 cidades. Destas, apenas Angra do Heroísmo, Beja, Bragança, Matosinhos, Porto Valongo e Vila do Conde têm os trabalhos concluídos. Neste momento, quando estaríamos a 100 dias do final do prazo estipulado (entretanto foi prorrogado pelo governo) apenas 57% das obras se encontram concluídas. Podem criticar muitas coisas, mas neste domínio Beja foi exemplar…e sem derrapagens!
25 de Setembro de 2006 às 22:52
J.Espinho,
O que escrevi de forma alguma é para atingir a tua praça e muito menos a tua pessoa,porque iria dar no mesmo.
Cada pessoa deve escrever aqui as ideias que tem ou que sente,desde que respeite as ideias dos outros e foi o que eu fiz.
Apenas penso que devia nao ser tanto com cheiro a PSD.
Esta tua Praça ou Blogue,precisa ter vida ,não a quero como a que tem o tapete novo e pior sem gosto.
Quanto á tua praça gosto que se mantenha porque fáz falta espaços como este,para as pessoas dizerem de sua justiça.
Um abraço
26 de Setembro de 2006 às 1:24
@coerente – você só vê o que lhe interessa. Quase todas as obras do POLIS vão sofrer novas intervenções. Quem as paga? Deveriam ser aqueles que nunca quiseram ouvir as sugestões e críticas ao que se estava a fazer a cidade.
Agora é o Jardim do Bacalhau, depois a Rua António sardinha, a Praça da República é um vai-vem de ideias, etc…
Cumprimos os prazos, mas agora lá vamos ter que rectificar o que esté mal. Enfim!
26 de Setembro de 2006 às 9:28
Bom dia a todos,
Intervenho mais uma vez para tentar dar de novo o meu contributo para este aliciante debate. Quanto a mim, depois de se cometer um erro ou muitos erros, como foi o caso da Polis, mais do que os tentar remendar voltando atrás, é necessário dar um salto em frente ainda maior. Ou seja, mais do que fazer obras na Praça da República, na rua António Sardinha ou no Jardim do Bacalhau, que quanto a mim são os exemplos mais gritantes, pela simples razão de que as despejaram da vivência humana de que eram apanágio; há que investir na componente sócio-económica que as rodeia. Se não forem criados polos de atracção e dinamizadores que atraiam as pessoas para aí, de pouco serve gastar mais dinheiro, o qual talvez seja melhor aplicado noutros locais. Temos o exemplo já aqui referido até à exaustão do castelo. Por falar no castelo, gostaria de referir aqui o grande investimento no edifício em frente da Sé, em que em vez de um hotel ou um restaurante para turistas, se está a construir um centro de dia para idosos. Acho muito bem que se invista na terceira idade que bem merece, agora ali naquela localização e num edificio como aquele é que não passa pela cabeça de niguém, penso eu de que…
7 de Abril de 2007 às 19:21
Praça da Pax Julia….