Ago 23 2006
INTERCALAR OU CALAR!
O PS sabe que eleições intercalares em Setúbal não significam uma vitória socialista. Aliás. Sabe que essas mesmas eleições poderão entregar ao PSD mais uma presidência de câmara. E isso o PS não quer. Prefere legitimar o “arranjinho” cozinhado na Soeiro Pereira Gomes.
Depois, em 2009, logo se vê.
Ou talvez não
(Actualização: “O vereador do PSD da Câmara de Setúbal, Fernando Negrão, entende que a sucessora do presidente Carlos de Sousa na autarquia não tem
23 de Agosto de 2006 às 19:20
O PS tem medo de eleições intercalares, porque com candidatos como o Catarino Costa, sabe que nas eleições passadas tornou-se a 3º força politica no concelho, e e tem medo que na confusao instalada no eleitorado, se possa dar a vitória ao PSD. A opção então mais cómoda para o PS é assistir há transição dentro do PCP, e esperar que até ás proximas autárquicas arranje melhor canditado que o Catarino.
Puro e simples comodismo…
23 de Agosto de 2006 às 19:21
O PS tem medo de eleições intercalares, porque com candidatos como o Catarino Costa, sabe que nas eleições passadas tornou-se a 3º força politica no concelho, e e tem medo que na confusao instalada no eleitorado, se possa dar a vitória ao PSD. A opção então mais cómoda para o PS é assistir há transição dentro do PCP, e esperar que até ás proximas autárquicas arranje melhor canditado que o Catarino.
Puro e simples comodismo…
23 de Agosto de 2006 às 19:22
Fernando Negrão?… Espera aí! Foi o mesmo que se insurgiu publicamente a dizer que o Santana Lopes não tinha “legitimidade política” para substituir Durão Barroso?…
Ou terá sido um entre todos (ou quase todos) do PSD que entendia ser politicamente legítimo que um partido vencedor de umas eleições possa substituir os titulares dos órgãos eleitos?
Afinal, vota-se em partidos e não em pessoas…
Ou isso não serve para a CMSetúbal em concreto?
23 de Agosto de 2006 às 19:29
@che – titulares de que órgãos eleitos? do governo, não, pois não? porque a malta elege deputados para a AR. Mas nas autárquicas estamos a votar para os titulares dos órgãos, certo?
23 de Agosto de 2006 às 20:11
É curioso :
– a certeza que o PSD ganahria as eleições;
– virar já baterias para o PS
….quando o essencial é denunciar e desmascarar o PC e os seus telhados de vidro.
Cumprimentos
23 de Agosto de 2006 às 20:21
@antónio p. – desmascarar o PC? Em que plano? Não está já tudo dito e escrito? Ou vamos aguardar 1 ou 2 anos até que a futura presidente lance as suas redes e garanta clientelas que perpetuarão o PC na CMS? O PS, a meu ver, está a agir com as cautelas naturais de não ter um candidato credível. Só isso.
23 de Agosto de 2006 às 20:22
@nikonman
Nas eleições legislativas e nas autarquicas votamos em listas partidárias (fechadas) de candidatos, efectivos e suplentes.
E não é pela substituição de um autarca eleito ou de um deputado (que acontecem às dezenas em cada mandato autárquico e parlamentar, pelos mais diversos motivos que a lei reconhece) que se repetem as eleições para um município ou para um círculo eleitoral. (apesar da lei prever repetição e intercalares das eleições para os órgãos das autarquias por motivos que não a mera substituição do presidente em exercício).
23 de Agosto de 2006 às 20:47
@nikonman (cont.)
“O vereador social-democrata da Câmara de Setúbal lembra que as
23 de Agosto de 2006 às 22:03
Che
Tens apenas meia razão porque em Ourique quando o deputado alentejano eleito pelo círculo eleitoral do Porto partiu para o Parlamento e foi substituído na Presidência da Câmara o PSD foi logo a correr marcar eleições antecipadas. Não foi assim? Ou isto será ficção?
23 de Agosto de 2006 às 22:56
@coerente,
Tudo o que diz respeito a esse senhor, quando não é ficção, melhor seria que o fosse…
E pelo que já é público, se o PSD correu a marcar eleições, foi na compreensível esperança de mudar o elenco autárquico e salvar o que ainda havia a salvar em Ourique…
Mas esse ou outros casos não me dão nem tiram razão. O que interessa é a legalidade dos procedimentos. Pois como sabemos, a “legitimidade política” resulta de avaliação política, e, como tal, decorre e justifica-se pela correlação de forças existente. Ou seja, é tomada como argumento político pela oposição, que sentencia a “ilegitimidade” política, moral, etc., e como “complemento” retórico pelo partido no poder, que considera as suas decisões legitimadas “de iuris”.
23 de Agosto de 2006 às 22:59
@coerente – só por má fé pode comparar as duas situações. Sem querer defender a situação de Ourique – toda a gente sabe o que penso – o que está em causa em Setúbal é a forma como se afasta um autarca. Foi Carlos de Sousa que pediu para sair? Não, não foi. Sai por pressão partidária: Carlos de Sousa disse-se surpreendido e “apanhado de surpresa”pela decisão do PCP de pedir-lhe que se demitisse”. É o vice-presidente que assume o cargo? Não, não é! Para além disso, não se esqueça do exemplo de Lisboa. Não, não é o do Santana/Carmona/Santana/Carmona. Lembra-se como é que João Soares chegou a presidente?
23 de Agosto de 2006 às 23:08
Já agora, se tiverem interesse, leiam o que escreve um ex-militante do PCP, sob o título: “Os estalinezinhos do Sado“.
24 de Agosto de 2006 às 0:20
@ Nikonaman,
Para sua informação quem de facto assumiu a Presidência foi a vice presidente ( Maria das Dores Meira) o que não significa que tenha que ser o n.º 2 da lista (que era do PEV).
Olhe que nem tudo parece assim tão simples senão veja:
– Carlos Sousa podia não ter pedido a demissão e continuado como eleito independente (nenhum partido tem a faculdade de demitir um eleito – veja os exemplos de Felgueiras, Oeiras ou Redondo);
– Porque razão Carlos Sousa já se tinha despedido dos colaboradores antes de ir de férias?
– Repare que esta situação coincide com a sua passagem à situação de aposentado (ver notícia em http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=212144&idCanal=90 ).
Se calhar trata-se de uma situação que já estava a ser preparada com vista ao lançamento de um candidato para as próximas eleições, como se faz em tantos lados.
24 de Agosto de 2006 às 0:43
Li os “Estalinezinhos do Sado” e ainda bem. Confirma-se mais uma vez os tiques de pobre “maniqueísmo” de muitos ex-PC: diabolização do PCP e endeusamento de tudo o que contra o PC se mova (descontando a caricatura).
Muitos ex-PC tornaram-se à sua maneira tanto ou mais “sectários” do que a ortodoxia que condenam.
Acho tremendo “desculpar” ou “escamotear” práticas alegadamente ilegais e verdadeiramente injustas face a todo o quadro de funcionários de uma Câmara municipal, só pelo facto do seu autor ser um comunista crítico ou “renovador”. E daqui passa-se para o PCP como o “mau” da fita, como se tudo tivesse sido engendrado por ele para agora poder exercer a “purga”.
Não é preciso ser ex-PCP, como eu sou, para conhecer os ajustes de contas que o aparelho comunista muitas vezes leva a efeito para punir os que, no interior e no exterior do partido, levantam vozes críticas. Mas parece que ser ex-PCP não abona muito em favor de uma análise honesta da situação em causa.
24 de Agosto de 2006 às 1:10
E já que estamos neste barco, onde cabe a “legitimidade”, há uma coisa que me faz uma grande confusão:
– Que raio de legitimidade tem certos críticos do PCP em apregoarem-se vítimas de perseguição ou de marginalização partidárias quando, apesar de continuarem a ser críticos, são candidatos do PCP a diferentes eleições ou nomeados pelo PCP para empresas, associações, ou cargos institucionais e de confiança política??!!
– que raio de perversa condição essa de ser constantemente crítico ou renovador, em termos muitas vezes insustentáveis, e depois ter a grandessíssima lata de aceitar ser candidato ou nomeado por esse mesmo partido e colher os benefícios que daí advêm?
– É por isso que há uma grande diferença entre alguns ex-PCP e outros “ainda” PCP que comeram ou ainda comem da “mama” do partido, mesmo que passem a vida a criticá-lo, e os ex-PCP e outros “ainda” PCP que “nada devem” ao PCP e que nunca aceitariam “ganhar a vida” ou “tachos” vindos de um partido com o qual se têm divergências tão profundas.
24 de Agosto de 2006 às 10:06
Ouvi já esta manhã declarações de Jerónimo de Sousa, atabalhoadas e hesitantes, sem nenhuma referência às conclusões do IGAT e embrulhadas em juízos de valor vagos sobre a competência e incompetência de Carlos de Sousa. É a desastrosa “fuga prá frente”.
De qualquer modo, esta decisão das estruturas locais/regionais do PCP abre um precedente muito importante e que deverá ser critério em situações similares, ou seja: em todas as câmaras presididas pelo PC e onde surjam casos em que se “arranjam” uns processos disciplinares para arranjar, por sua vez, umas aposentações compulsivas. Algumas talvez arranjadas “à pressão” para evitar males maiores…
Que o PCP seja coerente e utilize o mesmo “peso e medida”.
24 de Agosto de 2006 às 10:11
@che – “Algumas talvez arranjadas “à pressão” para evitar males maiores…”
Importas-te de retirar o “talvez”?
24 de Agosto de 2006 às 10:23
@nikonman,
É esse “talvez” que precisa de ser apurado e investigado sempre que se justificar.
24 de Agosto de 2006 às 12:28
O que é que o leva a pensar que a CDU não ganharia de novo?
Penso que o Dr. Fernando Negrão atingiu o máximo onde o PSD pode chegar.
24 de Agosto de 2006 às 17:10
Che,
O meu texto, “Estalinezinhos do Sado”, não é a diabilização do PCP e a desculpa de tudo o que fazem aqueles que possam ser vistos como “críticos” ou “renovadores”. Aliás, parece claro para todos que a questão da IGAT até nem foi invocado pelo PCP. O que eu dizia no meu texto é que esse assunto poderia, eventualmente, ser usado como desculpa pela direcção do PCP para o saneamento de Carlos Sousa. Porque o que está em causa, não tenhamos dúvidas, é a falta de confiança política da direcção sadina do PCP perante um quadro que nunca embarcou no sectarismo ortodoxo num concelho e num distrito onde isso impera.
Quanto a desculpar a alegada ilegalidade cometida por Carlos Sousa, isso também não é verdade. Se há leis elas têm de ser cumpridas, mesmo que sejam injustas. Pode é lutar-se por mudá-las em sede própria. Agora, o que eu não tenho problemas em afirmar é que compreendo o conluio que possa ter existido na aposentação dos funcionários.
24 de Agosto de 2006 às 17:56
Inteiramente de acordo com o JCGomes.
24 de Agosto de 2006 às 19:54
@José Carlos Gomes,
Por princípio, e até demonstração cabal em contrário, não compreendo o conluio que possa ter existido na aposentação dos funcionários.
Mas certamente que surgirão explicações esclarecedoras…