Ago 02 2006
A MORTE DE FIDEL DE CASTRO
foto: titoville.com
Será preparada, encenada, como é costume quando morre um ditador.
Depois de assegurada a “democrática” transmissão de poderes – é uma oligarquia – a morte será anunciada através de um boletim médico. As exéquias fúnebres, preparadas com a devida antecedência, serão a manifestação de pesar de um povo oprimido: grandiosas, extensas e cheias de pompa.
Em Cuba a ditadura não cairá com a morte do ditador. A ilha é o paraíso dos democráticos ocidentais. E o ex-libris do internacionalismo proletário. Convém preservar. Até nova Revolução.
A morte de Fidel de Castro ainda não foi noticiada. Mas é uma morte anunciada.
2 de Agosto de 2006 às 15:07
Um “post” sinistro mas carregado de realismo.
2 de Agosto de 2006 às 17:32
E o fim de Cuba como a conhecemos, também…
Morre um ditador, nascerá outra ditadura, perdão uma democracia…
2 de Agosto de 2006 às 17:46
Mas é a mesma ilha onde está Guantanamo.
2 de Agosto de 2006 às 17:54
Porque será que alguns, a começar pelos EUA, desejam tanto a morte de Fidel de Castro? Será pela “democracia” que pretendem instalar em Cuba, como têm feito muito “democraticamente” noutros países? Ou será porque não conseguem suportar o fracasso de não terem conseguido dominar a Ilha, como por tantas formas (sempre “democráticas”) e vezes tentaram sem sucesso?
São os povos que devem escolher os seus próprios destinos (sistemas/regimes).Nunca deveriam ser os “donos do mundo” d decidir os destinos dos povos que não o seu. Certo?
2 de Agosto de 2006 às 18:06
@Nikonman,
Não acha que se está a precipitar? Eu bem sei que qualquer dia o Homem morrerá. É a lei da vida. Mas dê tempo ao tempo. Eu sei que preferia a democracia do tempo de Fulgêncio Baptista, ou as modernas democracias do Iraque e Afeganistão, mas espere um pouco mais.
Ps. Fique a saber que muitos dos que a Casa Branca chama de ditadores foram eleitos democraticamente pelo povo e muitas vezes referendados sob supervisão internacional (casos da Bolívia e Venezuela, para já não falar no caso do metalúrgico Lula que, entretanto, parece já não ser considerado um inimigo do liberalismo económico. Pois apesar de continuar a contar com o apoio do Movimento dos Sem Terra (aqueles “selvagens” que ocupam grandes fazendas), até já é convidado para a cimeira de Davos.
2 de Agosto de 2006 às 18:14
@lg – não desejo a morte de ninguém e espero que Fidel de Castro tenha uma longa vida. Certamente que o povo cubano também desejará que Fidel se mantenha vivo. É uma questão de sobrevivência do regime e uma garantia de Cuba continuar a ser um país em paz. É assim que está escrito na História, é assim que se vai cumprir. Também em Portugal o povo ia a Aljustrel levar borregos ao Marcelo. Apesar do fascismo. Foi necessária a revolução para o povo saber que anadava a oferecer borregos a fascistas. A alienação de um povo é a garantia de continuidade de uma ditadura. Certo?
2 de Agosto de 2006 às 18:41
@ Nikonman,
Não sabia que o povo ia a Aljustrel levar borregos ao Marcelo. Diga lá quando é que isso foi? Lembro-me de algumas pessoas serem transportadas para um almoço com o Marcelo mas ali para os lados de Ferreira. Agora borregos, como é que o povo os iria levar se não os tinha para comer! Mas de qualquer forma como na altura tinha menos de 10 anos pode ser que esteja equivocado!
2 de Agosto de 2006 às 19:05
@aldeão – relatei tal e qual como me foi relatado. Tenho pena de não poder adiantar mais, pois já não está entre os vivos quem me contou e que, antes de 25A, era rotulado “do contra” e impedido de depositar uma folha de oliveira nas urnas. Foi quem me ensinou os valores da Democracia e da Liberdade.
3 de Agosto de 2006 às 2:19
Aleluja….
10 de Agosto de 2006 às 20:04
A quando das últimas noticias sobre o estado de saúde Del Comandante Fidel Castro, muitas das vozes anti-cubanas (leia-se capitalistas e neo-liberais) se levantaram para mais uma vez, tal qual videntes, preverem a morte do que para eles é um ditador cruel e consequentemente do regime que lidera.
Temos pena meus amigos, podem recolher os salgadinhos, os couverts, os papelinhos, os balões, as serpentinas e até o fogo de artificio….Fidel está para durar, por muito que isso vos custe!
Poderia acabar por aqui este meu texto mas para aqueles que andam menos informados, ou que não procuram a informação aqui vão alguns factos:
– Antes da revolução cubana, o analfabetismo atingia a esmagadora maioria da população. Hoje, nas faculdades de medicina cubanas estudam milhares de alunos do Terceiro Mundo, além dos 20 mil cubanos. Tudo isto sem gastarem um único centavo. O povo cubano é um povo culto e participativo Discute e intervém na vida política e social.
– Antes da revolução, a estimativa de vida em Cuba ao nascer, era de 59,6 anos e nos países desenvolvidos cerca de 66,1 anos. Actualmente, os nascidos em Cuba têm uma esperança de vida de 77. Há países em África, onde actualmente a esperança de vida ao nascer atinge apenas os 38 ou 39 anos.
– Antes da revolução, a taxa de mortalidade infantil, em Cuba, era de 118 para cada mil nados vivos. Dados de 23 de Julho de 2006, referem que a mortalidade infantil em Cuba foi de 5,56 para cada mil nados vivos.
– Posso falar também do bloqueio económico a Cuba que dura há 42 anos, bloqueio este imposto pelos E.U.A., da dificuldade das relações comerciais com outros países e da dificuldade de aquisição de bens essenciais.
– Por fim vamos as famosas Eleições. Em Cuba existem eleições para as Assembleias Municipais de Poder Popular (democracia directa) de dois em dois anos. Cada pessoa do bairro ou da localidade vota no seu representante. Aquele ou aquela que ali vive e viverá, leva para o poder central as demandas, as opiniões e os anseios da população daquele lugar. Nesse tipo de eleição, o protagonista é o povo, o voto é secreto, livre e o escrutínio é público. Quem trata das urnas são as crianças, algo singular neste mundo.Segundo a lei cubana, uma localidade precisa ter sempre mais de um candidato. Não há eleições com candidatos únicos. Para se eleger o candidato ou candidata precisa-se alcançar mais de 50% dos votos. Depois, os eleitos precisam prestar contas periodicamente aos seus eleitores e podem ter seus mandatos revogados a qualquer momento se o povo assim decidir.Outra coisa interessante no processo cubano é que os delegados eleitos para as Assembleias de Poder Popular não recebem nada por isso.
Esta é a verdade que é escondida, sabe-se lá porquê, pelos meios de comunicação social ao serviço dos estados capitalistas, mas meus amigos quando a informação não chega até nós, temos o dever de ir procura-la! Foi o que eu fiz!
CUBA SIM! BLOQUEIO NÃO!