Ago 11 2006
SOBRE AS FOTOGRAFIAS MANIPULADAS
foto: reuters
Já corre por aí a história da fotografia manipulada. E li, também por aí, que é irrelevante a situação com mais ou menos fumo.
Vamos então por partes.
A fotografia é, em jornalismo, um documento e é como tal que deve ser tratada. Todo o cuidado é pouco sempre que se efectue um tratamento digital, que se deve restringir a “limpar” defeitos ou a restabelecer um enquadramento.
Muitas agências noticiosas e jornais estabelecem, de forma bastante clara, nos seus livros de estilo, a proibição de alterar as fotografias, mesmo que previamente editadas em software específico (photoshop).
Ora, o que se passou neste caso, foi que o foto-jornalista (Adnan Hajj) pretendeu dar mais dramatismo à cena retratada. Tratando-se de uma agência como a Reuters, e descoberta a manipulação (denunciada e multiplicada a denúncia na blogosfera) não restava outra saída que não fosse dispensar os serviços do free-lancer. Por uma questão de idoneidade, de confiança.
Para quem julga que estas situações só se passam em cenários de mais ou menos guerra, recordo que em Abril deste ano a agência EFE (Espanha) teve que mandar substituir uma fotografia que havia distribuído pelas redacções e que levou mesmo o prestigiado “El País” a apresentar um pedido público de desculpas pelo involuntário logro.
foto: EFE – à esquerda a imagem captada pela câmara e à direita a imagem manipulada
A história desta fotografia pode ser lida aqui.
Um tema polémico.
14 de Agosto de 2006 às 11:18
A história do Hajj não é assim tão simples. Ele falsificou fotografias, criando assim notícias falsas. Por acaso já tinha feito um post sobre o assunto: http://www.marionogueira.com/?p=98
Ele fez coisas como fotografar a mesma cena de dois ângulos diferentes e afirmar que se tratava de ataques distintos, ou de usar a mesma mulher(“vítima”) em situações distintas…