Jul 27 2006

ESTRANHO

Publicado por as 10:00 em A minha cidade

Ouvi ontem Francisco Santos fazer a proposta para que a Universidade de Évora se transformasse em Universidade do Alentejo, com diversos polos regionais onde se incluiria o de Beja.
Estranho o silêncio:
– dos responsáveis do Instituto Politécnico de Beja;
– dos restantes parceiros de Francisco Santos no BAAL 21.

Não acredito que sejam silêncios de concordância.

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11 Resposta a “ESTRANHO”

  1. Salvador Silva diz:

    Parece-me que os nossos responsáveis locais (neste caso Francisco Santos)se preocupam mais com o acessório do que com o essncial. Repararam no pormenor “Universidade do Alentejo”? Então não sabe que a U.E.foi criada no século XVI e uma alteração desse nome só acarretaria mais “guerra” Évora/Beja e, consequentemente, mais atraso e emperramento de tudo o que está em curso? Pela mesma ordem de ideias teríamos que ter (exigiríamos) a Universiade da Estremadura ( Lisboa) a Universiade da Beira Litoral (Coimbra)e a Universidade Duriense (Porto). Mas que importa isto? Por que não exigir pura e simplesmente um polo da U.E.? Mas, pensando bem, para que queremos um polo da U.E.? Então não temos o Instituto Politécnico de Beja? Para além do que está escrito na Lei respectiva, qual é actualmente e na práctica a diferença entre Univ. e Polit.?(falo a nível nacional). Não se degladiam para ter os mesmos pergaminhos? Não se esqueceram os seus grandes objectivos e do interesse nacional para se preocuparem exclusivamente em lutar por fazer Licenciados, Mestres e Doutores que inflacionaram de tal ordem que hoje ninguém os valoriza. O que aí não falta é “Mestres” que nunca foram aprendizes e “Doutores” das áreas mais estapafúrdias.Deixemos de fora os “Licenciados”. E OS TÉCNICOS? OS QUE EXCUTAM?
    Bom, com isto o que realmente quero dizer é que me parece que temos TUDO. Assim sendo, deixem-se de pormenores, pensem nas Pessoas e no Alentejo e MÃOS À OBRA.

  2. Che diz:

    Para já não tomo posição, estou na expectiva de mais esclarecimentos.
    De qualquer modo, queria informar o sr. Salvador Silva, que não existe uma Universidade de Portimão, nem uma Universidade de Faro, mas sim a Universidade do Algarve.

  3. Salvador Silva diz:

    Che:
    Agradeço o seu zelo informativo, mas não me deu novidade.Já sabia! Também sei que a U.A. foi criada há “meia dúzia” de anos, pelo que não é comparável ao que comentei. Sei ainda que a U.A tem (e muito bem em meu entender)integrado um Instituto Politécnico que, espero, não esteja dscaracterizado e não “morda a mão do dono”.

  4. eborense diz:

    Quem é esse cromo do Francisco Santos? É mais um com idiotices apadrinhadas pelo Jorge Araújo, calculo.

  5. Mac diz:

    A atitude de Francisco Santos, quanto a mim, pessoa muito inteligente e muito mal acompanhada, merece ser interpretada com o mínimo de seriedade. Todos sabemos que quer o IPB, quer até as outras escolas de índole universitária desta cidade estão com a corda na garganta. Não conseguem atrair alunos em número suficiente. Quem lida no meio não tem dúvidas que o motivo é a qualidade do ensino, mais até do que as saidas profissionais. Ao invés em Évora, passa-se exactamente o contrário. A Universidade caminha a passos largos no sentido de alguma excelência, que Beja nunca terá, a continuar por este caminho. Neste aspecto estará correcta a atitude de Francisco Santos. Só que nós já conhecemos de outros carnavais como é que Évora nos trata. De modo que mesmo no estado actual das coisas, Beja ainda tem alguma mais valia, quer em equipamentos, quer em massa cinzenta; e abdicar de tudo isto e entregá-lo a um qualquer Araújo talvez não seja a melhor opção. Aguardemos por mais novidades.

  6. Che diz:

    A Universidade de Évora, onde fiz o mestrado, dei aulas, e actualmente prossigo o doutoramento, tem mostrado nos últimos anos uma interessante capacidade de se “reinventar”, criando licenciaturas estratégicas no espaço regional, como é o caso do curso de Turismo e Desenvolvimento.
    Desconheço a postura da anterior reitoria no que diz respeito às parcerias ou protocolos com o IPB, mas o actual reitor, Jorge Araújo, tem evidenciado abertura às parcerias, inclusive com Universidades estrangeiras, que dou como exemplo uma possível pós-graduação e-learning (em cujo ante-projecto estou envolvido).
    Não sei se a ideia (com a qual simpatizo) de uma Universidade do Alentejo é viável, pois não se trata de uma Universidade de raiz, mas sim de uma “fusão” de estruturas já existentes. De qualquer forma, a criação, ou intensificação, de parcerias entre os estabelecimentos de ensino superior público de Beja, Évora e Portalegre é fundamental para a “sobrevivência” de alguns estabelecimentos e o crescimento “sustentado” de outros, tal como já escrevi em artigo no “CA”.

  7. nikonman diz:

    @mac – é capaz de traduzir “pessoa muito mal acompanhada”?

  8. Mac diz:

    Nikonman: Quando escrevi a expressão que refere, claro que a mesma não seria interpretativa dos comportamentos das pessoas que rodeiam o actual Presidente da Câmara Municipal de Beja. Não tenho a mínima dúvida que são pessoas honestas e cujo bom nome aqui quero deixar bem explícito. Referia-me tão sómente ao facto de ao contrário de Francisco Santos, que esteve muitos anos longe da realidade de Beja, essas pessoas estão cá há muitos anos e deveriam estar de tal maneira familiarizados com os problemas locais, de modo a não estar a perder tempo com debates estéreis, mas sim a tomar decisões. A cidade e toda a região nrecessitam de terapia urgente para os problemas que de todo o lado parece estarem a aparecer. Desde os problemas do urbanismo que aqui neste blog têm sido referidos e de que são exemplo o estado de abandono a que chegou o centro histórico; ao invés, o crescimento anárquico e condensado das zonas residenciais periféricas onde até faltam lugares para estacionamento de viaturas; passando pela crise do comércio e dos serviços, de que só agora parece que se aperceberam; do ensino e da cultura, de que se teve tanto e se deixou perder de forma tão inglória; mas sobretudo é a economia de toda esta zona que mergulha a passos largos numa crise anunciada e sem precedentes, e para a qual não se faz nada, álem das balelas ou chavões já conhecidos há décadas, como a do eixo Alqueva-Base Aérea-Porto de Sines. Essas pessoas estão lá com o dinheiro dos nossos impostos, conhecem os problemas, já lá estão há tempo suficiente; logo, está na altura de fazerem alguma coisa, PÔRRA.

  9. aldeão diz:

    @Che,

    Obrigado pela clareza. As pessoas ainda não perceberam a diferença entre o pólo de uma Universidade conceituada e um Instituto Politécnico, que terá no futuro muitas dificuldades em sobreviver com a redução da procura (é a inversão da pirâmide etária). Já agora, a Universidade do Minho também não se chama Universidade de Braga e temos ainda o exemplo da Universade de Trás os Montes e Alto Douro (UTAD)!

  10. Che diz:

    Parece que ontem insurgiu-se um malcriado (cujo comentário ordinário o administrador deste blog entendeu apagar), muito incomodado com as minhas “coordenadas umbilicais”, e que o tal senhor toma por vaidade. De facto, referi a minha condição de aluno, docente e novamente aluno da UÉvora para indicar que a minha ligação à UE não é circunstancial e que não falo de cor. Aliás, uma das iniciativas positivas da UE que enunciei, a criação da lic. em Turismo e Desenvolvimento não contou com qualquer envolvimento da minha parte. E não foi por isso que, sem que pudesse reivindicar vaidade pessoal, deixei de registá-la como um exemplo de uma estratégia inteligente de adequação à realidade regional e não só.

  11. asdrubal diz:

    É por estas e por outras semelhantes (guerrinhas Évora, Beja, Portalegre) que este alentejo vai continuar a envelhecer, despovoar, empobrecer….
    Assim ainda ficam sem o vosso IPB e sem nada, mas felizes e independentes dos d’évora, táss.