Mai 10 2006
POLITICAMENTE INCORRECTO
Não consigo alinhar nas críticas que são feitas a quem mandou fechar algumas maternidades deste País.
O meu próprio Partido (PSD) recorre a uma argumentação que não me satisfaz: acusa o governo de “economicismo”.
Este é um argumento bom para o PCP e para o PS quando está na oposição. Não para o PSD.
Depois.
Depois são os argumentos daqueles que dizem que querem que os seus filhos nasçam na sua terra. Que coisa mais estranha. Que interesse tem isso? Não será mais importante a preocupação com as condições de higiene e segurança que (não) nos oferecem as maternidades que agora vão encerrar?
Mais.
Com o futuro negro que se avizinha, o melhor mesmo é ir nascer longe desta terra.
Pronto!
Fui politicamente incorrecto e estou-me nas tintas para isso.
Batam se quiserem. Mas sejam educados.
10 de Maio de 2006 às 11:37
Não te vou bater, porque estou de acordo contigo. E tiro-te o chapéu, por não seres politicamente correcto. Indo até contra a corrente do partido que representas.
Somos um povo com uma (entre outras) característica péssima. Adoramos dizer mal, só por dizer.
Já comentei lá no Ante et Post, que concordo com esta medida.
Mas uma coisa que não disse lá, e vou dizê-lo aqui (pq também não alinho no políticamente correcto). Esta situação actual, é culpa dos sucessivos governos PS e PSD que não souberam atempadamente prever este tipo de situações. Quando nos governos do PSD se fecharam os concursos para especialistas provocando um envelhecimento dos médicos. Mas, o principal motivo para o fecho das maternidades, é pq não há numero suficiente de nascimentos que justifique ter uma maternidade aberta, do ponto de vista económico e do ponto de vista técnico.
A grande acção que se impõe com urgência, é combater a desertificação de algumas zonas do país, para este e muitos outros problemas que daí advém.
10 de Maio de 2006 às 12:09
Não podia estar mais de acordo e tb sou PSD
10 de Maio de 2006 às 12:18
Concordo e discordo!
Concordo quando dizes que os partidos, quando estão no governo dizem uma coisa, quando estão na oposição dizem outra. O PCP, claro, como nunca foi governo, “orgulha-se” de ser coerente nas criticas, e o BE, a única coisa que sabe fazer é mesmo criticar.
Agora discordo contigo acerca das maternidades. O caso de Elvas é meramente economisista. Tem condições, nascem bebés em número suficiente (outro ponto discutível) e além disso o estado corre o perigo de perder até o próprio hospital se fechar a maternidade. Como se sabe, o hospital situa-se num terreno particular de uma fundação na condição de manter neste sítio uma maternidade.
Outro assunto é a do vira-casacas do presidente de câmara de Elvas. Eleito com a promessa de reabrir essa mesma maternidade, que na altura estava fechada, agora diz, se não houver condições, vamos para Badajoz. Não tenho a certeza, mas cheira-me que foi eleito pelo PS. Este sim é politicamente correcto (obrigatoriamente).
E as próprias mães? Já pensaram nelas? Acham que elas gostam que o filho nasce em Espanha? Elas não têm voz???
10 de Maio de 2006 às 12:24
Como diz o Jorge Palma: “e assim vamos vivendo, na província dos obséquios…”
Bairrismo, provincianismo…
Enfim, somos uns saloios.
10 de Maio de 2006 às 12:24
1 – Concordo consigo no argumento de ‘nascer na terra’. E se os habitantes de Vale de Rocins se lembrarem de um abaixo assinado para os seus filhos ‘nascerem na terra’?…
2 – Não concordo com o fecho de maternidades sem que haja outras a uma distância razoável (em minutos, não em km). A homenagem que se fez ao bombeiro de Odemira que tinha 100 partos feitos em ambulâncias não é facto digno de um país da UE.
3 – O critério não deve ser só o número de partos. Lembro-me de um ano em que a maternidade de Beja, a única no maior distrito de Portugal, roçou o número mínimo de partos. E claro que esta é das que NUNCA pode fechar.
4 – À questão da falta de médicos especialistas que a Karla falou deve-se juntar a falta de enfermeiros especialistas. É possível e acontecem partos não assistidos pelos médicos, embora estes se encontrem por perto em caso de necessidade. Não é possível a realização de um parto sem um enfermeiro com a especialidade de obstetrícia.
10 de Maio de 2006 às 12:29
Um retoque:
Não nascer na terra é uma coisa, ter de saír do País para dar à luz é outra.
Só para clarificar a minha opinião…
10 de Maio de 2006 às 13:01
Nikonman
Viu a entrevista ontem do Ministro da Saúde á SicNoticias??
Foi esclarecedora dos pontos de vista de tecnicos de saúde e da oposição do PSD, dirigida por um deputado de Barcelos.
Vai tudo de encontra ao que disse.
10 de Maio de 2006 às 13:47
@mayday – quando liguei, estava um tipo a dizer que deveria estar nos estúdios da SIC e que se fosse preciso ia até lá e blá, blá, blá, muito exaltado. Mudei de canal. Não tenho paciência.
10 de Maio de 2006 às 13:55
http://aliciante.weblog.com.pt/arquivo/2006/05/_foto_joao_espi_3.html
Foto: João Espinho Fomentas a discussão. É por isso que adoro a tua Praça….
10 de Maio de 2006 às 14:51
Olá João.
Continuas a brindar-nos com as tuas artísticas, e também reais, fotos. É sempre um gosto visitar esta tua ” paleta”
Quanto aos partos em Elvas o grande problema não é, em meu entender, nascer do outro lado da fronteira, que já não existe. O prblema será do abandono a que têm estados as terras do interior sem investimentos e infraestruturas.
10 de Maio de 2006 às 15:01
prezo voltar a constatar que pensa pela sua cabeça. salvaguardando os casos de a alternativa ser espanha tb conncordo. ainda hoke ao almoço algures la para cima queixavam-se de fazer 40Km para ir nascer a vilareal? e tem (ou vao ter) a A24. de almodovar a beja sao 65Km e ha uns anos quando o meu filho nasceu nem havia IP…
10 de Maio de 2006 às 15:16
Eu proponho uma “maternidade-empresa municipal” em cada sede de concelho. E, claro, a construção de uma piscina municipal onde não exista, pois há quem prefira os “partos-aquáticos”.
Ao mesmo tempo que dou uma ideia de negócio: “Made in – partos ao domicílio ou onde você estiver”, cujo slogan será: “escolha o sítio, que nós tratamos do resto”.
Assim, todos os papás e mamãs já poderão decidir o local do parto: casa de férias, museu, discoteca, igreja, casa dos avós, jardim público, etc.
10 de Maio de 2006 às 16:24
Realmente o PSD não produziu nenhuma opinião contundente sobre a matéria. Tem-se limitado a seguir o sentimenrto populista.
O problema – na minha opinião – é que as razões invocadas pelo Ministro da Saúde também são fracas: existência de questões técnicas” ( o que eventualmente quererá dizer falta de médicos, enfermeiros, equipamentos,etc) e com o risco de problemas em partos futuros.
Até pode ser, mas…parece haver aqui mais de abandono do que de outra coisa.
O problema não existia até o governo começar a falar dele.
10 de Maio de 2006 às 18:28
se tivesse de conduzir durante 60km, que nem um louco, sujeitando-se a ficar sem carta, ou a ter um acidente, para levar a sua mulher o mais rapidamente possível para uma maternidade porque receia que o seu filho nasça no banco traseiro do seu carro, se calhar, mas só se calhar, tinha uma opinião bem diferente. Mas como vive com uma maternidade ao lado, pode dizer o que lhe apetece!
10 de Maio de 2006 às 19:48
então e agora que o Ministro diz que já não vai encerrar Lamego porque a Camara local se disponibilizou para contratar um clinico de especialidade?
10 de Maio de 2006 às 19:54
agora é mais um sinal da trapalhada de argumentos.
10 de Maio de 2006 às 20:28
Nikonman,algumas palavras breves:
1-A interioridade tem custos se o Estado o não entende então os políticos que sempre falam em acabar com a interioridade que se calem de vez.
2-Se o estado Social está falido,então o Estado que o assuma de vez e deixe de fazer “remendos” sempre à custa dos mais desfavorecidos e deixe os privados trabalhar.
3-Basta olhar para o mapa de Portugal e ver onde fica Elvas,Barcelos,Castelo Branco e verificar que o encerramento das maternidades é um acto de trauliteirimos político e de demagogia e verificar que em Portugal há cidadãos de primeira e cidadãos de segunda.
10 de Maio de 2006 às 20:44
Não percebo pq tanto alarido pelo fecho da maternidade de Elvas. Conheço N pessoas daquela cidade que recorreram à maternidade de Badajoz para dar à luz, não só pela qualidade dos serviços como pelos valores que se obtêm mais tarde (dupla nacionalidade).
Já ouviram falar do cartão de assistência médica europeu que permite ser assistido em qq ponto da europa, e de borla!!! tira-se quando vamos de férias em qq centro de saúde!
Assim, se está a dar prejuízo deverá fechar e estabelecer ligações com nostros hermanos….
10 de Maio de 2006 às 22:30
Se a questão é técnica (falta de médicos especialistas, de enfermeiros, etc) então mais vale ir contratar os especialisatas a Espnha do que mandar para lá as mulheres para realizarem os partos. É que:
– encerraram os ramais da CP;
– vão encerrar as escolas primárias;
– vão encerrar as maternidades.
Depois como é que querem que as pessoas se fixem no interior? É tão grande a concentração no litoral que qualquer dia o país tomba para o mar!
Porque srá que em França um país muio mais populoso, o limiar mínimo para o encerramento das maternidades foi fixado em 1000 nscimentos e em Portugal são 1500?
Será que não merecemos nada de melhor. É que agora já não nos ousamos a comparar com a Europa a 15. Agora o grau de comparação já é a Europa a 25 e infelizmente cada vez mais nos vamos situando na cauda!
10 de Maio de 2006 às 23:34
Gaita! Se a quantidade de putos que nasce é argumento, então estou a ver que qualquer dia fecham o parlamento, ah ah ah!
14 de Maio de 2006 às 0:21
Agora obrigam-nos a ser espanhois à força…
Pensava que já tinha visto tudo.
Isto é tudo uma questão de dinheiro e de saúde privada.
Qualquer dia para se nascer não basta ter maternidade tem de se ter papel também.
Socialistas um tanas… livra!
CM
18 de Maio de 2006 às 3:41
Nao percebo para variar.
Mas espero que às maternidades que estao a fechar nao suceda a abertura de casas de chuto e de clinicas estatais para a pratica do aborto.
Querem fazer umas não desmantelem as outras, afinal serviço publico é isso mesmo.
6 de Junho de 2006 às 21:55
Sugiro que se afixe uma placa de encerramento na fachada de todas as maternidades que encerrarem, com menção ao ministro da saúde e primeiro-ministro, como únicos responsáveis por tal decisão, para memória colectiva.
21 de Setembro de 2006 às 23:38
01DEZEMBRO deviam acabar com esse feriado Se não fosse 1640 agora poderiamos ser todos castellaños