Mai 08 2006
O(S) ESPíRITO(S) DA OVIBEJA
Na grande feira do Sul há, não duvidem, várias feiras.
O original espírito da Feira, onde o gado ovino/caprino era predominante, já se esfumou. Apesar de por lá se encontrarem ainda magníficos exemplares, como este da foto gentilmente cedida pelo leitor “bejense”, as atenções viram-se agora para outros lados.
foto: “bejense”
O pavilhão institucional é a feira das autarquias e das empresas públicas. Ali mostram-se as vaidades institucionais. É o orgulho do que cada um tem em casa, é uma mostra do que vale cada Câmara ou de quão valiosos são os projectos (estruturantes) das Empresas que têm assento no Alentejo. Tudo com um ar muito institucional, muito organizado. Como convém nestas ocasiões.
foto: joão espinho
Há depois os espíritos que são transversais às diversas feiras que há na Ovibeja. As tias, as vaidosas, os queques, os betos, as botas de cano alto, o telemóvel de 5ª geração, o perfume da moda, a sweatshirt da Hilfiger, o “olá querido, tá bom?”, as conversas de cusquice, etc…. Na Ovibeja, como em qualquer feira. Ou como em qualquer cidade deste país. Como deve de ser, pois claro.
foto: joão espinho
foto: joão espinho
Por fim, há as noites. As Ovinoites. Únicas, irrepetíveis, sensacionais, inesquecíveis.
Elas são o somatório de todas as feiras que povoam a Ovibeja.
Para a maior parte da malta, as noites da Ovi são estranhamente turvas.
foto: joão espinho
Os desfoques não assustam. Ele é o gajo que vai a todas, é a gaja que diz que vai com todos, são eles e elas que não vão em cantigas e são as cantigas (os oviconcertos) que dão o pontapé de saída para as noites longas do parque de exposições de Beja.
Ali cada um assume declaradamente os terrenos onde navega e não se inibe de demonstrar os seus dotes. Por gabarolice ou simplesmente pura ingenuidade. Mas está lá. Como convém nestas noites.
foto: joão espinho
Contrariamente ao que disse o Presidente da República, a Ovibeja não é um espelho do mundo rural. Nem tem que ser. Felizmente.
Para o ano há mais!
8 de Maio de 2006 às 10:14
Não sei porquê .. mas a primeira foto faz-me lembrar um treinador holandês que andou a mandar umas bocas a semana passada!
É que o gajo .. ontem ficou com uns “gandas” cornos!
8 de Maio de 2006 às 14:08
Belo post para resumir a Ovibeja. Para as pessoas que não são de cá dá para ter uma ideia do que é a Feira no Parque de Exposições.
Digo isto porque a feira também se expande para toda a cidade, com outras iniciativas, com mais gente de fora, cafés e restaurantes cheios de pessoas a conviver,com amigos e que não vemos há muito tempo etc.
8 de Maio de 2006 às 14:43
Mayday, é isso mesmo, e até deu gosto ver a cidade a fervilhar durante estes dias.
Quanto às fotos são todas boas à excepção de uma.
Nikonman tem muitas mais 🙂
8 de Maio de 2006 às 15:38
@ Mad – Uma? não me digas que é a do Vasco da Gama ..?!?! 😉
8 de Maio de 2006 às 15:40
@ Mad – Eu também acho inestético, o pneu da senhora a pender sobre o cinto ! 😉 rsrsrsrsrsr
8 de Maio de 2006 às 18:55
Excelente retrospectiva da Ovibeja, que à noite vira Ovicopos.
Estive no stand da nossa associação muitas horas, fiquei com a sensação que o último ano foi melhor.
Copos não é lá muito comigo, aí não sei opinar. Os pavilhões estiveram ao nível do ano passado, um pouco menos em quantidade talvez.
8 de Maio de 2006 às 20:32
Excelente análise da Ovibeja. De realçar a frase: “Contrariamente ao que disse o Presidente da República, a Ovibeja não é um espelho do mundo rural. Nem tem que ser. Felizmente.”
Como o mundo rural está…
Abraço e boa semana!
8 de Maio de 2006 às 22:46
Excelente retrato da Ovibeja, como só o João Espinho sabe “tirar”. No entanto, gostaria só de referir mais um “espirito”, que por sinal é aquele que mais me toca. É o das noites de barulho de quem reside ao lado, em que os miúdos não conseguem dormir devido á qualidade e intensidade da música que de lá vem; de não haver local algum para estacionar o carro, e quando há, existir sempre o risco de estar coberto com o vómito de alguém no dia seguinte; e também da sensação de que todo este incómodo/sofrimento, não trouxe mais valia alguma para a região a não ser alegria tóxica dos milhares de litros de cerveja.
8 de Maio de 2006 às 23:56
realmente há coisas que nunca mudam!
quando li aquela dos betos esbocei logo um sorriso mas quando vi a foto da senhora ao telemóvel aí é que foi rir 🙂
11 de Maio de 2006 às 19:15
E assim, como o mais puro nos vem de dentro, observe-se o monumental par de cornos e a serenidade com que o ovídeo os exibe, nesta que para mim acaba por ser a cara da tua Ovibeja, a verdade de uma foto é pura, incontornável.
Logo há mulheres que são verdadeiras fotos
Senão vejamos.
Para alem das botas, das calças, do cinto, do pneuzinho e até do telemóvel que merecem especial ênfase e atenção, temos também a senhora (menina, pronto)…
Nada de violações de privacidade??? Acho bem!!!
Concluindo, a fotogenia brota, é quase nata (re)trate-se de um ser animal, vegetal, um monumento ou artefacto. Ou então não…
Está bem, depois existe o profissionalismo, a máquina, o photoshop.
11 de Maio de 2006 às 19:32
Desculpa não tinha visto o post dos dias 6 e 7 de Maio.
Quando digo que “…nesta que para mim acaba por ser a cara da tua Ovibeja…”, não é verdade afinal há mais. Mas para o caso não interessa nada.
É que apareceu-me uma tonalidade verde/repelente enquanto percorria o blog. ah,ah,ah
Já agora, sabem a quantos anos o FC Porto não é terceiro classificado?
18 de Maio de 2006 às 4:00
Mas estivemos na mesma Ovbibeja?
Eu lembro-me que estive lá todos os dias menos dois, devemos realmente olhar para sitrios diferentes.
Por mais que me agrade ver uma ovibeja rural vi mais, vi as tias e os betos, mas caro Joao Espinho vocemece que costuma ser uma pessoa de bom senso nao viu mais?
Nem rastas? Nem punks? Nem toda uma panoflia de gente? Parece que anda aqui qq coisa que insiste em apenas ver tios e tias por todo o lado.
Olhe eu vi pessoas do campo, cidadões anónimos, vi tias, vi tios, vi até sobrinhos, mas também vi gente que queria ver gado, gentes que foram apreciar a feira simplesmente por o seu compadre ter lá duas ou três ovelhitas, vi muita coisa.
Vi estudantes a reclamar aos microfones que a feira não lhes dava tempo de antena suficiente e achei mal, afinal todos sabemos que a ACOS organizou a Ovibeja para os estudantes e respectivas tunas.
Mas sabe também vi saloios, campanicos como eu tb lá estavam, vi burlões e vi gente honesta.
Vi tanta gente que não cabe aqui, mas eu vi gente, vi pessoas.
Vi sóbrios e ébrios estes até ao espelho.
A sério só viram tios, tias e miúdos benzocas?
Lembrem-se lá bem do que viram que se calhar viram “Todo o Alentejo deste mundo.” e mais um pouco…
27 de Abril de 2007 às 18:24
Betos são voces!! Que ficam em casa e tem medo d sair, e viver ovibeja!!
A OVIBEJA A OVICOPOS É A MAIOR FEIRA DO ALENTEJO…E É NOSSO DEVER FAZER COM QUE ELA SEJA AINDA MAIOR…!