Abr 12 2006
INDIGENTES MENTAIS
“Muitos líderes de opinião portugueses que se têm destacado nesta campanha caluniosa contra Angola e os seus governantes, desconhecem em absoluto o nosso país ou apenas têm conhecimento dele pelas informações que lhes são oferecidas por centrais de intoxicação.
Entre eles estão antigos turistas da Jamba que faziam parte da lista de pagamentos de Jonas Savimbi. Nesse grupo de comerciantes da honra está o caricato Director do Jornal “Público” que sem nunca ter posto os pés no nosso país destila em forma de escrita canhestra opiniões fundadas na ignorância e na provocação. Pelos vistos, há escribas que têm sempre um dono pronto a pagar-lhes. Ontem era Savimbi, hoje sabe-se lá quem é. Mas publicar opiniões sobre algo que não conhece, é de um atrevimento inaudito. Portugal merecia melhor que estes indigentes mentais que publicam desvairados recados a troco de uns tostões. Que lhes faça bom proveito.”
Leia o artigo completo no AngolaPress.
12 de Abril de 2006 às 8:32
Nikon, e um comentário pessoal ao assunto? Gostava de ler uma opinião…
12 de Abril de 2006 às 9:22
@mn – a minha opinião (assim a frio) é que as ditaduras lidam mal com as críticas. Neste caso o caso é mais grave, pois pretende-se “colar” às críticas o colonialismo e o racismo. O que, em primeira análise, é perfeitamente descabido.
12 de Abril de 2006 às 9:37
meio off-topic:
Caganeira cha cha cha.
12 de Abril de 2006 às 9:44
OK. Confesso que desconheço as tais declarações do Público; a ver se ainda as descubro por aí…
12 de Abril de 2006 às 9:45
@parabola – já tinha lido. Terá sido vingança?
12 de Abril de 2006 às 9:50
Que existe ainda uma quantidade de feridas para curar (de ambos os lados), é inegável.
Que alguns portugueses ainda sofram de complexos colonialistas e saudosismos de antigos impérios, também é verdade, ainda que esses complexos vão desaparecendo com o tempo, como é natural.
Invocar essas feridas para promover um regime corrupto, totalitário, cuja “nomenklatura” enriquece à custa da miséria de um povo, é que já não é natural.
Angola é independente, e isso é dado adquirido. Agitar velhos fantasmas é doentio e só revela a má-fé característica destes regimes.
Além disso, não compreendo um tão leve ânimo do Governo português ao não “agitar” assuntos (que são bem reais, não são fantasmas), que têm a ver com coisas tão básicas como liberdade, eleições livres ou luta contra a corrupção.
O Governo nada fez, nada disse, o que poderia ter feito, ainda que não explícitamente.
Angola é um país riquíssimo que está a ser delapidado até à medula por um grupo restrito de corruptos que se perpetuam no poder, prometendo eleições sempre para “daqui a uns tempos”…
Mas até se compreende: uma ditadura atolada em corrupção é terreno próspero para muitos empresários.
Para Angola (ou mais precisamente, para o povo angolano), os amanhãs nunca cantarão.
12 de Abril de 2006 às 14:49
Nikonman
Falamos do país em que o PIB mais cresceu a nível mundial no ano passado. Mas, na mesma edição do mesmo jornal, foi editada esta notícia:
“MAIS DE MIL FAMíLIAS BENEFICIAM DE LIXíVIA E SABÃO PARA A CONTENçÃO DA CÓLERA
Luanda, 12/04 – Mil e 957 famílias de seis municípios da província de Luanda vão receber a partir de quinta-feira até domingo detergentes (lixívia e sabão), no âmbito do programa de luta contra a cólera, numa promoção do secretariado provincial da Cruz Vermelha de Angola (CVA).
Segundo o secretário provincial da CVA, Makumbundu Kiala, serão distribuídos mil e 957 litros de lixívia e quatro mil e 446 quadras de sabão à população dos municípios do Sambizanga, Ingombota, Cacuaco, Maianga, Kilamba Kiaxi e Cazenga.
A acção será desenvolvida por 60 activistas da organização em colaboração com os voluntários das secções de saúde municipais.
Este projecto faz parte de um plano elaborado pela sub-comissão de mobilização social da direcção provincial da saúde de Luanda.
A cólera foi declarada a 13 de Feveriro passado e até a presente data foram registados na capital angolana, Luanda, 91 óbitos em três mil e 960 casos.”
Num país onde os jornalistas sérios são assassinados (Fernando Marcelino, José Maria dos Santos, Ricardo de Mello, António Casimiro, etc.) ou silenciados pela censura do estado; num país em que não existem eleições livres e em que as últimas serviram de pretexto para assassinar a oposição; é importante que a imprensa livre se manifeste. E aqui, a língua que nos liga a Angola, já que outros laços se perderam, pode ser o veículo para que a verdade da exploração do povo Angolano, por parte de uma pequena (em tudo) elite política e militar, se dê a conhecer ao mundo. Os jornalistas Portugueses têm essa obrigação e essa divida moral para com os Angolanos. Todos nós temos!
Sugiro a leitura de:
http://www.hrw.org/portuguese/reports/angopor/entirebook-09.htm
12 de Abril de 2006 às 14:53
falando de imprensa: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=9&id_news=223429