Fev 24 2006
QUE DIÁRIO DO ALENTEJO?
É uma questão que me tem surgido várias vezes e mais frequentemente depois de ter lido o artigo que João Honrado escreveu no Diário do Alentejo (posteriormente repetido no Alentejo Popular).
Concordo, basicamente, com algumas das suas afirmações:
– o DA tem dado prejuízo
– o DA não deve ser um boletim intermunicipal
– o DA não deve ser um peso económico para os municípios
– as contas do DA e da gráfica da AMBAAL deverão ser divulgadas publicamente
etc…
Isto é, João Honrado aponta as grandes falhas do DA. Apontou-lhe as feridas, faz-lhe um diagnóstico quase exemplar, mas ficou-se por aqui.
As soluções apontadas
– linha editorial que defenda o desenvolvimento da região
– deve ser escrito e feito por jornalistas
– deve ser administrado por gestores competentes
merecem-me alguns comentários.
Em primeiro lugar não sei o que significa “desenvolvimento” no vocabulário comunista (JH é um destacado militante do PCP). Há vários exemplos de que este “desenvolvimento” preconizado por JH não tem dado frutos nem tem trazido a felicidade das comunidades alentejanas.
Também não sei que “região” é esta que JH defende. Aliás, calculo que se refira a um Alentejo único (ambição administrativa do PCP) que, na realidade, não existe. O DA já teve a pretensão de ser um jornal para todo o Alentejo e conhecem-se os resultados (prejuízos financeiros), que JH também aponta.
Relativamente a ser feito e escrito por jornalistas, ninguém duvida que assim tenha que ser. Mas sabemos que o DA tem sido palco de disputas partidárias/políticas, onde são jogados para a arena os jornalistas (com carteira profissional), que acabam por ser trucidados por estes combates entre vencedores e vencidos. Assim tem sido e não há sinais que venha a ser diferente. Veja-se o exemplo da actual direcção – interina, provisória – mas que vai perpetuando a vontade da força política que venceu as últimas eleições autárquicas.
O panorama do actual DA não é brilhante e não vejo que no futuro alguma coisa se vá alterar. Os municípios não vão largar este veículo de propaganda das suas actividades, os partidos não deixarão de tentar dominar o DA, os “opinion makers” necessitados de protagonismo não desistirão de ali encher páginas de conteúdos óbvios, e a carreira jornalística do DA, mercê do que já apontei, vai definhando e morrendo lentamente.
Ou muito me engano ou está para breve uma OPA (operação pública de aniquilamento) sobre o DA.
Cá estaremos para ver.
24 de Fevereiro de 2006 às 11:12
Não posso estar mais de acordo.
24 de Fevereiro de 2006 às 12:13
Boa malha, nikonman!
Ilustra bem a forma como um chorrilho de banalidades numa embalagem feita de escrita rebuscada vale o que vale.
Ou não vale nada, pois relativamente ao óbvio já nós estamos vacinados.
Quanto às preocupações e perspectivas de futuro, o assunto tem sido amplamente discutido aqui na Praça e, por agora, pouco há a acresentar.
24 de Fevereiro de 2006 às 21:10
Eu como alentejano tenho de defender o DA… colaboro desde 1986 e sei o que melhorou. Se as contas estão mal feitas as Camaras e a Associação de Municipios tem algo a dizer. O que eu sei é que se não fossem as Camaras, já estava na mão de algum magnata, e não estava ao serviço do povo alentejano.
Viva o DA e viva o Alentejo (todo junto pois claro)
Antonio Melao
24 de Fevereiro de 2006 às 21:49
Até parece de propósito…
Diz o “Camaraman metálico” que o actual “DA” está “ao serviço do povo”. E eu gostava de saber em que medida é que uma página inteira semanal do “DA” de recensões musicais de heavy metal, thrash metal, death metal e hard rock, serve o povo alentejano?!
Que sentido faria existir uma página de noticiário regionalista alentejano no jornal “Blitz”, ou uma página semanal de medicina chinesa no “Expresso”, ou uma página regular de “história do corporativismo” no “DA”??!
É destes absurdos ou paradoxos de “filosofia editorial” que se alimenta o “DA” há já algum tempo…
24 de Fevereiro de 2006 às 21:50
Perdão, Cameraman
24 de Fevereiro de 2006 às 22:27
Quer então dizer que o DA ainda não fechou,é barba rija 😉
25 de Fevereiro de 2006 às 2:30
Jornalismo rima com verdade. O resto é tentar esconder o sol com a peneira; destino…fracasso.
25 de Fevereiro de 2006 às 15:45
O Diário do Alentejo já há muitos anos que desapareceu. Ou seja, com a “saída” de Melo Garrido, e a compra do titulo pela antiga AMDB, só quem queira ser ingénuo é que não percebe que o jornal daí resultante, seria sempre um veiculo de transmissão de quem dominasse essa ou outra qualquer posterior associação de muncipios. Portanto o actual DA cumpre a sua missão, pena é que não exista um grupo de jornalistas ou empresários a investir na criação de um outro jornal independente. É o Alentejo a que temos direito, e somos os alentejanos que merecemos ser.
25 de Fevereiro de 2006 às 17:21
O DA é o espelho dos nossos partidos politicos, são grupos de interesse, tenho pena o DA não merece, faço votos que os partidos deixem o DA em pax.
25 de Fevereiro de 2006 às 23:21
Que alguém lhe escreva o epitáfio….
O trash metal, heavy metal ou um mero poema de Áleixo. Tudo serve para cantar; -Aqui jaz um jornal-
27 de Fevereiro de 2006 às 15:24
Desculpa lá ò Che, mas porque que a juventude alentejana não pode ler noticias de heavy, rock, whatever?
Seremos menos que os outros?
Isso era antigamente camarada!
E não senhor sobre death metal não vais ler nada no DA… Para a semana THE STROKES… abraço e fico contente com um leitor tão atento.
Abraço alentejano (estou em Lisboa mas continuo tão alentejano como tu)
AM aka CM
27 de Fevereiro de 2006 às 19:28
Afobia anti comuna reina por aqui, la por meus lados reina a fobia anti social democrata e os seus negocios de falencia estatal, e com a juda dos xuxas la vamos afundando portugal, não é assim??Ou não sera que os nossos intereses pessoais estão por cima do bem comum?
um abraço.
paulo
27 de Fevereiro de 2006 às 21:05
@Cameraman metálico,
Bem… não somos menos do que os outros e não podemos ler notícias de death metal?! Acho mal.Death metal tem tudo a ver com o “Diário do Alentejo”, e outras coisas associadas a “death”..
Quanto à tua “alentejanice”, ela nunca foi posta em causa.
Mas, já agora, entre tantas dezenas de páginas de cobertura de heavy/hard rock nacional e internacional, não seriam merecedores de destaque (em forma de reportagem e/ou entrevista) bandas bejenses de “rock pesado” (para não me equivocar na qualificação..)como os “Ho Chi Min”?
27 de Fevereiro de 2006 às 21:15
Leitor e conhecedor da matéria, sim senhor.
Posso dizer-te que os Ho Chi Min estão nos planos para muito breve…
Agora é que tenho a página a 100%… espero que por muito tempo!
E como dizia um amigo meu, afinal de contas alentejanos somos nós todos (e o gajo nem era).
Abraços – CM
22 de Abril de 2006 às 14:31
o que eu sei é que o neo-liberalisbo está a dar cabo dissto. quanto ao bem estar proporcionado pelo comunismo, devo lembrar que muitas das conquistas sociais adquiridas durante o último século (e que este sistema tenta aniquilar) foram feitas através dos sindicatos e da luta operária. o resto são conversas… de gente com interesses no sistema, que não merecem mais comentários.
22 de Abril de 2006 às 15:40
@galamba – pois! sem comentários.