Dez 05 2005
CONTO DA MADRUGADA -18-
foto: trman
Encostou-se à parede e fechou os olhos, tal como ele lhe pedira.
Antes desabotoara a camisa, para que se pudessem ver os contornos dos seios.
Ele queria que aquela fosse uma fotografia diferente. Especial.
Ajustou a luz para que a incidência no corpo dela se transformasse numa pequena e ténue luminosidade. Quando se aproximou dela, para lhe compor a camisa e os cabelos, sentiu o aroma do suave perfume que se soltava do seu corpo.
Também ela o sentiu por perto. Sabia que ele ali estava, muito próximo. Sentia-lhe o cheiro e o calor que normalmente se desprendia dele.
O foco de luz incidia agora sobre aqueles dois personagens de uma só fotografia.
Sem hesitar, ambos se enlaçam. Conheciam bem os seus impulsos. Ele despe-lhe a camisa e, fervoroso, inicia um jogo de carícias.
Ali, junto à parede, os seus corpos transpiram aromas de prazer. As línguas trocam-se em volúpia. Beijam-se e entregam-se.
E a luz, ainda ténue, reflecte-se agora naqueles torsos translúcidos, imaginados em sombras, linhas e contornos de um retrato.