Nov 29 2005
4º ENCONTRA-A-FUNDA (parte 2)
E desta vez foram quase 45 que se vieram na planície, quero dizer, éramos ao princípio poucos mais que 20, mas, como vos dizia, esta coisa da FundaSão tem tendências a crescer, aliás, muito à imagem das fundações, essas sim que têm crescido, mas há uma diferença muito grande, pois lembram-se, é como vos disse, aqui nesta FundaSão é tudo gente voluntária, que colabora porque quer, são pessoas humildes a que costumamos chamar de contribuintes voluntários e, vocês sabem disso, nas outras Fundações a coisa já não funciona assim, as pessoas vão para lá mandadas, aquilo é uma chatice muito grande e então elas dizem que é para o bem público e fazem coisas muito importantes e não pedem nada a ninguém, e andam sempre muito aborrecidos porque depois há uns senhores ainda mais importantes que lhes pedem serviços e encomendam estudos, acho eu que é assim que se diz, e eles depois têm que fazer essas coisas, mas, como eu dizia, neste caso não há gente aborrecida, anda tudo de sorriso nos lábios e, como são humildes, não querem subsídios nem coisas dessas que depois sujam as mãos. Perceberam mais ou menos como é esta malta da FundaSão, não perceberam?
Belo!
Por isso vieram ao Alentejo, o proFUNDO mais fundo do nosso país, aqui neste lugar que tem campos e alguns semeados, outros não, que isto da chuva é coisa recente e não há fundações pró-alentejo, mas enfim, ainda vamos tendo aqui uns indígenas que vestem de preto e às vezes encostam-se uns aos outros e trá-lá-lá, cantam as desgraças das vidas de cada um, que é coisa boa de se ouvir. E foi então aqui, mais propriamente num lugar antigo, porque isto já foi a pax-Julia de outros tempos, a perder no calendário lá para trás, lá muito para trás mesmo, mas isso não impediu de a gente ter castelo e até temos a Sé, vejam bem, tão religiosos, e temos um Museu que já foi convento, onde esteve a tal moça Mariana, que se fez mulher montando um cavalo, ou terá sido um cavaleiro, bem mas isso não interessa, a FundaSão achou por bem, porque cá não havia fundações, de se vir aqui comemorar qualquer coisa e encontrar-se pela quarta vez, fazendo-se rodear e sem rodeios, de quase 45 contribuintes, uns activos outros passivos, mas todos com muita tesão de afundar na São. Desculpem lá estes termos assim como tesão, mas aqui no proFundo Alentejo a gente chama os bois pelos nomes e aos cabrões isso mesmo. Certo?
E o que esta gente se veio. Do Porto, de Coimbra, de Lisboa, de Leiria, da Damaia, dos Algarves e, reparem só nisto, até de Beja havia pessoal. E não vinham sozinhos não senhor! Eles traziam o S. Pedro e mais uma gaja de mini-saia vermelha que era podre, mas a gente não lhe disse isso porque é hábito sermos muito hospitaleiros e em toda a parte os alentejanos são considerados como muito amigos dos seus amigos e todos esses adjectivos que a gente gosta de ouvir e, mesmo assim até os camones do golfe que por aqui passam dizem que sim, “oh, very nice” e a gente com vontade de lhes ir afundar, mas enfim os dólares dão-se bem aqui com os martelinhos e algumas das foices que ainda sobram, mas não era isto que eu estava a dizer.
Como está na moda, o bácoro preto foi à mesa da São. E foi à volta da carne que se iniciaram as festividades.
Eram 20H30 da noite de 26 de Novembro de 2005.
(continua)
alguns aspectos relevantes do 4º Encontro
(uma das pessoas retratadas pediu, e também por vontade dos pais, que o seu retrato fosse apagado. Daí aquelas três manchas, em lugar de fotografias. Mantém-se o anonimato de quem protestou por esta exposição pública. Sem comentários)
29 de Novembro de 2005 às 0:21
mini-saia vermelha,interessante 😉
29 de Novembro de 2005 às 8:42
Há ali uns calçõezitos que me escaparam nas festividades…
29 de Novembro de 2005 às 8:46
@são – acredito que tenha havido mais algumas coisas que te tenham escapado! 🙂
29 de Novembro de 2005 às 9:06
De comer e chorar por mais..
29 de Novembro de 2005 às 10:26
@nikonman – pois foi… mas não me escapou que a menina que nos servia as bebidas tinha sido escolhida a dedo (do meio) e que escrevia com a mão esquerda (o que, como lhe disse a ela, “era vantajoso porque deixava a mão direita livre”)
29 de Novembro de 2005 às 11:27
Muita alegria que se vê nestes rostos que se afundaram na Pax Julia! 🙂
29 de Novembro de 2005 às 11:44
Ai, a menina que nos servia…
Infelizmente para vocês todos, manganos da Afunda, ela apaixonou-se perdidamente por mim que eu bem vi a expressão que ela fez quando me serviu morangos com chantilly…
Ela queria-me comer, não tenho dúvidas nenhumas. E com chantilly.
29 de Novembro de 2005 às 11:48
@SirHaiva – ahahahahaha, convencido, hein?
29 de Novembro de 2005 às 12:27
Falta aqui um “quem é quem”
29 de Novembro de 2005 às 13:57
Faltam muitos…
29 de Novembro de 2005 às 20:04
Afinal haviam shorts e decotes e olhos bonitos e gente sorridente e imperiais em copo de pé alto e loiras e morenas e folhinhos e gajos com calças (acho) e cinturas descaídas e bem e bem… e bem melhor que a primeira selecção de fotos.
30 de Novembro de 2005 às 18:05
Eu também tinha dito ao fodografo que os olhos bonitos não eram para aparecer. O bicho da mina já se está a alambazar e eu não estou a gostar :))
30 de Novembro de 2005 às 18:06
Isto tudo estava no Garrote?!:-)
30 de Novembro de 2005 às 18:07
Já agora, mandem um abraço por mim lá na funda São que eu consigo ver mas não consigo comentar.
1 de Dezembro de 2005 às 11:41
Isso Agora, o abraço por ti já lá mora! E se não acreditam que estava tanta gente no Barrote, vão ao blog porcalhoto que está lá hoje uma fodografia que o prova. A minha sugestão: mudem o nome daquilo para
1 de Dezembro de 2005 às 19:11
divirto-me muito neste blog, há espírito nele
1 de Dezembro de 2005 às 19:41
… Não me lembro de haver assim tanto enfarruscamento no ar. Estivemos perto de algum foco de poluição fabril? 😉
3 de Dezembro de 2005 às 23:32
Não quebrando as correntes da foto do”enfarruscamento” também lamento que a minha exposição só tenha dado direito a um corno (o verde).Assim, a exemplo do pai da outra pretendo que não me enfarrusquem mas que me exponham com os 2 cornos, para que a minha neta (de 6 anos) e que contribuiu para os ditos cornos, veja onde o avô esteve a saborear um dos bons momentos da vida, graças ao esforço de um tal de Niconão e Cª.
4 de Dezembro de 2005 às 19:45
Tu estás é com dor de corno, Car’os Car’alho…