Set 21 2005
RETRATO ARDENTE
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
Eugénio de Andrade
21 de Setembro de 2005 às 11:33
“Sentada aguardo o momento que encerra todos os momentos:
a tua entrada pela porta,
o teu olhar que me sorri.
Imagino como seria bom poder fechar os olhos e deixar-te do lado de dentro,
perto da alma que cria cor sempre que me beijas.
Se soubesses como me sinto feliz e tranquila
os teus olhos iriam sorrir para todo o sempre.”
Publicado por Mad a 10 de Maio de 2005
21 de Setembro de 2005 às 17:07
“É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos,
muitas espadas…”
in Antologia Breve de Eugénio de Andrade
21 de Setembro de 2005 às 18:13
Palavras escritas por poetas e reescritas por seres apaixonados, trazem-nos verdadeiros momentos de encanto e ternura.
21 de Setembro de 2005 às 21:41
RETRATO
Contemplo esse sorriso diáfono
Que me transmite tranquilidade,
Sou uma carta perdida no baralho,
Pretendo um pouco de felicidade!
Entre a cortina de névoa cerrada,
Procuro nostálgica as tuas mãos,
Sensiblizada o quão fui amada,
Apertar-te contra o meu coração!
Ainda sinto tua fresca fragrância,
Na tua pele formosa e aveludada,
E os meus beijos dados com ândia!
O teu derradeiro riso de temperança,
Dirigido a duas rosas muito amadas,
Jamais sairá da minha lembrança!
22 de Setembro de 2005 às 1:38
Belo!