Set 14 2005
SONDAGENS
Em Beja toda a gente fala de sondagens. Umas encomendadas pelo PCP. Outra pelo PS. Há ainda uma outra que foi patrocinada pelo IPB.
Nenhuma delas coincide no resultado final.
O mais interessante é que, ao pedido: “Mostra lá a sondagem”, ninguém sabe quem as tem, quem analisou os resultados ou mesmo qual o universo dos inquiridos.
Uma coisa é certa. A sondagem que está há meses aqui na Praça, continua activa e mostra diariamente os resultados.
E há nesta sondagem um pormenor interessante: toda a gente desdenhou da mesma. Mas a realidade é que o candidato do PCP, que até há 2 semanas se encontrava posicionado em 3º lugar, está agora folgadamente em 2º, ameaçando o candidato do PSD. Deve ter sido dada ordem na Rua da Ancha para os camaradas virem aqui votar. Do lado do PS ninguém reagiu, mantendo-se um tráfego diário de votos normal.
Duas conclusões: os comunistas esperam ganhar nesta sondagem, pois já devem ter perdido as esperanças de ganhar na urnas; e o PS já está convencido que conquista a Câmara.
Ficam aqui os resultados às 10H15 de hoje:
João Paulo Ramôa (PSD) 46% – 339 votos
Carlos Figueiredo (PS) 21% – 151
Francisco Santos (PCP) 29% – 213
Outro 4% – 30
Total de votos: 733
14 de Setembro de 2005 às 10:44
É natural que este Blog, sendo o orgão oficial do PSD em beja, mostra-se a todos nós, estes resultados.Quando fala que o PCP e o PS encomendaram sondagens, esquece-se que o PSD também encomendou sondagens e a prova é este resultado! Saudações
14 de Setembro de 2005 às 10:54
ó vml, só você para me fazer pregar uma grande gargalhada. Então este blog é o órgão oficial do PSD de Beja? Vê-se bem que aterrou há pouco tempo aqui.
O PSD encomendou sondagens? Olhe que essa não sabia eu. Você já sabe mais do meu partido do que eu, o que é um bom sinal. E que resultados deu essa sondagem do PSD?
14 de Setembro de 2005 às 11:15
Infelizmente… ainda falta muito para as eleições….
14 de Setembro de 2005 às 12:27
Caro Nikonman:
Para que uma sondagem seja considerada como tal, tem que obedecer a um número mínimo de critérios mais ou menos científicos, como sejam, entre outros:
a margem de erro;
o desvio-padrão;
o nível de confiança;
o universo de estudo;
a amostra (estratificada, por “clusters”, etc.);
o método de inquérito…
Lembro-lhe, não querendo subtraír valor à consulta que faz, que não deixa de ser elucidativa, que a mesma não obedece a estas regras. O inquirido pode
responder várias vezes (o que não acontece nas urnas), bastando para isso que decorram 24 horas entre votações.
Não há nível de confiança (em percentagem), que é calculado com base numa fórmula estatística, nem desvio-padrão.
A amostra, além de não estarestratificada nem ser representativa do universo populacional de eleitores (cidadãos moradores no Concelho de Beja, recenseados), é flutuante.
Não me intreprete mal: afinal de contas é possível extrapolar qualquer coisa dos dados que a mesma apresenta.
Só não concordo que lhe chame sondagem.
Um abraço.
14 de Setembro de 2005 às 12:44
chico – de acordo.Aliás, eu chamo-lhe “sondagem”, mas também alertei que isto vale o que vale. Para a próxima já não lhe chamo sondagem.
14 de Setembro de 2005 às 15:25
Caro nikonman,
Como foi explicado pelo chico, o que ai tem, não tem remota parecença com algo a que se possa designar de sondagem, por mais aspas que lhe ponha.Inverte o principio do polling, de modo que as respostas partem de uma vontade activa de os inquiridos manifestarem a sua opinião.Um pouco como se passa nas consultas de opinião dos programas televisivos, valem o que valem,ou seja, não valem nada(vide o seu comentário do voto dos “camaradas”).Nem sequer admito que se possa desses numeros extrapolar algo de tangivel, como diz o chico.Parece-me, por razões de diversa indole, que estas serão as autárquicas mais disputadas de sempre em Beja, mas creio que um resultado como o indicado por essa sondagem (a vitória do candidato PSD com uma elevadissíma margem)não é de todo plausivel.As razões para assim pensar, encontro-as na Sociologia politica.As deterministicas do sentido de voto ancoram-se em razões sólidas demais para que uma autentica revolução no panorama socio-politico do concelho, como esta seria, se pudesse verificar.
14 de Setembro de 2005 às 15:38
caro josé – vamos por partes. Já o disse, por variadíssimas ocasiões, que este inquérito ou votação tem o valor que tem (tem o mesmo valor se eu perguntasse se as pessoas preferem beber sumo de laranja, de tomate ou de pêssego).
Quanto ao resultado das próximas eleições autárquicas, seria importante estar no terreno e ouvir as opiniões. Há muita gente descrente da acção do PCP que não coloca sequer a hipótese de votar PS, mas não põe de parte votar no João Paulo Ramôa. As feridas da Reforma Agrária e do Verão de 75 estão ainda por sarar. E não tem sido novidade a transferencia de simpatias do PCP para o PSD. É uma realidade muito localizada e que nada tem a ver com a realidade nacional.
14 de Setembro de 2005 às 16:01
José:
Não concordo consigo quando afirma que nada de tangível poderá advir desta consulta.
Se a fiabilidade dos dados fornecidos é discutível, e disso o Nikonman tem perfeita consciência, o RESULTADO BRUTO das respostas pode ser sempre interpretado (afinal de contas, num inquérito destes, nunca há “respostas erradas”).
A forma como interpretamos é que varia, consoante o nosso posicionamento político, académico ou socio-económico.
Este meu comentário, como o anterior, é meramente académico.
Sou sociólogo, e aprendi que nada, mas mesmo nada, do que recolhemos no terreno é menosprezável do ponto de vista da análise.
Se a fiabilidade é fraca, é certo que temos que tomar consciência disso, independentemente da nossa “equação pessoal” (idade, sexo, crenças, estatuto, etc, etc, etc,).
Mas é um erro pensar que esta ou aquela informação é para deitar fora. Fornece-nos sempre um ponto de vista, uma tendência, mesmo quando os dados não são científicamente recolhidos.
E se essas informações não são dignas de figurar de forma relevante num trabalho científico, não deixam de ter interesse no âmbito do senso comum.
(foi Umberto Eco que escreveu: “uma tese é como um porco: não se deita nada fora”).
Estes dados, como já afirmei e reitero, não são uma sondagem. São uma consulta informal e os resultados “valem o que valem”.
Mesmo uma sondagem cientificamente elaborada não é vinculativa a nada, nem a certeza de nada (há sempre o intervalo de confiança e o desvio-padrão).
Podem não traduzir a vontade do elitorado. Podem até traduzir, não sei (a grande sondagem é a contagem dos votos). Não refletem o eleitorado do Concelho de Beja. Mas querem SEMPRE DIZER QUALQUER COISA. Podem SEMPRE ser alvo de análise.
É este o meu ponto de vista.
Cumprimentos a todos.
14 de Setembro de 2005 às 22:10
Sobre a sondagem, com aspas ou sem elas, já foi praticamente tudo dito. Sobre a consulta, se alguma conclusão se pode tirar é a de que a CDU já ultrapassou largamente o PS e se aproxima a passos largos do PSD, o que me parece natural. Agora é que as coisas começam a aquecer…
14 de Setembro de 2005 às 23:53
Sondagem, consulta, inquérito… Pouco importa! Vale o que vale como o senhor disse. Não me parece correcto é fazer a leitura que você fez dos votos da CDU. A sondagem vale o que vale mas os votos deles também valem…
15 de Setembro de 2005 às 0:01
É óbvio que esta pseudo sondagem não tem qualquer valor científico. Quanto às hipóteses do João Paulo Ramôa penso que serão poucas enquanto o PSD não conseguir apresentar listas a todas as juntas de freguesias do Concelho. É que as eleições não são só na cidade. De qualquer forma, dará um bom vereador!