Ago 08 2005
A RUA DOS INFANTES
Quem trata do trânsito em Beja, trata mal os munícipes e revela alguma incompetência.
Vejamos: a Rua dos Infantes está interdita ao trânsito, exceptuando-se a circulação de transportes públicos, de veículos prioritários e de residentes.
Para quem não conhece, fica aqui uma fotografia onde se pode ver que, devido à sua pouca largura, qualquer veículo de maiores dimensões a circular naquela artéria pode tornar-se num perigo para os peões.
É o que se verifica quando por ali passa o veículo das carreiras urbanas!
foto: joão espinho
Dirão, porém, alguns leitores que quem deseje ir à Praça da República utilizando a carreira urbana não tem outra forma de o fazer.
É aqui que entra o cómico da situação.
É que a carreira urbana só vai à Praça se a Rua dos Infantes se encontrar desimpedida.
Isto é, se nenhuma ambulância estiver à porta do edifício da Cruz Vermelha Portuguesa onde se deslocam diariamente dezenas destes veículos que transportam doentes para tratamento de fisioterapia ou utentes do Lar de 3ª Idade que ali funciona.
Pode também acontecer que na rua se encontre algum veículo de pessoa ali residente (veja-se o exemplo na fotografia).
Nestes casos, o motorista não entra na rua, seguindo o seu caminho sem ir à Praça da República.
Porém, se já se encontrar na Praça e pretender fez o percurso inverso, poderá ter que esperar, pois entretanto terá chegado mais uma ambulância em serviço.
Ora, não me parece que alguém esteja na Praça à espera de um transporte que ora vai, ora não vai, e se vai, não se sabe quando pode continuar a sua marcha.
É uma perfeita inutilidade.
Porém, quem planeou estas “peripécias” das urbanas, não se ficou por aqui.
Prevendo que o autocarro pudesse ter que fazer um tempo de espera (deve ser por isso que ali colocaram um semáforo), o iluminado gestor do trânsito bejense roubou lugares de estacionamento em frente ao Museu e mandou pintar no chão a palavra bus.
Para quê?
Ninguém sabe. Nem os próprios motoristas das carreiras urbanas, pois nunca ali vi qualquer autocarro estacionado ou parado à espera seja do que for.
foto: joão espinho
E pronto. Desculpem-me o tamanho deste relato, mas a asneira é tão grande que não consegui explicar resumidamente o que por ali se passa.
Se alguém tiver dúvidas, deixe-se estar por ali durante um quarto de hora. Tempo suficiente para verificar in loco o que acabei de relatar.
8 de Agosto de 2005 às 10:09
Bem relatado.
Já agora: quem é que autorizou a colocação daquele aparelho de ar-condicionado????
Não fica nada bem ali…
8 de Agosto de 2005 às 10:59
Tanto quando sei que as urbanas só vão á praça por exigência dos comerciantes. Mas penso que as lojas aí não têm mais cliêntes por o autocarro lá ir. Fora das horas de ponta, os poucos utentes das urbanas não descem na praça porque várias vezes observei, quem vai dentro do autocarro até a praça, também volta dentro dele. Por isso acho inutil a ida destes autocarros até a praça. Só uma palavra sobre os motoristas destes ditos cujos. Há um, não sei como ele ainda não atropelou ninguem, passa na Rua dos Infantes com uma velocidade tão grande que os vidros das casas abanam todos.
8 de Agosto de 2005 às 11:50
Beja, cidade do ridículo….
8 de Agosto de 2005 às 21:11
Concordo que a circulação automóvel em Beja é irracional.Por exemplo: como se justifica que o parque da av Miguel Fernandes se localize à saída da cidade? Faria todo o sentido que a rua de Lisboa fosse a entrada da cidade e que quando os visitantes chegassem á avenida tivessem o parque para estacionar e visitar a cidade.Afinal está ao contrário…Mas também gostaria de dizer ao autor deste blogue, que nem tudo na cidade está mal e ainda não vi nada que merecesse a sua concordância.
8 de Agosto de 2005 às 22:08
O amarelo até fica bem no chão e dá um ar europeu à cidade. Já era tempo que nas ruas da cidade de Beja apareça a palavra BUS.
O programa POLIS até foi pago pela Comunidade Europeia…
9 de Agosto de 2005 às 0:00
Enfim,muita coisa está mal em Beja,há que mudar,é preciso é que as pessoas o compreendam e nem sempre isso acontece.
9 de Agosto de 2005 às 19:26
Nem tudo está mal… mas pouco é o que ficou bem após as intervenções do programa Pólis. No minimo, pouco é o não tem merecido contestação por parte da população em geral.
Por vezes tenho a sensação de que o planeamento desta cidade tem sido feito mais a pensar em quem a visita do que a pensar em quem nela vive.
Admito no entanto estar enganado e que as intenções são as melhores.
10 de Agosto de 2005 às 13:55
De boas intenções está o inferno cheio …
30 de Agosto de 2005 às 22:24
..gostava de salientar um outro local que é também o reflexo de uma boa decisão no que respeita ao transito. Um dos grandes centros comerciais de beja junto aos marchés e macdonalds tem apena suma entrada e saída para o transito, não são poucas as vezes que se geram ebgarrafamentos. Não sei se o objectivo é mostrar aos visitantes da cidade potenciais engarrafamentos ou se é mais uma decisão de m…