Jul 06 2005
O PCP E O COMÉRCIO TRADICIONAL
Seguindo o que os seus mais directos rivais (PSD e PS) já fizeram, Francisco Santos (CDU) reuniu-se ontem com a Associação Comercial do Distrito de Beja.
No final do encontro, o candidato do PCP afirmou: “(…) que se vencer as autárquicas vai trabalhar em conjunto com a Associação Comercial na resolução dos problemas dos lojistas.“.
Ficam bem ao candidato estas boas intenções.
Mas o que Francisco Santos deveria ter dito não disse!
É que o maior problema dos comerciantes é a desertificação do centro da cidade. E este abandono é, e muito, da responsabilidade da autarquia…. da CDU!
Não reconhecendo os erros cometidos, Francisco Santos é conivente com os mesmos.
E pode pois continuar a fazer promessas de cooperação com os comerciantes que ninguém o vai levar a sério.
6 de Julho de 2005 às 11:29
Lamento que tenha essa opinião sobre a Autarquia, apetece-me perguntar-lhe e vou fazê-lo.Responderá se assim o entender. Será que se estivesse na Autarquia faria melhor do que tudo aquilo que tem sido feito? A sua voz é só de critica, nunca de ideias e soluções e porque não de proposta…acho que deverá pensar sobre isto!
6 de Julho de 2005 às 11:52
Sandra – em primeiro lugar deixe-me dizer-lhe que é uma honra tê-la aqui a comentar no meu blog. Faz muito bem e a sua participação será uma mais- valia para a Praça da República.
E respondo-lhe com uma pergunta (sei que não é muito ético, mas a Sandra até vai compreender):
– quando vai a um restaurante e não gosta do que lhe servem, tem por hábito dizer ao cozinheiro como é que o prato deve ser cozinhado? Ou, pelo contrário, manifesta a sua opinião crítica? Já viu que até nos restaurantes há livros de reclamações (não há livros de sugestões e propostas – isto existe nos serviços públicos, onde são colocadas em caixinhas apropriadas).
Um executivo camarário é democraticamente eleito e tem por obrigação resolver problemas. Quando é a própria autarquia que os cria, não deverá estar à espera que os munícipes estejam de braços cruzados e boca calada.
Eu sei que me vai acusar de que a crítica é mais fácil do que apresentar propostas. Mas na vida pública temos que estar preparados para isso e saber dar ouvidos às críticas. Elas são já, em si, uma forma de participação cívica.
Volte sempre, pois muito honra esta Praça a sua vinda aqui.
6 de Julho de 2005 às 12:07
Senhor Nickonman, é verdade que a desertificação do chamado Centro Histórico contribuiu para a morte do comércio tradicional.Mas, não é V.Exª defensor de mais alteraçãoes ao famigerado PDM, que o mesmo é dizer mais terreno para a “sociedade da construção civil”, construir e especular?Não é o senhor um acérrimo apoiante do principal defensor de um novo PDM? Já nas últimas eleições esta era a principal ideia do seu partido que, à falta de ideias de todos os outros, pelo menos teve uma, ainda que perversa, em meu entender.Pois bem, o comércio não é apenas vítima do estado de abandono e desqualificação social, histórica e urbana do Centro, ele é, também, e muito, o resultado de uma cidade que cresceu na periferia provocando uma óbvia sangria de pessoas e vida no Centro Histórico.Conhece o “Principio dos Vasos Comunicantes”? Tem obrigação de conhecer.Mas o comércio é, principalmente, vítima de si próprio.Enquanto os senhores comerciantes foram reis e senhores,sendo Beja uma das cidades mais caras dio país, lembra-se?; nunca se preocuparam em inovar,em tratar bem os clientes,em se especializar.Agora choram sobre o leite derramado, à espera de uma solução que está em grande medida neles próprios.Por isso escusam de atirar areia para o ar, porque ela , inevitavelmente, lhes cairá em cima.Dos comerciantes e do senhor Nickonman, que fala de tudo o que lhe interessa, mas sabe muito pouco daquilo que fala.Na minha terra, na nossa terra, chama-se a essas pessoas, “fala-baratos”.Olhe tire fotografias, que eu gosto muito das suas fotos.Sem ponta de ironia.Gosto mesmo.Beijos, onde você mais gostar…
6 de Julho de 2005 às 12:28
anónima – vamos por partes. (e não comento os seus piropos. desejo manter elevação na conversa)
PDM – de facto foi o PSD na campanha de 2001 quem primeiro abordou o assunto e fez da revisão do mesmo uma bandeira. Mas, certamente estará recordada, no último debate entre os candidatos, Carreira Marques afirmou que a revisão do PDM era uma prioridade sua (apropriou-se da iniciativa) e que se iria empenhar na mesma. Que eu saiba Carreira Marques não tem interesses no mercado imobiliário. E a ideia de rever o PDM não é perversa. Se o é para si, aceito, mas o mesmo não pensará a maioria dos munícipes.
Relativamente aos comerciantes: olhe, aconselho-a a ler o que escrevi aqui na Praça, por diversas vezes, sobre os mesmos e sobre a Associação que defende os interesses dos mesmos (anterior direcção). Olhe que nos comentários não fui poupado a “mimos” atirados sob a capa do anonimato.
Mas como não se vai dar a esse trabalho, posso dizer-lhe que concordo em absoluto com a sua afirmação: “Mas o comércio é, principalmente, vítima de si próprio.Enquanto os senhores comerciantes foram reis e senhores,sendo Beja uma das cidades mais caras dio país…”!
Volte sempre e deixe-se lá dessas coisas dos beijos não sei aonde!!!
6 de Julho de 2005 às 12:51
Senhor Nickonman, pela primeira vez estamos quase de acordo, e ainda há quem não acredite em milagres….É evidente que o candidato da CDU, à falta de ideias, de um projecto para a cidade ou de uma ideia de cidade, se agarrou como uma lapa ao PDM.Cada um agarra-se aonde pode e o deixam, para assim desafiar as leis da gravidade, que você também conhece e que, na política são tão evidentes…Não fale nos nossos municipes.Ainda não reparou que a maioria, a esmagadora maioria, a quase totalidade, todos, excepto nós dois: eu e você, são uma carneirada e ninguém tem a coragem de lhes dizer isso? Eles não servem para atestar o que quer que seja.Apenas para votar porque parece que sabem ler e escrever.Com erros, mas os votos apenas exigem uma cruz.Já viu se as pessoas para votar tivessem que responder a um questionário sobre cultura e cidadania?Quantos votavam? Assim, o meu voto e o seu vale tanto quanto o do velho e saudoso Max, não confundir com Marx(cruzes canhoto)ou o do mais indigente sonso como o candidato a Lisboa Carmona de seu nome, e de apelido Rodrigues.Sobre os “beijos aonde”, espero que os mesmos não lhe tenham criado qualquer embaraço conjugal.No entanto, como cuidado para que tal não venha a acontecer, despeço-me com um até breve, tão breve quanto você o desejar,e um beijo na face, local mais recatado e menos inconveniente…mas também menos evocativo ou sugestivo.Concorda?
6 de Julho de 2005 às 14:28
@senhora – eu não seria tão deselegante nos epítetos que lança sobre os cidadãos. Essa sua postura é arrogante e, como sabe, a arrogância, não sendo pecado, é muito feia, principalmente quando não há razões aparentes para a ostentar.
Volte quando quiser e quanto aos beijos, pois com o calor que está só mesmo daqueles jogados na palma da mão e quem quiser que os agarre.
6 de Julho de 2005 às 14:35
Também já tive pena dos comerciantes mas a partir do momento em que vi que num sábado á tarde, altura em que sabe tão bem estar numa esplanada a comer caracóis, não encontrei um único café, pastelaria ou tasca, abertos no centro histórico, fiquei com a sensação que ninguem quer trabalhar…Em qualquer cidade que deseja chamar as pessoas para as suas artérias, os comerciantes
6 de Julho de 2005 às 14:48
Alexa – concordo plenamente.
6 de Julho de 2005 às 15:11
Senhor Nickonman,o contrário ou um dos contrários de arrogância é a hipocrisia, sentimento que está muito na moda.Ou por conveniências pessoais ou políticas.Todos pensamos de uma forma e dizemos de outra.Chamamos a isso humildade,que é uma expressão muito cara ao catolicismo ibérico e , curiosamente, ao comunismo.Quem diria? Lá por dentro, sabemos e sentimos a mediocridade onde boiamos.Eu sei que você sabe que nós sabemos a piolheira em que esta cidade está transformada,muito por culpa dos seus munícipes.Confunde-se, também, arrogância com coisas que só podem ser pensadas, nunca ditas.É politicamente correcto.Digo de novo, reafirmo, aquilo que penso sobre a carneirada.Não mudo uma vírgula, um ponto final, uma letra,uma palavra.Beijos nas palmas das suas mãos…já que está muito calor…
6 de Julho de 2005 às 16:00
@senhora – “o contrário ou um dos contrários de arrogância é a hipocrisia” – eu diria que são complementares, andam associadas a maior parte das vezes, porque ambas iludem, ambas escondem algo mais. Poderíamos ficar aqui a falar sobre as motivações de um hipócrita, até citar Michel de Montaigne, mas acho que isso seria fastidioso.
Quanto à sua afirmação “Confunde-se, também, arrogância com coisas que só podem ser pensadas, nunca ditas.É politicamente correcto”, pergunto-lhe se não será essa também uma forma de fomentar “a piolheira em que esta cidade está transformada”? Não acredita em rupturas? Não se sente capaz de contrariar o “politicamente correcto”? Olhe que por algum lado se pode começar.
Deixo-lhe aqui um refrescante “até breve”!
6 de Julho de 2005 às 16:20
Senhor Nickonman, parece-me um homem encalorado. Aqui no sossego refrescante do ar condicionado.Aqui onde apenas ouço os passarinhos lá fora.Aqui na solidão só do meu escritório,leio e penso em cada palavra que me disse, procurando encontrar nelas, não direi uma complementaridade de ideias mas o mesmo desassossego de que falava Fernando Pessoa, a mesma angustiosa inquietação de Mário- de- Sá- Carneiro, a mesma crueza e desassombro do tão falado “Medo de Existir”.Procuro e não encontro em tudo aquilo que me disse esse fermento que provoca as rupturas.Principalmente aquelas em que acredito:culturais e mentais.A ruptura que me fala é, para mim, apenas e tão só uma mera mudança de nomes.Pergunte no seu prestimoso “Blogue” qual a ideia de cidade que os putativos candidatos à nossa autarquia, têm.Eles apenas saberão apenas falar do famigerado triângulo estratégico de SINES -ALQUEVA E AEROPORTO, quando o triângulo verdadeiramente estratégico para esta cidade é outro e está a montante deste.O triângulo de que falo,embora sabendo que é para as paredes, já que não tenho a fé e a qualidade literária de António Vieira, para pregar aos peixinhos,não os do lago do parque urbano, mas aqueles que andam nas ruas da cidade,é constituído por três vértices:Cultura,educação e conhecimento.Beijos
6 de Julho de 2005 às 16:32
Nikonman desculpa interromper o vosso diálogo…
Caro anónimo(a) – não tem uns livrinhos para arquivar ou arrumar nas estantes e dar lucro ao patrão?
Já agora, o ar condicionado já está arranjado?
6 de Julho de 2005 às 16:39
@senhora – as rupturas culturais normalmente são anunciadas por quem consome produtos culturais descartáveis produzidos em instituições e gabinetes com ar condicionado (esta não tem nada a ver com o bem estar do seu escritório e da imagem bucólica dos passarinhos a cantar).
De “chavões” idênticos estamos todos nós fartos e é por essas e outras idênticas é que a “piolheira” se propaga, atingindo até seres que julgávamos imunes. Amaldiçoamos o betão, mas somos incapazes de viver na palhota. Dizemos mal das urbes super-povoadas, mas fugimos para a capital do império para consumir a cultura institucional oferecida em FNAC’s e CCB’s. Desculpe, cara senhora, mas essa da cultura-educação-conhecimento fica bem para os nostálgicos de Paris em Maio de 68.
Até logo!
6 de Julho de 2005 às 17:07
Senhor Nickonman, no melhor pano cai a nódoa.Já vi a matéria de que é feito.O senhor quer betão e mais betão.Olhe, tire fotografias com cimento, não disse sentimento.O seu desígnio é mais de coltura, minis e hiper-mercados.São gostos…e logo quando eu pensava que talvez encontrassemos um ponto de entendimento.Não tenho nada, antes pelo contrário, contra a FNAC ou o CCB.Que pena a nossa piolheira não ter algo semelhante.Mas o que é bom é bimba:Quim Barreiros,botas caneleiras,patos bravos,cheirando a esterco, o pastor da Ovibeja, os bigodes do comendador, é melhor.Maio de 68, credo, que heresia, eu que até nem era nascida.Apesar de um certo tom desabrido, que me começou a fazer cócegas, não onde poderá pensar, mas nas mãos e na cabeça,sou uma lady, beijos
6 de Julho de 2005 às 19:18
Neste meio tempo em que esta muito interessante troca de ideias atravessou esta nada deserta praça, menos pés calcorrearam a velha urbe.
Está a morrer. Todos os dias com os velhotes que resistem resignados até que a morte os leve da morte em vida que é a cidade.
El casco viejo como dicen en españa.
Que seule ser el orgullo de las ciudades castellanas.
Pero que aqui, en Beja, muy cercano a ellos se parece más con un cementério. Que ya basta de veermos la ciudad morrir-se mientras los politicos se atreven a llenar las mentes creentes con promessas vanas.
Quieren que la ciudad se llene de juventud e de comércio? Pues bien, Pongan los ojos en nuestros vecinos. Si creen que no son lo suficiente listos como para imitarlos, que los llamen para que se vengan aqui a enseñar-nos. Antes los Castellanos que los Chinos….
10 de Julho de 2005 às 12:03
Não, mil vezes,não!O problema está posto ao contrário.É a desertificação das cabeças do “Comércio Tradicional” que contribui e muito para a desertificação do centro da cidade, não a desertificação do centro urbano que contribui para a desertificação das caixas registadoras doa ditos senhores.
11 de Julho de 2005 às 12:47
A responsabilidade deve ser dividida!
Quantos comerciantes “engordaram” às custas dos pobres habitantes desta cidade?
Que preços praticaram ao logo de toda a sua existência comercial?
A entrada das grandes superficies comerciais em Beja era impossivel de barrar!
Quanto a mim, podem continuar a chegar … são bem vindas!!!
Para já, gostava da FNAC !!!!!