Mai 29 2005
EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS
foto: ernst brechbühl
A estimulação dos órgãos genitais, a masturbação, pode aprender-se nas escolas. Mas não em salas de aulas onde professores/as desconhecem o seu próprio corpo.
Não consigo perceber a discussão (pouco honesta) que se gerou sobre um documento, repito, DOCUMENTO, que nada tem a ver com Educação Sexual, pois essa disciplina não existe, dado que, até hoje, nenhum Ministério da Educação a criou, e tão pouco há professores especializados na matéria.
Conselho aos pais: o trabalho de casa é, neste caso, para fazer mesmo. A comunicação com os nossos filhos continua a ser essencial.
29 de Maio de 2005 às 11:01
Tens toda a razão. O que existe é só um documento e não um programa.
29 de Maio de 2005 às 13:43
Fitava ao longe sem que os olhos vissem fosse o que fosse. À sua mente vinham-lhe lembranças que a tinham marcado para sempre.
As pancadas da sua mãe quando a tinha surpreendido na descoberta do seu corpo ainda nos primeiros anos de vida. A confusão que se instalara quando entre lágrimas de choro perguntara à sua mãe o porquê? E a resposta dela a chamar-lhe porca, e a bater-lhe ainda mais.
Anos mais tarde, a violação e as ameaças do tio. A morte deste uns dias mais tarde num acidente quando bêbado caira da motorizada. Jamais lhe saira do pensamento a ideia que ela era a culpada. Tinha-lhe desejado a morte e quando o acidente aconteceu quase que ia enlouquecendo. Chorava os dias inteiros pensando que o tinha matado com o ódio que lhe tomara.
Disto tudo ficara-lhe uma aversão aos homens. Os familiares, gente rude e sem educação nem sensibilidade, assumiram sem questionar o seu distanciamento em relação ao sexo oposto.
– É o feitio dela.- diziam.
– É tímida….. Não, não tem namoro… Pois, é assim….Olhe ela é que está bem! Tem sossego..-
E lá continuavam nas suas vidas, deixando-a para trás, esquecida e distante.
A meia idade chegara.
Agora ali estava. Na consulta médica.
Acordou do pensamento que tomava em todas as horas da sua vida sempre que o ócio ou a espera a afastavam das tarefas diárias ocupando-lhe as profundezas do espírito.
– Então como está? Como se tem sentido?-
Perguntou o médico, enquanto lhe media a tensão.
– Ora doutor. É o costume. O problema dos nervos, uns dias melhor outros pior. Mas lá vamos….
O médico sorriu, enquanto olhava para o relógio.
Baixou os olhos e escreveu apressadamente a receita habitual. Era a última doente de hoje e inspirou fundo.
– Já sabe como é. Antes do deitar e ao meio da tarde como de costume…-
Levantou-se dirigindo-se a ela para a acompanhar até á porta.
O seu olhar, percorreu de relançe o corpo do clinico parando um instante no volume das calças. Logo de seguida mortificou-se por estar olhando para aquele sítio.
Sentiu-se tomada daquela terrivel ferida interior que consumira toda a sua vida, mas que era a sua companheira eterna, sem a qual já não saberia viver.
Pensou conformada com a sua sorte:
– Ai estes nervos…..-
29 de Maio de 2005 às 18:10
Este post é excelente,só tu consegues dizer em poucas palavras o que muitos já tentaram dizer em milhares das mesmas,ainda bem que há este blog!.
30 de Maio de 2005 às 10:30
Bem eu ja deixei a escola ha mt tempo, bem tirando aescola da vida q nessa ando sempre a aprender, mas q me recorde nc tive tal disciplina, nem nc tal de discutiu ( bem pelo menos no meu tempo) qt mais programa :s mas seria mt bom q os miudos tivessem tal disciplina axo q os beneficios seriam mts 🙂
30 de Maio de 2005 às 11:01
o pai pergunta ao aluno: o que tens para fazer de trabalhos para casa?
o aluno: bater uma punheta.
30 de Maio de 2005 às 14:18
Bolas, não sei o que me atingiu mais profundamente! Se o texto do nikonman se o comentário do charlie. O que se escreve por aqui por vezes arrepia, de tão bom que é! Obrigado por (mais) este grande momento.
30 de Maio de 2005 às 14:34
É o assunto que se fala em todo o lado.
Imagem e video exemplificativo aqui. Mas há uns que têm o dom de tudo dizer em poucas linhas. “A estimulação dos órgãos genitais, a masturbação, pode aprender-se nas escolas. Mas não em salas de aulas onde professores/as desconhecem o…