Mai 12 2005

PALCO DAS ARTES -6-

Publicado por as 19:00 em Blogosfera

O meu contributo semanal para o programa “Palco das Artes” (RADIO Pax, 101.4 FM,5ªs 18h-19h00), onde falo de blogs e blogosfera.

Fazer humor e ter piada não é coisa fácil. Basta olharmos para mediocridade de muitos dos programas, ditos de humor, que as nossas TV’s apresentam.
Escrever um blog com humor será, provavelmente, ainda mais difícil.
Complicado mesmo é escrever com humor, num blog, de forma continuada e durante meses e meses a fio. E escrever sobre as nossas vidas com alguma piada é então uma tarefa quase impossível.
Sim, porque as nossas vidas não estarão muito cheias de humor.
Mas há quem consiga rechear de piada pequenos episódios do seu dia-a-dia. É o relato da vida de um homem casado, pai de uma filha e que também tem sogros, pois claro.


Escreve assim o homem casado, falando da sua forma física:
“O facto da minha mulher se fartar de falar da minha barriga, faz-me pensar um pouco sobre isso. Gosta de comentar a mesma quando eu passo por ela mostrando o meu belo tronco nu. “Olha para esta barriguinha linda. Se eu tivesse tanta celulite como tu tens barriga….” Acabo por não perceber muito bem onde é que ela quer chegar com essa conversa. O que raio é que a minha barriga tem a ver com a sua celulite? Se ela quisesse fazer comparações que eu perceba, que compare a minha barriga com o seu peito. Aí sim fazia sentido: “Se eu tivesse tanto peito como tu tens barriga….” Seguido por um suspiro. Agora a celulite? Qual é a comparação aqui? Será inveja? É verdade que tenho um certo orgulho na minha linda barriga.
E que linda barriga é a minha. Quantas barrigas têm o privilégio de receber elogios do sexo oposto? “Tomara eu que o meu marido (namorado; amante; etc.) tivesse uma barriguinha linda como a do teu marido.” As vezes que eu ouço isto, seguido imediatamente por uma festa na mesma.
Ele é tão vaidoso, no bom sentido, que chega a dizer: “que um molde da minha linda barriga deveria ter um lugar de destaque em qualquer museu de arte contemporânea, pois é exactamente disso que se trata: arte contemporânea.”
Os diálogos do homem casado com a filha são também uma delícia. Numa ida a uma loja, para comprarem uma prenda à mãe, a troca de palavras foi assim:

– Pai, hoje fomos visitar o laboratório de ciências da escola.
– Muito bem. E o que é que viram?
– Vimos um boneco despido.
– Estava nu?
– Sim, não tinha pele e tinha coisas lá dentro. Depois a professora mostrou-nos a bexiga e o ténis.
– O ténis?
– Sim, por onde sai o chichi.
– HAAA, o pénis.
– Foi o que eu disse, o ténis.
– Não. Diz-se pénis. Experimenta lá.
– Ténis.
-Não. Pééééé-niiiiiiss.
– Téééééé-niiiiiiisss.
– Olha, diz pila.
– Disseste uma asneira.
– Não disse nada. Pila não é asneira.
– É sim, vou dizer à mãe quando chegarmos a casa.
– Não filha. Pila é a mesma coisa que pénis.
– Não é nada porque pila é uma asneira e ténis não é.
– Porra, não é ténis é pénis.
– TÉÉÉÉÉÉNIIIIIIIIIIIIISSSS.
– Olha, consegues dizer ALHO?
– Sim, porquê?

Pode ler isto e muito melhor em Vida de Casado.

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2 Resposta a “PALCO DAS ARTES -6-”

  1. Patinho Feio diz:

    Vai lá ver se gostas:

    http://quac-quac.blogspot.com/2005/05/no-vais-ficar-no-sof-pois-no.html

  2. Casado diz:

    O que posso eu dizer?
    Muito obrigado pela referência e pelos elogios.