É uma feira. A grande Feira do Sul, como se costuma dizer. Há quem diga que é já a maior feira do País.
Todos os que aqui vivemos deveremos sentir orgulho nesta grande realização.
Mas a OVIBEJA é muito mais do que as centenas de expositores, os concertos, as provas gastronómicas, as provas desportivas, etc…
A OVIBEJA é uma montra. De hábitos e costumes. Também de vaidades e presumíveis elegâncias. A feira é um espelho. Onde muitos se vêem e revêem. Outros aguardam desesperadamente os dias de um ano inteiro à espera destes escassos 7 dias para encontrar o seu momento de glória, de viver umas horas de uma felicidade iludida.
O meu olhar sobre a OVIBEJA tem sido, quase sempre, a de quem está atrás de uma objectiva. Vou em busca de um pormenor, de um rosto, de uma expressão. Fujo da multidão porque me causa ruídos na película. Mas olho. E sei “ler” a pose temporariamente desinibida, o olhar que insinua mas se esconde, a roupa estreada mas desadequada, o perfume estranho de fragrâncias exóticas à mistura com aromas de ruralidade.
Este ano regressarei aos bastidores desta grande montra. Prometeram-me um novo olhar, uma visita guiada. Aceito. E a máquina será implacável, pois tem o condão de congelar momentos, mesmo que tenham a duração de um milésimo de segundo.
(trarei à Praça alguns desses registos: em imagens e palavras)

na OVIBEJA/2004 – foto: joão espinho