Mar 18 2005
FIM DE SEMANA
Procurem e descubram os recantos esquecidos da vossa terra.
Bom fim de semana!
Beja
foto: joão espinho
Mar 18 2005
Procurem e descubram os recantos esquecidos da vossa terra.
Bom fim de semana!
Beja
foto: joão espinho
19 de Março de 2005 às 10:03
Fotografia técnicamente perfeita. Mas para além do aspecto formal e artistico há muito mais a dizer. Sensivelmente no ponto “G” desta foto, (que não é o centro geométrico) existiu em tempos uma chamada “casa de ensaios”. Verdadeira academia de música, teve a distinção e previlégio de ter tido presente entre as suas vetustas paredas gastas de séculos, muitos dos grandes nomes da musica nacional, e até internacional. Durou mais de duas décadas. Estava afichada nos aquivos da Pide como sítio supeito. Nessa época, todos os musicos eram gente mais ou menos suspeita, mormente jovens que tocavam e cantavam musica estrangeira. Aquele espaço, de músicas e experiencias marginais,
atravessou a época turbulenta da esperança á solta misturada com o oportunismo dos quentes anos 70. Esteve na linha da frente do novo Rock Português e sem se saber bem porque murchou como os cravos. Conheceu enquanto durou várias fomações musicais e era, como já disse, ponto de encontro obrigatório dos aficionados e protagonistas da cena de então. Quando da primeira formação vivia-se a época dourada dos grupos de baile. Coincidiu com a primavera Marcelista, fim do regime de Salazar. Havia em Beja uma meia duzia de grupos, e todos tinham que fazer. O Grupo de então, inquilino da casa da Travessa do Cepo, era o Hawai, onde o saudoso Emídio Zarcos se iniciou na sua carreira de exímio baterista. Seguiram-se o “Revisão da Matéria” mais tarde só Revisão, assim como o grupo de rock português “Hictal”, a par de formações espontâenas e efemeras, muitas vezes de ocasião. Tudo tem uma época e todo o mundo é feito de mudança como diz Luis Vaz de Camões. Aquela casa também mudou com as mudanças do tempo. Mas para meu agrado, recuperou algum do espirito académico que durante tanto tempo nela se respirou. Grande bem hajam, oh Memórias que nos acompanham. Curvo-me com respeito perante vós…