Fev 08 2005
Uma história de Carnaval
Hesitei no disfarce para a festa de Carnaval. Poderia aproveitar a penumbra da noite e os reflexos das luzes da discoteca para me apresentar com um traje arrojado. Poucas ou quase nenhumas seriam as caras que me iriam reconhecer. Decidi fazer-me passar por uma gaja sensual, mini-saia à maneira, umas meias escuras transparentes. Rapei tudo o que era vestígio de pelo corporal. Alguns problemas surgiram com os peitos e o volume do pénis. Teria que disfarçar este e fazer realçar aqueles. Lá me consegui arranjar e, embora o decote não salientasse mais do que aquilo que tinha, o órgão sexual ainda se conseguia perceber, mas acreditei na ilusão do escuro. Os sapatos também não favoreciam muito a imagem, para além da enorme dor de pés. Antes de sair, vi-me ao espelho. Achei que a gaja não estava mal de todo.
Ao entrar reparei que alguns olhos se interrogavam sobre a verdadeira identidade da gaja, se seria mesmo uma tipa, daquelas muito masculinas, se seria um travesti, dos verdadeiros, se seria gay ou se seria alguém à conquista de prazeres inopinados.
Olhei para um gajo com um ar meio metrosexual, calças de ganga justas, a saliência sexual bem avolumada e pensei cá para mim, que tipo de disfarce seria aquele. A verdade é que o gajo já não me largou e eu comecei a ver a vida a andar para trás. Literalmente!
À primeira investida ainda me fiz de desentendido, mas o toque suave da sua mão fez-me vibrar os sentidos. Comecei a ficar preocupado com as minhas opções sexuais, pois até à data não me tinha descoberto tendências homossexuais. Percebi que o gajo estava mesmo no engate e em condições normais os seus olhares seriam um convite para uma noite de sexo. Vi-o afastar-se e, passados alguns minutos, passa por mim e dá-me um papel onde li
8 de Fevereiro de 2005 às 21:35
Genial!!!
🙂
8 de Fevereiro de 2005 às 21:55
Ou de como o que se preparava para acabar bem…acabou em sopas!
8 de Fevereiro de 2005 às 23:13
absolutamente fantástico!!
9 de Fevereiro de 2005 às 1:34
Depois da desilusão do primeiro encontro, resolví voltar a entrar para o baile. Como já tinha tirado os adesivos, não mais poderia esconder o volume nas minhas justas calças.
– Que se lixe.- Pensei. -Também é Carnaval, ninguém há-de levar a mal!-
E assim meio entrojado, limpando o rimel e o baton, dei por mim já no recinto do baile. Surpreendemente reparei na lésbica a olhar-me numa ponta do recinto. Estava falando com uma amiga, enquanto apontava para mim. Sorri-me. -A vida reserva-nos vada surpresa!- Uma mulher tão linda e afinal anda com aquela…
Nisto dei conta como ela se tinha afastado. O seu olhar não disfarçava o convite à dança. Da lésbica nem vislumbre. O meu coração começou a bater com mais força.Iniciámos uns passes parecidos com o tango, entrelaçamos as pernas e olhamo-nos fixamente.
Ela sentiu que eu a desejava. Senti-lhe o corpo, colado ao vestido, e percebí que também ela ardia em desejo. Puxei-a pela mão e encaminhei-a para o wc mais próximo. Não nos preocupámos com transgressões.
Abri-lhe o vestido e fui descendo a língua até que ela me fez parar. Olhei para ela surpreendido, pois ambos pareciamos querer apagar ali o fogo que traziamos dentro.
Ela virou-se de costas e eu percebí as suas intenções. Agarrei-lhe as ancas, puxei-a para mim e possui-a por trás.
Recompostos, regressamos ao recinto. Ela beijou-me de depois de dois passos de dança largou a minha mão á laia de despedida. Sem olhar para trás dirigiu-se a amiga lésbica que me fitava de forma matreira e até algo insolente. Por um instante julguei estar a ser alvo de chacota da parte dela. Tocava uma música Brasileira. Fui ao Bar buscar uma cerveja. Estalava os dedos ao ritmo da música.
Enquanto a bebia quase num só sorvo, pensava como era bom não ter-me enganado desta vez. De repente algo em mim despertou. Enquanto a cerveja me escorregava gulosamente pelas goelas algo fez-me voltar para trás.
Como um clique o último golo ficou-me atravessado na garganta quando tornei a mira-la da cabeça aos pes……
9 de Fevereiro de 2005 às 13:33
Que inspiração. Nem sei que diga.