Fev 25 2005
CRÓNICA RADIO PAX (25/2/2005)
As eleições do passado Domingo trouxeram-nos resultados que, para alguns, terão sido surpreendentes pela sua expressividade.
A maioria absoluta do Partido Socialista, embora desejada pelos seus dirigentes, era para muitos um sonho irrealizável. Para outros seria um pesadelo impossível.
Também a derrota do PSD era esperada, mas os números da catástrofe eram impensáveis e nenhum militante social-democrata esperou que a desgraça fosse tão grande.
Mas nestas coisas das eleições e da democracia quem manda, e bem, é o povo e este disse que não queria mais Santana Lopes e a aliança de direita a governar o País.
Há porém quem se incomode com os resultados das eleições porque contribuiu para eles e é chamado à responsabilidade e esta, a responsabilidade, é uma coisa difícil de assumir, principalmente quando essa assunção implica a perda de influência, de poder e, consequentemente, de algumas benesses de que se usufruía enquanto detentor desse poder. É difícil, sabe-se, reconhecer-se a culpa.
É o caso de alguns dirigentes distritais do PSD. A Comissão Política Distrital do PSD, na pessoa do seu Presidente, chamou a si toda a responsabilidade pelo processo eleitoral, desde a escolha dos nomes a integrar a lista de candidatos até à subserviente atitude de aceitar todo e qualquer nome que lhe fosse imposto por Santana Lopes. É nesta fraqueza, não consentânea com o perfil de um político de espinha dorsal consistente, que reside uma das maiores responsabilidades do actual Presidente Distrital do PSD. Já não falo da falta de democraticidade no processo de elaboração da lista de candidatos. Amílcar Mourão sabe melhor que ninguém a forma como a elaborou, quem ouviu e quem não quis ouvir, pelo que não se pode queixar agora de muitos militantes se terem afastado da campanha. Casa onde se é mal recebido, ou mesmo hostilizado, não é certamente o melhor lugar para se visitar.
Amílcar Mourão também sabe, e conhece-as melhor que ninguém, as fraquezas do órgão a que preside. Desmembrada e sem objectivos, a Distrital de Beja é hoje o espelho do seu Presidente: vive do oxigénio que lhe é dado por um ou outro vogal, sobrevive com algumas alavancas que lhe são emprestadas pelo autarca de Ourique eleito deputado pelo Porto e mantém-se em funções porque assumir a derrota é uma coisa muito dolorosa.
Todos os políticos sabem que os cargos que desempenham têm o seu tempo e são de duração efémera. Uns sabem sair na hora exacta e sabem fazê-lo de cabeça erguida. Outros, para quem o poder é única coisa interessante na vida, agarram-se à cadeira, como se fosse ela o seu único meio de sobrevivência. É feio, desprestigiante, diria mesmo, é muito mau, quando alguém não sabe ter o discernimento suficiente que proporciona atitudes sensatas e de elevada honra.
Amílcar Mourão e o que resta da sua equipa só teria a lucrar se soubesse reconhecer os erros cometidos e não tentasse, de forma desesperada, imputar culpas para este ou aquele militante e para esta ou aquela opinião.
O PSD é um partido grande demais para que se possa estar, neste momento, a perder tempo com questões que não sejam a da sua regeneração e renovação, para que possa renascer fortalecido e preparado para assumir a governação quando a isso for chamado.
Os líderes passam e o Partido fica. O tempo desta Distrital já passou. Por isso, farão um grande favor ao PSD e à região se, de forma humilde mas elevada, souberem sair antes do tempo da humilhação.
25 de Fevereiro de 2005 às 9:13
As secções de Almodôvar e Beja do PPD/PSD vieram a público nos últimos dias, através dos Órgãos de Comunicação Social, pedir a demissão da Comissão Política Distrital. Surgiram estas posições após o conhecimento dos resultados eleitorais e a reboque das posições pessoais tomadas por dois militantes: Luís Serrano e João Paulo Ramôa.
Recusando entrar em guerras estéreis, reveladoras de uma intensa actividade política que, lamentavelmente, não se verificou com a participação em acções positivas durante a campanha eleitoral de alguns dos que agora vêm a terreiro, entendem os signatários esclarecer, a título pessoal, o seguinte:
1
25 de Fevereiro de 2005 às 9:16
Que rapidez, companheiro laranja.
E repetitivo. Já é o 3º comentário repetido. Por isso o destaquei. Aqui na Praça fomentamos o contraditório. É pena que outros não o saibam fazer.