Fev 18 2005
CRÓNICA RADIO PAX (18/2/2005)
Termina hoje à meia-noite a mais longa campanha eleitoral a que o nosso País assistiu em democracia.
A mais longa porque desde o dia em que Durão Barroso entregou nas mãos do Presidente da República a solução para a crise desencadeada com a sua ida para Bruxelas, o País nunca mais viveu tranquilamente, entrando-se num rodopio politico partidário cujo desfecho só no próximo Domingo conheceremos.
Desde esse dia passaram já quase 8 meses, tempo suficiente para se alterarem as lideranças do PS, PC e PSD. Tempo mais que suficiente para que entrassem e saíssem vários ministros e secretários de estado de um governo feito à pressa e sem consistência.
Foi neste curto período de tempo mas muito longo de campanha que ficámos a conhecer muita coisa que parecia oculta ou na qual não acreditávamos.
Ficámos a perceber que a nova liderança do Partido Socialista de novo nada tem. Colhida de surpresa com a convocação de eleições antecipadas, a nova Direcção do Partido Socialista não teve muito por onde escolher, pelo que se viu na obrigação de ir buscar aqueles que ainda há pouco mais de 3 anos fugiram da governação por se sentirem incapacitados para essa tarefa. Regressam agora com novo fôlego, como se não fossem também eles os culpados do estado a que chegámos. Quem for votar PS no próximo dia 20 conhece as caras que fizeram o pântano pelo que não se poderão admirar das consequências do seu voto.
Estes 8 penosos meses foram também o tempo suficiente para revelar a incapacidade de Santana Lopes no desempenho das funções de 1º Ministro.
Na sua avidez de chegar rapidamente ao cargo, aceitou, sem pestanejar, o presente envenenado que aqui lhe deixou Durão Barroso e que Jorge Sampaio se limitou a sancionar.
Santana Lopes aceitou ser 1º Ministro sem que houvesse antes um Congresso do PSD. Fosse outro o nome em questão e certamente veríamos o mesmo Santana Lopes lutar contra esse processo, ele que foi um acérrimo defensor da eleição directa do Presidente do PSD através do voto de todos os militantes. Porém a ambição ocultou-lhe todas essas ideias que tão fervorosamente defendera.
Aceitou a nomeação e formou um governo que, embora proclamando-se de continuidade, logo se viu que não iria dar coisa boa.
Foi uma questão de tempo até que se percebesse que aquele não era o governo de que Portugal precisava e também não era o governo que os portugueses queriam. Estas coisas, porém, só se vêem e só se sentem quando a cadeira do poder não nos embarga o discernimento e o bom senso.
Para mim, militante do PSD desde os tempos de Sá Carneiro, não me restam dúvidas de que Santana Lopes não merece continuar a governar os destinos do País.
Não duvido ser o PSD o melhor Partido para proceder às reformas de que o Estado carece, mas não será certamente Santana Lopes o mais habilitado para o fazer.
Perante as escolhas que tenho que fazer no próximo dia 20, não me resta outra alternativa que não seja a de entregar o meu voto tal e qual como o recebi.
Sei que não serei o único a fazê-lo, mas sou certamente dos poucos que não evitarão a controvérsia e o debate.
O que está em causa é o País e, como disse Sá Carneiro, o País é mais importante que o Partido.
18 de Fevereiro de 2005 às 22:13
Quem fala assim não é gago,força aí Nikonman!!!,um abraço.
19 de Fevereiro de 2005 às 10:20
Está cada vez mais forte o partido do Saramago. O que será da classe politica, quando um dia o voto em branco for o vencedor dumas eleições?