Jan 30 2005

As mãos

Publicado por as 0:56 em Geral

Dou comigo a ler sinopses literárias sobre um livro qualquer que fala de louras, do seu poder sobre os homens, dos homens de poder que preferem louras e ainda sobre essas mulheres louras que foram o poder.
Tentei olhar para trás e ver onde estariam as louras da minha vida. Não encontrei poder a mais ou a menos, talvez por nunca me ter sentido dominado por cabelos mais claros. Achei desinteressante o exercício de memória e fiquei a pensar o que terá levado alguém a desenvolver em livro este tema das louras.
Continuando a folhear a revista que tinha na mão, despertou-me a atenção uma crónica em que se falava das mãos. Em destaque li, com agrado, algumas palavras que se percebiam falar sobre o poder das mãos e a sua relação com o sexo. Ora, não tinha dúvidas, ali escrevia-se essencialmente sobre as mãos e o prazer.
E cito aquilo que pode ser o resumo da crónica escrita no feminino: “a masturbação é uma espécie de estágio para o grande desafio que é o prazer a dois. O prazer de par em par”.
Foi então que, recapitulando a história das louras, confirmei que pouco me interessa se uma mulher é morena ou loura.
Ela será sempre mais mulher se assumir a sua sexualidade em pleno, isto é, se as suas mãos forem também um estágio de prazer individual para a etapa seguinte.
É essa a mulher que me importa.
(leitura de “O Sexo e a Cidália” – Grande Reportagem – 22/1/2005)


foto: ralfi-berlin

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7 Resposta a “As mãos”

  1. charlie diz:

    Mais um livro a divagar tendo com base, o talvez como finalidade, o estereótipo da mulher loura, possivelmente tambem burra. Que se aproveita e muito bem do fetiche que os cabelos louros exercem sobre [alguns(muitos)] homens. Certamente gente de poder. Por essa via, o poder chegou-lhe, a elas, também ás mãos. Ou seja, gente que não tendo muita inteligencia, usa a variante da esperteza para subir na vida de modo horizontal. Não li esse livro, mas se é o que estou a pensar, pudemos juntá-lo ao universo das miriades de anedotas que os tolos Lisboetas e também Bimbos semi-anafalbetos contam sobre os Alentejanos. Na maior parte dos casos, as boas anedotas são feitas cá. No Alentejo! As outras que tenho ouvido, são o reflexo do próprio meio onde são contadas. Ou seja, os que fazem as anedotas sobre os Alentejanos, captam consciente ou inconscientemente, tudo o que na terra deles ou no seu meio, possa servir de chacota. Depois, para que todos se riam, é só dar o papel principal, inspirado na figura local, a um Alentejano. De modo geral, todos se riem até o totó que serviu de inspiração. Não sei se as louras dão mais ou menos prazer que as outras. O prazerómetro aínda tem de ser inventado. Se conheci ou não louras é coisa que não interessa para o caso. O que sim vale é desmontar-se a recorrente argumentação depreciativa em relação a determinados grupos. Burros e estúpidos há em todas as raças, etnias, e culturas e grupos. Uns (e umas) louros. Outros (outras) nem tanto! Graças a Deus que somos diferentes. Que mundo seria este se todos fossemos fotocópias uns dos outros. Viva a diferença. Vivam as louras.
    …e as outras também.

  2. charlie diz:

    Sempre ouvi dizer que uma mãozinha amiga dá muito jeito.
    Se forem então duas a tapar o assunto á laia de convite…

  3. agatha diz:

    Parabéns , Charlie! Perfeito !!( e eu não sou loira!!)

  4. mad diz:

    As mãos podem revelar uma sensualidade extrema quando tocam os corpos executando uma dança disforme sendo um complemento perfeito para um climax inesgotavel.

  5. mfc diz:

    Nada a obstar!

  6. DivaseContrabaixos diz:

    Bem Nikonman! Gostei. bjs

  7. MailAranja diz:

    Quem descreve, em poucas linhas, a história da realidade sobre as “anedotas sobre alentejanos” (na verdade, as boas anedotas são feitas cá), só pode merecer o nosso aplauso! E aquele pormenor de “todos se riem até o tótó que seviu de inspiração”… é sublime, delicioso!

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