Jan 10 2005

O CARTAZ E O COMÉRCIO TRADICIONAL

Publicado por as 17:13 em A minha cidade

Tal como o prédio da fotografia, também o centro da cidade está a precisar de recuperação. Quem ali colocou o cartaz tem uma excelente visão publicitária. Chama a atenção para o estado em que se encontram muitos edifícios da nossa cidade (e este é mesmo ali no centro), fala em compras no coração da cidade, o mesmo é dizer, no comércio tradicional, fazendo uma ligação entre o património degradado e a ruína a que chegou esse mesmo comércio.
Quem ali colocou o cartaz sabe o que fez.
Há por aí um político que precisava de uma ajuda destas…

Share

9 Resposta a “O CARTAZ E O COMÉRCIO TRADICIONAL”

  1. Jorge M. diz:

    Palavras para quê???
    Só espero é que a faixa não tenha sido posta por algum brincalhão…custa a acreditar! Senão, isto ainda tá pior do que pensava…

  2. ze veneno diz:

    este é um dos teus melhores registos,melhor até que muitas das tuas crónicas( uma imagem vale mais que 1000 palavras).
    o cartaz já la mora desde o ano passado.
    quanto ao comercio tradicional, acredito que gente nova terá acesso ao mesmo, com novas ideias e acima de tudo com vontade de trabalhar; gente para quem a hora do almoço, o sabado á tarde e os domingos façam parte de todas as semanas do ano e não só do mes de dezembro. Não chega dizer isto tá mau, cada vez pior…. o do anuncio da tv é que tem razão ” eles falam, falam e não fazem nada”. quanto aos prédios degradados prefiro não falar mas de certo que ha responsaveis…..

  3. JR diz:

    Axo o post muito bem observado, tenho pena q a cidade com tantos edificios belos na zona de comercio tradicional ainda não tenha sido objecto de um programa de requalificação e recuperação, se foi desconheço uma vez que sou comeciante á pouco tempo na zona, embora me orgulhe de ter recuperado um edifico q estava igual a este e hoje é considerada uma das mais bonitas lojas da marca q represento

  4. charlie diz:

    Pegando exactamente nas palavras de JR, direi mais. É uma perfeita vergonha ter-se feito a intervenção na Praça da República, deixando os edifícios á volta e no núcleo Histórico á sua sorte. Mesmo para os que aplaudem a obra da praça não podem escamotear o que salta á vista: uma “joia” no chão emoldurada por ameaças de ruínas. Donde salta de imediato o anacronismo, que foi terem-se feito as coisas ao contrário.
    Ou seja, uma intervenção Polis feita como deveria, teria reabilitado o partimónio urbano em primeiro lugar. Para segundo plano, ficariam então os embelezamentos das praças e largos. Assim, gastaram enormes recursos em projectos Faraonicos, de gosto mais que duvidoso, dando assim, e muito bem, aso à foto que está patente neste post. Fazendo uma metáfora, lembra-me uma senhora com as pernas cheias de varizes.Tinha dificuldade em andar para além dos outros incómodos ligados a essa patologia. Ela descontente, foi a uma clinica de Estética, e mandou tirar….as rugas de expressão!
    Assim, olhando-se ao espelho e vendo as rugas desaparecidas, nem via como os olhos não tinham o brilho, nem como estava curva, mal podendo andar com dores nas pernas. Enfim. Tal qual a nossa vetusta cidade. A vaidade da obra feita, e os olhos prostados no umbigo, não deixam ver as muitas coisas que rendem as fotos da qual a apresentada é apenas um exemplo.

  5. charlie diz:

    @ Ze Veneno.
    Tudo bem. Gente nova, a trabalhar 20 horas por dia. Tal e qual um velho parente que esteve aberto na sua tasca, todos os dias da sua vida. Sem sábados e domingos, sem férias. Só parou para ir ao médico e dois dias depois morreu! Se é esse o tal projecto que se queremos para o nosso futuro, empurrados pela escravidão dos Hipers, pregunto se é essa vida que quer para si, ou para os seus filhos. E se toda a gente estiver aberta 20 horas por dia, quando é que há tempo para eles irem fazer as compras? Isto porque todos sabemos que os pequenos negócios vivem de uma ou duas pessoas. Além do mais, há a já velha declaração da OMS, que regula em 8 horas o tempo máximo de trabalho. Para todos. A não ser que sejamos previlegiados e não façamos nada. Assim sabe bem irmos comprar qualquer coisa ás 11 da noite de domingo…

  6. Chico diz:

    Impecável, o contraste.
    O contraste realista – a realidade pura e dura.

  7. Anesmaela diz:

    ze veneno a entrar na blogosfera via comentario… agora sim é caso para dizer eles falam, falam, falam…

  8. zé veneno diz:

    sr. charlie
    penso que mais do que nada a sua resposta se deve ao meu comentário no blog.
    Ora bem, não quero que os meus filhos trabalhem 20 horas por dia, sem sábados, sem domingos sem férias…
    Quero sim que, se estiverem à frente de algum negócio, em vez de terem 2 ou 3 funcionários das 9 ás 13 e das 15 ás 19, aumentem o tempo de abertura da loja rodando os colaboradores e no mínimo aproveitando a hora do almoço para permitir que os que têm os mesmos horários possam fazer compras sem ter de recorrer aos hiper (quem ainda não fez compras nos hiper que se apresente).
    Proibir a abertura ou condicionar os horários não ajuda o comercio local; pelo contrário, contribui para manter tudo na mesma e evita o progresso dos centros das localidades.
    Palhaços, teatros e outra formas de movimento nas ruas penso que não resultem por cá.
    Estacionamentos pagos, nem pensar!
    Se hipers e centros comerciais são a forma de sucesso, então que se tente tirar daí alguns ensinamentos, e que não são poucos:
    a) preços mais baratos – mais rotação- mais vendas – mais lucros;
    b) horários alargados – mais clientes – mais vendas;
    c) mais vendas – mais colaboradores – mais emprego.
    Isto para não falar nos ensinamentos de marketing que estes espaços nos dão.
    É evidente que tem que se evitar os podres destes espaços mas isso passa pelas pessoas que representam as SA, .com, sgps , etc.
    A cidade de Beja tem no comércio local os preços mais caros do país.
    A Associação dos nossos comerciantes de Beja há pelo menos 30 anos que tem as mesmas caras à frente: palma inácio, cameirinha, cara nova, chícharo, figueiras, barros, enfim, devem estar aqui há 20 ou 40 anos na direcção da associação e é bom que se veja a evolução dos estabelecimentos destes senhores que em área comercial, no centro, tem grande quota.
    O PROCOM foi para lavar a cara e, para quem tinha dinheiro, fazer as remodelações, modernizar como lhe chamaram, já que só passados muitos meses se recebia.
    Modernizar começa nas mentalidades, na hipótese de se ter que passar 2,3 ou mais anos sem ir no mes de agosto a monte gordo, armação ou praia da rocha e isto é que muitos não querem.
    Modernizar é investir, semear, lutar, é aprender com os outros e não manter esquemas cujo fim todos sabemos qual é ou vai ser, mas como vai sempre haver uma galeria comercial muito perto………
    Enfim, sem qualquer vontade de polémica achei por bem dar estas opiniões

    ze veneno

  9. charlie diz:

    @ze veneno

    As coisas postas assim tem muito da minha concordância. De facto a nossa Associação representa um “ja era” se é que já alguma vez foi…É imperioso abrir as janelas e fazer o ar novo entrar.
    Quanto a preços altos devo dizer que todas as capitais do mundo tem lojas nos centros com preços mais elevados. Portugal não serve de exemplo porque isto é o arrabalde da Europa,mas em Madrid, (é já alí) temos a Calle de Serrano, onde preços e horários, é o que se sabe e o que se vê. Em Paris Londres e Nova Iorque, idem. Os centros Históricos devem primar por um comércio de excelencia, e moderno. Mesmo um establecimento com um ou dois séculos, pode e deve ser aberto á modernidade. Deve usar a sua idade como um estatuto que lhe dá uma mais valia e prestígio! O que se ve em Beja, é uma tristeza, um desãnimo,e um baixar de braços. Muito por culpa deles, da falta de visão,de adaptação, da concorrencia dos hipers, e também da crise. Alargar horários no centro histórico? Para quê? As casas que estão abertas á hora do almoço, estão ás moscas. Não se fez o que se deveria ter feito no tempo das vacas gordas e agora é complicado sair deste circulo vicioso. Descapitalizados e desanimados, só resta esperar por uma Fénix de gente nova com novas ideias e outra visão. Lá para a altura em que a retoma chegar

Deixe Uma Resposta