Dez 10 2004
Para ti esta flor/poema
A bela rosa é a que tenho na mão
quando o amor faz durar cada instante,
e em cada segundo se ouve o coração
que faz bater o pulso do amante.
Abro-a com os dedos, até ao fundo,
e vejo-a fechar-se quando se oferece,
os olhos prendendo ao seu secreto mundo,
de cada vez que a olho e ela me esquece.
Nenhuma rosa é como esta, que eu amo,
ao vê-la nascer de um campo de alegria:
tem a púrpura do teu rosto, quente e fria,
e a pureza da tua voz que eu reclamo.
Assim, nunca outro amor teve uma tal flor,
e é à minha vida que dás a sua cor.
Nuno Júdice – do livro ” O Estado dos Campos”
(sim, também é para te agradecer a que me ofereceste ontem)
12 de Dezembro de 2004 às 17:45
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente……
12 de Dezembro de 2004 às 19:27
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente……
E a dor que sente deveras
Sem medidas se lhe conheçe
Todo o dia anoitece
em ilusões e quimeras
Nada é o que parece
e se no rosto se lhe vê dor
É leve e sem ardor
comparando a que atravessa,
a sua alma presa nessa:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente……
adaptado de Fernando Pessoa por Charlie
(peço desculpa pelo atrevimento)
13 de Dezembro de 2004 às 15:15
Nem sei que diga.
Uma rosa maravilhosa, um poema de Nuno Judice e uma adaptação de Charlie a Fernando Pessoa é para se ficar sem palavras.
Obrigada.