Dez 14 2004
Para pensar…
Miguel Torga (adaptado):
“As pessoas afivelam uma máscara, e ao cabo de alguns anos acreditam piamente que é ela o seu verdadeiro rosto. E quando a gente lha arranca, ficam em carne viva, doridas e desesperadas, incapazes de compreender que o gesto violento foi a melhor prova de respeito que poderiamos dar.”
14 de Dezembro de 2004 às 15:06
Poucos estão satifeitos com o que são. Quase todos constroiem uma muralha de fantasia á sua volta. É a sua máscara. Temem que os outros vejam quanto eles sao frágeis por dentro. Dão a imagem triste do que gostariam de ser. Vi, em tempos, um documentário sobre uma psicologa numa prisão. Ela conseguiu tirar a máscara de dureza a verdadeiros facínoras. E eles que não davem qualquer valor á vida humana, choraram.
Muita gente que conheço choraria como crianças, se fossem reduzidos ao que são: nada. Paradoxo: sendo nada passam a vida a tentar mostrar aos outros que não sendo o que são, parodiam o que gostariam de ser. Muitos passam a vida numa tragicomédia, onde eles são em simultaneo actores e público. Todos somos algo assim em maior ou menor grau. A meditação e a leitura interior de nós proprios, com o devido distanciamento, podem ajudar-nos a diluir a nossa muralha, a nossa máscara que longe de nos protejer, só nos isola dos outros e dos grandes valores. Como disse Torga, aprendí mais com as caneladas do que com as palmadinhas nas costas. Bem haja!