Nov 15 2004

POEMA (NOCTURNO)

Publicado por as 16:15 em Poetas


foto: joão espinho

Soubesse eu escrever ou fosse eu poeta, ter-te ia escrito estas palavras:

Nocturnode Eduardo Valente da Fonseca

O desenho redondo do teu seio
Tornava-te mais cálida, mais nua
Quando eu pensava nele…Imaginei-o,
À beira-mar, de noite, havendo lua…

Talvez a espuma, vindo, conseguisse
Ornar-te o busto de uma renda leve
E a lua, ao ver-te nua, descobrisse,
Em ti, a branca irmã que nunca teve…

Pelo que no teu colo há de suspenso,
Te supunham as ondas uma delas…
Todo o teu corpo, iluminado, tenso,
Era um convite lúcido às estrelas….

Imaginei-te assim à beira-mar,
Só porque o nosso quarto era tão estreito…
– E, sonolento, deixo-me afogar
No desenho redondo do teu peito…

Share

4 Resposta a “POEMA (NOCTURNO)”

  1. Santa Cita diz:

    Soubesse eu…

  2. Monalisa diz:

    Muito bonito o poema que escolheste. Também não conhecia. Beijos e bom semana

  3. charlie diz:

    Quando as palavas dizem mais que a verdade
    Nova verdade criam, sublime e mais grandiosa
    Não houvesse lido estas linhas e com esta idade
    Não pensaria jamais ler peça tão preciosa

    Um corpo de luz convidando lucido a Eternidade
    Das Estrelas perdidas longe lá no firmamento
    Sendo irmã perdida que a Lua nunca teve saudade
    É minha, onde me afogo no Universo do Sentimento

  4. luisa diz:

    Uma foto que vale mil palavras.
    As palavras que não precisam ser desenhadas.
    Muito bem. Este blog está superior.

Deixe Uma Resposta