Nov 04 2004
UM COMENTÁRIO
Sobre esta posta, não resisto em trazer-vos um comentário deixado aí para trás e que, por isso mesmo, se poderia perder. E há coisas que não se devem perder. Obrigado, Sandra.
“Nikonman, sei que vem tarde o meu comentário, mas não posso deixar de fazê-lo.
Pecado meu, que há muito não subia até á Praça. Peço a redenção!
Permita-me que deixe aqui a minha “posta”, em jeito de homenagem ao Charlie, porque de momento não vejo local mais apropriado para tal.(Não leve a mal o abuso, prometo não repetir tal impropério.)
Não sei o que terá conduzido ao sitado post…presumo apenas, pelos comentários que li.
Uma noite o Charlie agarrou a minha mão e trouxe-me á Praça. Vim de olhos fechados, porém, muito segura que não sofreria qualquer desilusão… Afinal ele já me tinha apresentado Pessoa, Balzac, Wilde, Cardoso Pires, O’neill…gente que vive, agora, permanentemente nas prateleiras do meu quarto e nos meus sacos!
Com ele conheci o Mundo: deambulei por África, viajei de barco até a América,
deslumbrei-me com as luzes de Paris, perdi-me nos canais de Veneza, percebi a
Holanda…sem sair de casa.
Quando cabia inteira no seu colo, punha a girar um disco de jazz e transportava-me ao mundo das fábulas, acabando por ser ele quem, invariavelmente, ficava entregue a Morfeu.
Hoje já não pode agarrar-me pelos braços e sentar-me nos seus ombros…mas se a alma pudesse pesar-se eu diria que em cada 20 gramas do meu ser existem 10 da sua essência. Jamais baixes a guarda e permitas que te digam o que pensar ou como exprimir o que sentes, os alicerces da minha pessoa estão em ti…
(p.s.que inveja continuar a não conseguir escrever como tu!!!)”
Esta Praça faz-se também destes nacos de carinho e afecto.
PS – Sandra, este espaço é também teu, como o é de Charlie e de tantos outros que por aqui passam. Volta sempre!
4 de Novembro de 2004 às 15:13
Por falar em nacos, Nikonman, o que é o tacho no Sábado? Grelhado, tá bem, mas que é que vai à grelha?
Abraço
4 de Novembro de 2004 às 22:23
@carlos – respondo por mail.
5 de Novembro de 2004 às 1:53
@sandra em especial.
….gostaria de continuar a gozar este calmo semi-clandestino anonimato em que tão bem me sinto…
”
Apaga essa luz da Fama
Ou aponta-a para outro lado.
Que a luz da forte chama
deixa-me o olhar ofuscado”
Para ver melhor eu quero
ter essa luz bem desviada
não é enfado, vaidade ou medo
Tão só a vista toldada
Se te pões no alto da torre
em pose bem alumiada
É certo que todos te vêem
Mas tú não é que não ves nada”
(charlie)
Como é lugar comum dizer-se, o excesso de modéstia é uma forma de vaidade. Porém, devo dizer que a excessiva proximidade, faz ver-nos as coisas duma forma exagerada e sem dúvida, apaixonada. A Sandra tem comigo, Charlie, uma relação de proximidade como é suposto que haja no projecto que é a transmissão de valores duma geração para outra. Tudo o que lhe ensinei, foi-me transmitido pela geração anterior, com especial relevo personificada na figura do meu Pai. É claro que juntei aos valores anteriores, os que fui adquirindo. Mas penso que fazer disso uma homenagem é francamente excessivo. Afinal, todo e qualquer pai tem a obrigação de fazer isso mesmo. Educar, ajudar a descobrir e manter a curiosidade. Saber brincar com a adversidade e nunca deixar morrer a criança que há em nós. “O conhecimento é o único tesouro que nunca se esgota” disse Stº Agostinho. E é verdade. Sé algo que vale a pena na vida é o conhecimento. É uma aventura sem fim que dá cada vez mais gosto á medida que se avança. Por isso, as palavras que escreveste, não as mereço, já que não fiz mais que a minha obrigação, embora a tenha feito com gosto. Aproveito este espaço pra endossa-las, Sandra, a todos o pais e mães do Mundo que conseguiram transmitir o maior tesouro que conheço: Os valores. A melhor forma que tens para fazer uma homenagem será, por tua vez, fazeres o mesmo quando a altura certa chegar. Tenho a certeza que é o que irás fazer. Até lá gostaria de continuar a gozar este calmo semi-clandestino anonimato em que tão bem me sinto.