Nov 17 2004
A língua portuguesa…
É muito traiçoeira.
Estamos habituados a ouvir as calinadas televisivas. A ler os maiores disparates nos jornais. Isto para não falar nos enunciados dos testes dos diversos graus de ensino (não falo das respostas).
Este fim de semana fomos brindados com mais uma elegância. Digo elegância, pois vinha em bom papel, dentro do semanário Expresso, tipo desdobrável e falava sobre Alqueva. Referindo-se a um livro com imagens e textos que relatam a vida do grande rio do Sul e do imenso lago da Barragem, dizia-se que o livro “retractava o Guadiana”. A minha liberdade poética ainda andou às voltas, às voltas, mas não consegui perceber por que razão o Guadiana se haveria de retractar. Enfim, coisas da língua.
Ontem, mais uma preciosidade, espalhada por cerca de 40 garagens aqui no meu prédio. Diz assim: “(…) ou relacionado com estes actos, não exite em contactar a Associação de Condomínios”. Ainda pensei no termo inglês Exit, mas ele não se aplicava ao local, que tem bem sinalizadas as saídas de emergência.
Como dizia no princípio, a língua portuguesa é muito traiçoeira e a falta de cuidado ainda mais.
17 de Novembro de 2004 às 19:35
Desculpa lá mas hoje não estou de acordo contigo. E a razão é simples: a língua portuguesa é traiçoeira, ou é atraiçoada?
É que quando se ouve um ministro (hoje ex-ministro) dizer que os jornalistas “Hádem ver…” , lembras-te? …
Mas remeto-te outras pérolas dos falantes (ou faladeiros?) da nossa língua, tais como
2ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo: “Tu comes-te o bolo”. Comes-te???!!!
3ª pessoa do pretérito imperfeito do conjuntivo: “Esperei que ele tira-se a senha”. Tira-se???
E outras bojardas (atenção que “bojarda” está nos dicionários) …
A culpa não é deles, é do chefe que “sendo filho de nobres, pode não saber ler nem escrever”… (vidé conde de Lippe…)
Bem, mas isto já tu sabes de cor e salteado.
Um abraço (e parece que vai mesmo haver festa do galo, eh eh!)
17 de Novembro de 2004 às 20:02
Pois, já me vieram falar na festa do galo. Vamos a eles, aos galos! Só não sei é quem é que vai trabalhar. Mas isso depois vê-se.
17 de Novembro de 2004 às 20:06
Que verdade tão grande! E escreve-se mesmo tão mal por aí…
18 de Novembro de 2004 às 0:05
Eh eh, li tb isso num dos cadernos do Expresso!
Sendo nesse jornal, (que é de referência) é de estranhar essa bojarda, como diz o meu amigo Celtberix! Mas foi, de certeza uma situação pontual.
Quanto à festa do Galo, parece que desta vez estão reunidas as condições para que mesma se concretize.
Viva o Liceu de Beja (assim é que é), onde ainda se aprendia qualquer coisa…
18 de Novembro de 2004 às 0:16
E volto à carga com os “à” e os “há”! Acrescento ainda os comestes e os falastes utilizados na 2ª pessoa do singular – não se aguenta!! Estas coisas irritam-me, “prontos”!
18 de Novembro de 2004 às 8:57
Dizer e escrever calinadas passou a ser uma coisa que faz parte dos “currilos” dos “menistros” e gente “açim”. Se pensa “xegar” a a gestor de topo, não “exite”. “Envista” no seu futuro. Eles “hadem” de “lhe dar-lhe” o ” divido” valor.
Vá a uma boa “livrarea”, eles têm lá “inciclopedias” e “houtros” livros de grande “calidade”…..
Uff já tou cansado! agora vou escrever sem os “”. É mais a calinada que o contrário, e às tantas perdemos a noção se as “” estão separar as palavras certas ou as erradas…
18 de Novembro de 2004 às 10:20
Uf! Ainda ontem me corrigiram uma palavra que escrevi no blog.
18 de Novembro de 2004 às 10:41
Essa do “exite” é o máximo.