Nov 10 2004
Na minha rua
Assim que começou o Outono notei, na cara dos moradores da minha rua, um sorriso ou, pelo menos, umas expressões mais alegres.
Esta postura trazia-me intrigado, pois é no Verão, quando há Sol, que costumamos andar com um ar mais feliz.
Apanhei um vizinho assim meio desprevenido e perguntei-lhe o porquê daqueles súbitos ares de alegria.
“Então não vê que as folhas das árvores já começaram a cair…?!!”
Por esta é que eu não esperava. Será que de repente a vizinhança sente uma atracção especial pela melancolia das árvores nuas?
Interroguei de novo e veio então a explicação:
“É que quando as folhas caiem, as centenas de pássaros que estão nas árvores vão também procurar outros abrigos, e assim a gente já pode estacionar os carros nos parques que aqui estão para o efeito. Já viu bem ali aquele desgraçado? Desprevenido, deixou o carro bem estacionado mas então a merda que vai ter que carregar até lavar o carro….”.
É verdade. Aqui na minha rua temos excelentes parques para estacionar os carros, mas eles são as retretes dos pássaros que fugiram de tantas árvores que foram abatidas/limpas na nossa cidade.
O Presidente da Junta já disse que não havia nada a fazer e a gente acredita no senhor. Seremos considerados amigos da pardalada. É o destino!!!
10 de Novembro de 2004 às 23:21
Oh, porra! Tanto se queixa quem tem tudo aquilo de que precisa para ser minimamento feliz! Eu, aqui viajando entre Almada e Lisboa, até me esqueço que existem pássaros para nos cagarem os carros, quanto mais arranjar tempo para me abastecer de luz no meu Alentejo…
10 de Novembro de 2004 às 23:35
Oh camarada, mande lá um carregamento deles cá p’ra cima! Aki na minha rua á algumas arvezitas mas os pardais não param lá. é que ao anoitecer chegam os morcegos e os pobres pardalitos têm de dar á sola.
Quer trocar?
11 de Novembro de 2004 às 0:08
Cá para mim o teu vizinho não te quiz dizer a verdadeira razão da sua felicidade … não vês que chegaram os dias frios e com eles a necessidade de mais calor humano. O pessoal agora tem mais um motivo para se enroscar na parceira(o) para aquecer os pés, a alma, o coração … eu sei lá. Olha quanto às cagadelas de pássaro só tens uma de duas coisas a fazer: lavas o carrinho mais vezes ou então pegas no cerrote e lá se vai mais uma árvore. LOL
11 de Novembro de 2004 às 0:18
Pois é compadre, eu realmente, e dadas as grandes responsabilidades da Câmara, nessa coisa das cagadelas dos ditos pardais e demais aves, de rapina ou não, deixava uma sugestão à edilidade, já que são os responsáveis por isso, que lançassem um concurso público, (patrocinado pelo ministério do ambiente que é dos seus compadres do PP, ou vosso dos PSDiseles) para compra de fraldas para os ditos cujos, e que entregassem umas quantas aos queixosos, para poderem apanhar a bechesa, nem que seja com enxofre queimado, e os possam provir, com tão proficuo objecto de higiene avinina. :))))) Um abraço.
11 de Novembro de 2004 às 8:41
Bem, só posso rir e ao mesmo tempo achar uma guerra do alecrim e manjerona. Mais cagadela menos cagadela de pássaro, são nossos companheiros da alegira de viver. Uma cidade surda de chilreios, é uma miséria. Lavem os carros, eu faço o mesmo, e custa-me mais o preço da gasosa que a lavagem!
O que verdadeiramente me aflige é outra questão. Na rua Afonso III, antiga estrada para Serpa e que está hoje integrada na malha urbana, estão a fazer umas obras. Empresas, parque industrial etc. Quem passa nessa rua, depois duma boa chuvada, depara-se sempre com um lago junta à parte mais baixa. E é nessa parte que a aflição vem ao cimo. Desde sempre as águas correm para uma vala real a céu aberto, paralela à estrada, e que corre directamente para a ribeira ou barranco (como queiram chamar-lhe). E tenho assistido que, mesmo com a vala a ceu aberto, a estrada fica cheia de água. Pois bem: agora temos grandes extensões da vala tapada. Presentemente estão a tapar mais 50 metros da vala com placas de cimento pré fabricado que estão a servir de passeio.
Sumidouros para levar a água para a vala = 0. Não há um único!
Se antes, com a vala aberta, a estrada ficava uma piscina, agora com ela tapada, deixo só que adivinhem.
11 de Novembro de 2004 às 8:55
Rua Afonso III parte II
Pois, mas ainda volto à carga para dar na cabeça da nossa CMB.
Meus amigos. Querem fazer um pequeno arranjo nas vossas casas e o pedreiro deixou um montinho de areia à vossa porta?
Cuidado!
Eles andem aí!
Na primeira oportunidade surge o fiscal a pedir a licença da obra, mesmo que seja às vezes mudar os canos velhos da água que nos serve.
Na rua Afonso III estão a fazer o crime, cujos resultados se vê a toda a hora na TV com enchentes etc.
Mesmo em Beja, já temos a nossa conta com esse flagelo, na zona baixa da Expo Beja, mercê de se ter construido em cima duma antiga vala.
A estupidez já cá chegou também.
Se chegou!!!!!
Mas eu que sou completamente ingénuo, julgava que os exemplos frutificariam e serviriam para evitar erros futuros. Ilusão, ou melhor, desilusão.
A Merda continua.
As obras de reparação ou minorização do disparate da cobertura da vala da D Afonso III irão ser feitas. Tenho a certeza. Mas só depois dumas boas enchentes.
Irão partir a rua, passeios etc… e durante umas semanas ir-se-á fazer o que se deveria ter feito agora!
Afinal a Câmara de Beja não tem gabinete de acompanhamento de obras nem fiscais, e por isso não pode actuar á priori.
Só a posteriori!
11 de Novembro de 2004 às 9:17
Afonso III parte 3
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Local: Rua D. Afonso III….
Período de abertura e funcionamento: Época das chuvas!
Não faltes! Traz um amigo também!
12 de Novembro de 2004 às 1:34
lembrei-me dos “pássaros do sul” da Mafalda Veiga… tive em tempos um renault vermelho que era adorado pela pardalada, lololll