Out 28 2004

Porque vi o eclipse…

Publicado por as 14:08 em Intimidades

Não sei se tiveram oportunidade de assistir esta madrugada ao eclipse lunar.
Muitos dirão que terá sido “mais um”, como tantos outros.
Talvez.
Para esses, aconselho que desistam de ler esta posta. A Lua provavelmente nada vos diz. É um satélite da Terra e disso não passará, dirão.
Porém, nós, os que acompanhamos a Lua, compreendemos os seus estados (fases) e temos a verdadeira noção do quanto ela é importante nas nossas vidas, para nós, dizia eu, este não terá sido mais um eclipse.
Atente-se no dia chuvoso, escuro e toldado que esteve.
E de repente, aí por essas 7 da tarde, o céu começou a ficar limpo, negro, sem nuvens, para dar espaço ao brilho de uma Lua que hoje, 28, se enche para nos oferecer a sua mais bela face.
Apesar das nuvens que teimaram em aparecer, a força da Lua rompeu aquela cortina, e deixou-nos contemplar a magia do seu efémero desaparecimento.
Foi-me possível sonhar. E transportar-me para o lado da Lua para observar o eclipse de Sol, com a Terra a desenhar no Universo uma coroa de fogo.
E descrevi este meu sonho a quem comigo compartilhou o eclipse da Lua.
São estes os sonhos só possíveis a quem acredita na força da Lua. E que olha para ela e vê mais que um satélite.
É preciso acreditar que os nossos sonhos são também uma extensão da realidade.
Por isso eu digo: deixem-me sonhar, pois assim sei que estou vivo e é essa certeza que me faz ter força para viver num sonho.
Para ti, que estiveste ao meu lado, sei que ao olhares o céu nesta noite, leste nele o poema que estás a escrever. Não esquecerei esse momento.

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4 Resposta a “Porque vi o eclipse…”

  1. Golfinho diz:

    eu vi e afectou-me felizmente de forma positiva.

    1 abraço

  2. charlie diz:

    Era um tempo em que as vozes aínda não tinham sido inventadas. Vagueando pelo espaço, o Sol perseguia a Lua, desejoso de conquistar o seu coração.
    Mas a Lua, feminina, fugia do Sol olhando de vez em quando para trás rindo ao de leve.
    Reavivava o desejo fingindo esperar por ele com ares de sedução. Sempre que o Sol se aproximava, tornava a fugir, deixando-o completamente desvairado. Foi assim durante Meia Eternidade, até que o Sol pensou num estratagema. Dar-lhe ia uma prenda.
    Mas uma prenda muito especial. Numa das ocasiões que a Lua fingiu esperar por ele, ele também parou.
    Disse:- Olha o que tenho para tí.
    E dizendo isto mostrou o que trazia escondido. Mas, usou a mesma estratégia da Lua. Dissimulou um pouco de forma a espevitar a curiosidade. E a Lua aproximou-se desconfiada. Ainda não via bem. Aproximou-se mais e, de repente, sentiu-se agarrada. Deu umas voltas, mas por mais que se voltasse não se conseguia libertar.
    -O que me fizeste Sol!!??- disse ela.
    -Não consigo fugir. Quero ser livre e vaguear pelo espaço!-
    E o Sol chegou-se a ela e disse-lhe:
    – Não fujas mais! Eu amo-te mais que tudo. Mais que o espaço e o próprio tempo, tenho-te seguido por todo o Universo. Não fujas mais.
    A Lua respondeu:
    – Mas eu também gosto de ti, só que quero ser livre. Não estou pronta para amar-te ainda!
    Então o Sol sorriu e disse-lhe abraçando-a:
    -Olha o que te ofereci!- E dizendo isto afastou umas nuvens e mostrou um magnifico jardim. Com montes e vales cobertos de vegetação e flores luxureantes. Sítios com neve e grandes extensões de água. A Lua estava extasiada.
    -Que lindo, oh Sol! Que lindo jardim que me ofereceste. Estou emocionada.
    O sol disse-lhe então:
    – Neste jardim és livre. em vez de vaguear eternamente por um espaço vazio e escuro, tens todo este Paraíso para tí.
    Agradeceu ao Sol e amaram-se.
    Mas passado algum tempo a relação arrefeceu. A Lua sentia-se aborrecida, e o Sol andava preocupado. Então teve uma ideia. Inventou as Vozes e ofereceu-lhe um Poeta. E o poeta cantou-lhe versos e loas. Falou com ela. Falavam até muito da meia eternidade em que o Sol a perseguira. Então o poeta teve uma ideia magnífica. Disse-lhe:
    – Mas Lua. Tens nas tuas mãos a chave da tua eterna felicidade. Vens sempre esperá-lo todos os dias. Tenta isto. Esconde-te dele. Não sempre, mas de vez em quando, como fazias quando vagabundeavas pelo espaço. Vais ver como as coisas vão mudar.
    Os olhos da Lua brilharam de excitação. Nessa mesma noite, quando o Sol ia ter com ela, ela escondeu-se. Mesmo vista dele, quanto mais se aproximava, menos ele a via. O jardim paradisíaco servia às mil maravilhas. A vegetação, a água e a atmosfera, faziam os parceiros ideais para o novo jogo de sedução. Amaram-se mais que nunca. E o poeta cantou a Deusa da Noite…

  3. Homem do Pau diz:

    Tb não perdi a oportunidade de ver este espectáculo in loco!
    Será que vamos poder ver neste espaço algumas fotos? Espero que sim…

  4. nikonman diz:

    @homem do p. – não fiz fotografias. uma questão de opção.