Out 27 2004
MOMENTOS (2)
Entrámos os dois no mesmo espaço.
Olhámo-nos.
Desafiamos os nossos sentidos
E quisemos jogar!
Primeiro um jogo sem palavras, sem gestos.
Um toque ligeiro nas nossas caixas electrónicas.
Depois as palavras sem sentido e consentidas,
O reanimar dos sentimentos adormecidos.
A alma desperta e ouve o toque,
Ainda lá no fundo,
De um coração ferido.
As janelas começam a abrir-se
Lentamente e receosas.
Mais um toque e um bater cá dentro
De um espírito alquebrado.
O amanhecer transforma-se num sorriso,
Numa enorme vaga de aromas de prazer.
A noite tem luares e as estrelas deixam cair
Por um tempo
Chuvas de felicidade e encanto.
O coração desperta.
Receoso.
Dos combates da véspera
Das feridas saradas e marcadas.
E hesita em querer bater mais forte.
Mas as estrelas e os luares
Dançam as vontades escondidas.
Nesse dia voltou a escrever.
E nessa primeira página
O coração do poeta suspira:
“Será que sou eu, meu amor?”
(Maio 2003)
27 de Outubro de 2004 às 11:18
Muito bonito! Muito, mesmo!
Bom-Dia!
27 de Outubro de 2004 às 20:48
Ser poeta é isto. Não tem nada a ver com rimas….
27 de Outubro de 2004 às 22:21
Ao reler estas palavras,senti a imensidão de tempo que passou entre o Maio de 2003(qual Maio de 68) e o Outubro de 2004. Como pode o tempo, ter tempos tão diferentes?
28 de Outubro de 2004 às 9:16
Entrámos no mesmo espaço
e os nossos olhos cruzados
de corações acelerados
juntaram os lábios num traço
De um só corpo num enlaçe
num jogo de almas desperta
pode a lua ser toda deserta
para ti conquisto o espaço
Mas espírito que amanheçe
não sempre é o que parece
Quando bate um coração ferido
Sinto-me só e despido
olho para tí toda nua
já não te dou a lua
choro, que estou ferido
já de pé vejo a rua
vazia e sem nexo
miro-te bem, és só sexo
não tenho saudades tuas
Acordas, olhas com prazer
mas as estrelas ja caíram
E as promessas fugiram
Não há mais nada a fazer
Saio, minto-te e vou ter
com a que enche o meu ser
numa vaga de aromas e prazer
28 de Outubro de 2004 às 9:18
momentos atrás…