Out 18 2004
OUTONO
Chegam os primeiros frios de Outono.
Olho as pessoas como silhuetas na cidade e vejo nos seus olhos as folhas que ainda não caíram.
Há expressões de resignação, de tristeza, de abatimento.
A cidade não respira ainda a estação.
Mas já se sente no ar esse tempo que nos obriga a procurar os agasalhos.
As gentes vestem-se com outras roupagens.
É neste tempo que olho as vidraças e as gotículas que delas transpiram.
É sinal de calor interior.
Lá fora faz frio.
Que me importa, se cá dentro posso olhar o crepitar do lume!?
Que me interessa que o frio arrefeça as copas nuas das árvores!?
Que importância tem a humidade da calçada,
Se o calor que procuro me é dado com um abraço, um carinho
Ou mesmo um pequeno gesto de amor?
Este é um Outono que quero aquecer com um simples olhar.
Seja então Outono.
18 de Outubro de 2004 às 13:57
Lá na minha casa também escrevi sobre o Outono.
Também gostei do que escreveste aqui.
18 de Outubro de 2004 às 14:09
Parece que o Outono finalmente chegou…
E eu que estava a gostar tanto do verão prolongado!
18 de Outubro de 2004 às 14:48
Texto conseguido.
Com ideias que fazem pensar…
Também ainda não me sinto “imbuída” do espírito da estação, que já foi a minha favorita, durante muitos anos.
Prefiro agora os dias longos e solarengos, de preferência na praia, sítio do qual nunca me farto.
mjv
18 de Outubro de 2004 às 20:38
Espero que tenham ido à feira de Castro comprar umas castanhas para assar! É sempre um bom complemento para a lareira…
Bom texto
18 de Outubro de 2004 às 20:40
Não tinha rubricado o comentário
23 de Outubro de 2004 às 17:48
Infelizmente parece que já não existe Outono e que afinal as quatro estações do ano fundiram-se em duas, Verão e Inverno.
Quem tem pelo menos 40 anos de certeza lembra-se como era noutos tempos esta cidade. Tudo começava mais ou menos na última semana de Agosto, o calor caía a pique, soprava um agradável vento que nos batia na cara e as folhas das árvores caíam paulatinamente. Não me lembro nessa época ninguém que não guardasse a roupa que até aí usava, convicto que pelo menos durante os próximos mêses não lhe faria falta. Era também o inicio do ano léctivo tão diferente do de hoje que até parece estarmos num outro país.
Mas talvez uma das principais consequências destas voltas do Tempo é que agora já não há justificação para as clássicas Depressões ou exacerbações das mesmas com o Outono (e a Primavera), agora já têm direito a durar o ano inteiro.