Out 01 2004
Crónica radio PAX
Retomo hoje o assunto das próximas eleições autárquicas. Na crónica anterior falei sobre as encruzilhadas em que se encontra o PCP. Abordarei hoje o Partido Socialista.
De todos os partidos que se vão apresentar nas urnas, o Partido Socialista será, muito certamente, aquele que tem a tarefa mais espinhosa ou, se quiserem, mais complicada.
Em Dezembro de 2001, o PS ficou a escassas centenas de votos de ter a maioria no executivo camarário o que lhe daria a presidência do mesmo. Em 2005, e segundo os próprios militantes socialistas, o PS tem a obrigação de ganhar as eleições autárquicas.
É voz corrente que, seja qual for o candidato do partido da rosa, ele sairá sempre vencedor da disputa eleitoral pois, segundo as mesmas vozes, o actual executivo está gasto e o eleitorado não dará à CDU mais nenhum mandato.
Sendo essa a opinião de muitos bejenses, afastados na sua maioria dos assuntos políticos da cidade, já se estranha que dirigentes socialistas locais pensem da mesma forma, pois as eleições são qualquer coisa parecida com um jogo de futebol em que só se sabe o resultado no final do jogo.
A prevalecer esta tendência nas hostes socialistas, estes estarão tentados em apresentar-se com uma figura de segundo plano, como por exemplo o presidente da concelhia de Beja, que faz aparições esporádicas e que a população não conhece, na esperança de que a Câmara seja conquistada sem ter que fazer a transferência de um qualquer autarca socialista de sucesso, o que acarretaria perigos vários.
Não me parece, porém, que a direcção socialista enverede por este caminho, pois ela saberá que a Câmara de Beja não se conquista com a trasladação automática de votos do PC, mas sim conquistando os votos que habitualmente são entregues ao PSD.
E aqui reside um dos grandes problemas do PS que é o de desconhecer e não ter indícios de qual será o candidato social-democrata. O PS arrepia-se e nem quer ouvir falar numa possível candidatura do actual governador civil. Sabe que esse lhe iria tirar os votos necessários à vitória, pelo que terá que se preparar para uma batalha eleitoral bastante dura. E esta batalha, sendo dura, não pode ser encabeçada por uma figura de segundo plano. Terá que ser escolhido o perfil de um “combatente”, com provas dadas e obra feita. Assim sendo, o PS terá que ir buscar alguém de fora. Onde? A Mértola ou a Ferreira do Alentejo, pois são as caras mais visíveis do Partido Socialista.
Apesar de algumas forças internas socialistas, o chamado grupo dos históricos, encabeçadas pelo ex-governador Rodrigues Masseno já terem vindo a público afirmar que não veriam com bons olhos a migração para Beja de qualquer um daqueles dois autarcas, a próxima ascensão de Sócrates a Secretário-geral do PS pode vir a retirar todo o peso que os históricos têm na concelhia bejense.
Está assim aberto o caminho para que o candidato socialista seja um autarca “estrangeiro” de peso.
O recente artigo de Pita Ameixa no Diário do Alentejo faz pensar que poderá ser ele o escolhido.
Mas certamente que os socialistas irão ponderar muito bem, pois arriscam-se a perder, por um lado uma autarquia (a de Ferreira) e por outro uma oportunidade.
E a candidatura socialista seria então conhecida como a da oportunidade perdida, o que teria custos elevados para quem já se convenceu que o próximo presidente da Câmara de Beja será um socialista.
(crónica também disponível no NotíciasAlentejo)
1 de Outubro de 2004 às 12:58
Junta todas as contribuições informaticas para o encontro dos blogs e faz uma votação. Depois a que ganhar faz-se umas t-shirts para o pessoal.
Era só uma ideia…
2 de Outubro de 2004 às 0:21
A próxima equipa na administração do Município de Beja só tem uma determinante: quanto antes melhor. Já basta! O poder corrompe e desgasta. Cria distorções, compadrios e arrogâncias. Quem viu a CDU após o 25 do A. Quem assistiu a entrega e sacrificio pessoal de autarcas de outrora. A obra feita, muito dela impensável não existir nos tempos de hoje tal como luz electrica, saneamento básico e fornecimento de água canalizada. Foram os grandes tempos da CDU. A população agradece e quem fez obra merece. Apesar de tudo só fizeram a sua obrigação. 30 anos depois, o partido é o mesmo, mas as pessoas outras, e as atidudes inqualificáveis. Não se grama mais esta gente. Muitos que deram o melhor de sí nesses tempos, não se reveêm mais nestes senhores que tomaram o poder como um bem de direito próprio. Não! A cidade é nossa e só deve estar lá quem nós quisermos. Para administrar a nosso favor e não para satisfazer vaidades pessoais passando por cima de tudo e de todos. Por isso venha quem vier, que corra com eles e que nos devolva o que nos pertence….
2 de Outubro de 2004 às 9:42
Penso que vai acontecer aquilo a que chamas a oportunidade perdida para o PS, se vier com um estrangeiro perde o concelho de onde ele saltar, quer seja Mértola, quer seja Ferreira e não ganha Beja, se vier com figura concelhia o PS não ganha Beja, se o PSD apresentar o candidato de que falas, é uma figura que me parece recolher uma boa votação, e que com algum tempo se pode vir a afirmar. A verdade é que quer se queira quer não a CDU tem obra feita, em todos os mandatos, lembro só que ainda ontem foi aberto ao trânsito o primeiro troço da estrada que liga Cabeça Gorda, Salvada e Quintos a Beja, o Polis para além de haver coisas que gostamos mais e outras menos, é uma grande obra que valoriza a cidade, ao nivel da cultura lembro apenas que temos a melhor Biblioteca Municipal do País, a CDU precisa de fazer ajustes na sua lista claro que sim, as pessoas cansan-se ao fim de alguns anos em funções que não são nada fáceis, e elas próprias deviam perceber isso, e ajudar a que outras figuras surjam.
Há alguém que num comentário fala em corrupção, o que é uma verdadeira afronta a qqr dos membros deste executivo CDU e digo-o com toda a convicção porque conheço bem essas pessoas, podem ter todos os defeitos mas esse não o tem de certeza.
Continuo a achar que não vale tudo em politica, muito menos a difamação.
2 de Outubro de 2004 às 10:43
Exmo sr maltes. Em primeiro lugar os m/melhores cumprimentos. Depois e no que toca ao que importa, note-se que não chamei corrupto a ninguém. Escreví e está escrito, que o poder corrompe. E isso quer dizer isso mesmo. Com o tempo há muitas formas de dar volta aos assuntos, de favorecer uns e prejudicar outros. De tecer compromissos tácitos, e de tirar proveitos políticos de situaçõs nem sempre eticamente correctas. São os jogos do poder que são mesmo assim em todos os partidos. Mas, com o perpetuar das mesmas forças, cria-se o sentimento que derrubou o João Soares em Lisboa. Está-se bem! Isto é nosso, são favas contadas etc.. Ele, J. Soares, é o paradigma do autarca com obra feita, derrubado pela arrogancia pessoal. Pensou que Lisboa estava no papo, e perdeu. Por poucos votos, mas por um se ganha e por um se perde. No que a Beja concerne, a situação actual é a que descrevi sem tirar nem pôr. Temos a Polis feita. Com coisas lindas, tal como promete o já inaugurado mas aínda longe de estar pronto parque da cidade. O museu do Sembrano,idem, espero para ver, e desejo que seja um exito. A entrada para a cidade pela Ermida também está muito bonita. Mas será que mereciamos a aberração do Jardim do Bacalhau? E o mostrengo inestético da Av. Miguel Fernandes? E que dizer do largo de S. João? E a praça meu Deus, um crime de lesa património! Somos nós os más línguas? Tive há dias uma visita de Braga. Gente que não é de cá e portanto insuspeita. Não repito o que eles disseram destas obras atrás refenciadas, mas imagine só… Os gostos são muito discutiveis e subjectivos, mas só com um grande esforço se consegue descobrir enquadramento e harmonia com o legado histórico e urbano envolvente. Dito de outra forma. O cabelo azul da Wanda Stuart fica-lhe a matar, mas não sei qual o efeito que teria em Jorge Sampaio. Voltando á vaca fria, muitos levantaram a voz, uns com fundamentalismos, outros proponda alternativas e outros aínda agitando bandeiras de prejuizos financeiros decorrentes de obras de melhoramento que não melhoraram nada. Uns com pergaminhos e doutoramentos, outros sem mais atributos que dois olhos na cara. Houve reuniões com a população. Mas foi para para cumprir formalidades e fazer número para a estatísca. Tirando um ou outro caso pontual, e meramente cosmético, não passaram cartão aos avisos e criticas e ai temos o resultado. Um centro Histórico falido, pelas obras, pela crise e pelas constantes alterações ao trânsito. Falido pela persequição da Polícia de Transito, aos que acorrem ao Centro. Este ó o quadro de Beja nos tempos de hoje. Uma cidade que morreu por dentro. Para que servirá o parque da Avenida? Para que as pessoas estacionem e vão ao comercio no centro histórico? Qual comércio? Onde é que ele está? Quem é que quer investir no Centro da Cidade? E de quem é a resonsabilidade da deslocalização do eixo comercial? Há contas a fazer e erros a desmontar. Eleições: Venham elas
(P.S A Estrada da Salvada / Quintos está pronta. Benza-te Deus! Até que enfim! Que dure muitos anos )
3 de Outubro de 2004 às 13:08
Olá, Também posso falar de politica ou isso é só para os queridos?Vossa Maria Calhorda
3 de Outubro de 2004 às 13:34
Penso que a nossa cidade necessita de um tempo novo.Tempo esse que deve assentar num novo designio para a cidade.Quanto a mim a cidade precisa de começar a ser pensada em função das pessoas, pois ainda não inventaram cidades sem pessoas.è aqui que quanto a mim poderá residir a mudança necessária e inadiável.Uma cidade que coloca as pessoas no centro das suas opções,urbanisticas, culturais, educativas, ambientais.Não uma cidade que á falta de um projecto político coerente e mobilizador, se fechou nos últimos anos num autismo, num laxismo, numa descoordenação, que tem levado a uma descaracterização acentuada da imagem e dos requisitos de qualidade que a cidade chegou a ter.Esta cidade precisa de um novo projecto politico e de uma nova cidadania de participaçao.Esta cidade não pode mais viver de costas voltadas para a população.Não pode continuar a intervir no tecido urbano como se estivesse a decorar a casa de quem decide.Esta cidade tem que se modernizar, mas nunca pode esquecer a sua história,as suas tradições e a memória dos lugares.Isto não é incompatível com modernidade, mas sim o sinal de que não se confunde modernidade com modernices.O Pólis é um conjunto de modernices, descontextualizadas.Até o chamado parque urbano que parece recolher algumas simpatias, o que é que tem a ver com Beja , a sua história e as suas tradições?Esse mesmo parque podia ser construído aqui ou em Braga ou na Suécia.Onde está patente a tradição árabe e mediterrânica dos grandes espaços verdes de lazer?Podíamos ser modernos sem modernices… O meu Xico Béu agora também se quer candidatar á câmara.Ele diz e com razão se os incompetentes de que se fala o podem fazer porque não poderá ele?Eu já sei em quem vou votar .Um beijo da Maria Calhorda
3 de Outubro de 2004 às 13:56
@calhorda – a forma como mudas de identidade até arrepia. Os comentários que vens deixando nos vários blogs davam para alimentar outros tantos blogs. Já pensaste em fazer um onde nós possamos lá deixar as nossas opiniões? Ou então, se quiseres, faz um blog, mesmo sem comentários, para manifestares as tuas opiniões.Era bem melhor. Assim, vens para aqui dizer de tua justiça, mas vais à casa do vizinho reclamar que o praça é isto, que o nickonman é aquilo, já cá vieste chamar-me nomes, deixaste aqui as piores ordinarices, para depois voltares com pézinhos de lã, como se alguém atribuísse credibilidade a comentários anónimos. Já és crescidinho, já devias saber, pelo menos, que é muito feio andar a falar mal dos outros. Já te disse uma vez: os teus frémitos enjoam-me. Estou farto da tua conversa da tanga, e se fosses homenzinho, davas a cara para eu te mandar prá puta que te pariu. Entendido?