Set 30 2004
Fotografar
A fotografia é para mim mais do que um passatempo. É também um escape e uma forma de alimento espiritual.
Tal como os poetas se abrigam na escrita, eu refugio-me na fotografia para poder encontrar equilíbrios às vezes difíceis de alcançar na correria dos dias.
Quando saio com o propósito único de fotografar, sei que tudo o que me rodeia é importante, pois cada detalhe, cada pedaço da paisagem ou cada emoção expressa num rosto podem ser o momento que procuro, transformando-se no clímax do clique da máquina.
Nos últimos anos tenho dedicado o meu olhar aos olhares dos outros.
Tento registar na película as emoções que uma qualquer pessoa vive naquele momento, procuro traduzir expressões e arrisco uma interpretação fotográfica.
Sei, porque isso também acontece comigo, que algumas das pessoas que tento retratar se sentem incomodadas perante as objectivas da câmara fotográfica. Tem-me acontecido com indivíduos de raça cigana, com pedintes, perante cenários de pobreza, mas também com cidadãos anónimos.
Adoptei aquele que julgo ser o melhor comportamento: abordar as pessoas que pretendo fotografar e explicar-lhes as minhas razões. Conforme a reacção, assim efectuo ou não os meus registos fotográficos.
Como tenho os meus trabalhos expostos numa galeria virtual (Internet), sempre que me é dada autorização para entrar no mundo (muitas vezes na alma) dessas pessoas, forneço o endereço onde essas pessoas se poderão (re)ver e, sempre que possível, envio cópias em papel para os retratados.
Não seria elegante da minha parte estar a expor pessoas que se pretendem, por este ou aquele motivo, resguardar dos olhos públicos. Seria uma violência, pois um retrato é também uma forma de
30 de Setembro de 2004 às 11:21
Cometí uma indelicadeza com voce por desconhecimento ainda do “trato” com blogs..rsrsr .Apaguei teu post..Justamente a primeira visita.. desculpe..por favor, faça – me outra .
Agatha
30 de Setembro de 2004 às 11:36
@agatha – está reposta a primeira visita.
30 de Setembro de 2004 às 16:25
Vai, Nikô, faz ôtra à pobri coitàdinha!
30 de Setembro de 2004 às 20:58
O portfolio on-line foi directamente para a pasta dos favoritos.
Também eu já passei pela fotografia. Mas acho que não o suficiente para me considerar fotógrafo. Mesmo assim, acho que vou perder a vergonha e mostrar uma ou outra coisa… quem sabe se assim volto a pegar na máquina.
30 de Setembro de 2004 às 23:12
FOTOGRAFIA
Um post na Praça fez-me precipitar o que eu vinha a adiar. Actualmente em processo de reconciliação com a fotografia, ler o que ali foi escrito aguçou-me o apetite para voltar a falar e discutir fotografia. Mas, por enquanto, ficam…
1 de Outubro de 2004 às 0:48
Há dias estive em Vila Real Sto António, Algarve. Que maravilha aquela praça toda em calçada Portuguesa. Uns “estrangeiros” estavam batendo umas chapas. Um deles agachou-se, escolheu o plano, acertou o enquadramento, focagem etc, e clic. Uma bela foto para toda a vida. Duma praça em calçada Portuguesa. Como a que nós tínhamos em Beja. Que tivemos de deixar estragar com lages incaracterístcas, para que o Polis fizesse outras obras que fariam falta nesta cidade…
Tal como a prostituta que quer comprar um trapinho vistoso e que vende a sua dignidade….
Há dias um visitante preguntou-me pela praça, e eu mostrei-lhe um poster que guardo. – Está aquí-disse-lhe eu! -Bonito- disse ele. .-Mas onde é que está? Como posso lá chegar?
-Bem, mentí-lhe eu. Não pode ir lá agora que aquilo está em obras.- E fiquei contente de não ter contribuido para mais uma desilusão…..
1 de Outubro de 2004 às 1:31
Já tinha dado umas “voltas” pela tua galeria e, cada vez que lá volto, descubro novos pormenores. Principalmente naquela do Alentejo, a preto e branco. Espero que façam parte da exposição…
1 de Outubro de 2004 às 1:31
Desculpa: naquelaS do Alentejo.