Set 10 2004

CRÓNICA RÁDIO PAX

Publicado por as 10:05 em Crónicas

Vamos hoje falar um pouco de política e da nossa cidade.
As próximas eleições autárquicas, marcadas para o Outono de 2005, já devem ter começado a criar algumas movimentações dentro dos Partidos.
Também os bejenses, aqui e ali, vão falando sobre as possíveis candidaturas, sobre os nomes que gostariam de ver disputar a Presidência da Câmara.

Falemos hoje do PCP.

As autárquicas do próximo ano têm um dado novo.
A acreditar nas palavras do próprio, Carreira Marques não será candidato, o que deixa antever uma disputa ainda mais renhida do que em 2001.

Será, provavelmente, este o maior problema que se põe ao PCP ou, se quiserem, à CDU.
Independentemente do candidato que vier a apresentar, o PCP terá que optar por um dos seguintes caminhos:

– Dizer que o novo candidato vai continuar a obra feita ao longo de mais de 2 décadas, o que significa prometer a continuidade, não desejando sequer ouvir em rupturas com o passado, traz riscos grandes para o PCP. A população vem exteriorizando críticas acutilantes ao executivo, desejando simultaneamente uma mudança na cor política do município. Ao dizer que vai oferecer mais do mesmo, o PCP arrisca-se a sair derrotado, por não querer encarar a mudança.

– Pode o PCP, no entanto, apresentar-se com novos rostos e assumir uma postura de inovação, prometendo novas ideias, novos empreendimentos, o que, em análise superficial, poderia ser entendido como uma ligeira ruptura com o passado. Também aqui os comunistas não têm a vida facilitada. Dizer que se vai fazer mais e melhor do que aquilo que se fez, soará a falsidade e como fazendo parte das habituais promessas eleitorais. Os bejenses saberiam castigar esta atitude.

O PCP, ou, se preferirem, a CDU, tem ainda um outro embaraço.
Ao não apresentar o actual Presidente como candidato, o que irão os comunistas dizer que vai ser julgado no acto eleitoral? O último mandato de Carreira Marques ou os vinte e tal anos de poder comunista? Qualquer das escolhas não trará facilidades aos actuais detentores do poder autárquico bejense.
E, sabendo-se que não será fácil ao PCP encontrar um rosto supra-partidário, que candidato se vai apresentar que possa, pelo menos, manter o anterior resultado eleitoral?
Termino rematando com o seguinte comentário:
Parecendo que não, e por muito inverosímil que pareça, a salvação do PCP está na força que o candidato do PSD tiver.

Disso falaremos nas próximas semanas.

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5 Resposta a “CRÓNICA RÁDIO PAX”

  1. sonhomeu diz:

    Não quero entrar em comentários à tua análise. Vou tentar não me esticar porque não gosto de dar opiniões em questões de política pura e crua. Mas dexia-me dizer-te que partilho plenamente a opinião do último parágrafo … muito da CDU depende do PSD … o PSD sabe disso e vai corresponder às expectativas do PCP. Penso eu de que…lol

  2. Picoso diz:

    Pica,pica…

  3. Pedra a Pedra diz:

    Na minha opinião, cada mandato é julgado independentemente do candidato ser de continuidade ou outro. Mas também se julga o trabalho global, a menos que as pessoas não tenham memória. Concordo com a última premissa. E já agora, que é feito do tal movimento de cidadãos para concorrer à Câmara? Tem novas para nos dar? é que a concretizar-se fica tudo muito mais baralhado

  4. nikonman diz:

    @noitibó – movimento de cidadãos para concorrer à câmara, foi assunto que ainda não vi em cima de nehuma mesa. Sabemos da dificuldade que os cidadãos têm em participar activamente na vida política. Muito por inércia. No entanto, haverá provavelmente quem se disponibilize a fazer essa participação, talvez por não se rever nas políticas partidárias. Não sei se em Beja haverá massa cinzenta suficiente para se abalançar nesse projecto. Se a houver, será sempre bem vinda, pois é sinal que a democracia está viva. Mas duvido que alguém se arrisque a concorrer sem o apoio de uma força partidária.

  5. Picoso diz:

    Massa até há, mas a cor é que não sei se será cinzenta…