Set 02 2004
Célia -38-
“Não me consigo perdoar o mal que te fiz”, quis Célia concluir uma conversa que, para mim, iria agora começar.
Tentei explicar-lhe, e até me socorri de desenhos, como é que um coração se abre e porque é que ele não consegue encerrar certos capítulos sem que a dor das feridas persista. Fui determinado quando lhe disse que este capítulo não estava encerrado. Quanto muito seria um virar de página, mas nunca, nunca mesmo, o epílogo de uma obra que ainda há dias tinha visto as suas primeiras linhas.
Célia contou-me então algumas coisas do seu novo dia-a-dia. Julguei-a atarefada com malas e embrulhos. Afinal ainda nem sequer começou. Não sabe ainda quando parte, nunca antes do final do Outono, e que não está nada preocupada com o que vai levar.
Agora fui eu que lhe peguei em ambas as mãos. Ela levou-as à boca e beijou-as ternamente. Não estarás a sentir hesitações?
Não me respondeu. Não quis que eu lhe descobrisse os pedaços da alma que se encontram na penumbra.
À despedida prometemos voltar a ver-nos. Mas sem data marcada. As desilusões, disse-lhe eu, poderão pesar mais do que aquilo que sinto agora.
Quando me resignava no regresso a casa, com o seu cd preferido a tentar distrair-me, o telefone mostrou a mensagem: “Tenho o teu cheiro nas minhas mãos. Amo-te desesperadamente”.
O separador central da auto-estrada não me deixou voltar para trás.
2 de Setembro de 2004 às 10:36
Esta Célia (nome que se presume inventado) é parecidíssima nas reacções com alguém que conheço. És um homem de sorte. Como alguém dizia, vai onde te leva o coração.
2 de Setembro de 2004 às 19:24
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
Célia, fotos e poema citado…
vira o disco e toca o mesmo…
Eis a original sequência deste blog inovador 🙂
2 de Setembro de 2004 às 23:44
Finalmente sou feliz casei há uns anos com uma grande mulher nascida em Beja. Os quadroa a óleo do meu blog são pintafos pele Elisabete Maria Sombreireiro Palma a minha esposa. um abraço amigo
Rogério Simões
3 de Setembro de 2004 às 7:24
@atento – que falta de atenção!
3 de Setembro de 2004 às 8:19
nota: onde se lê “@atento” deve ler-se “mosqueteiro”. é o que dá deixarem migalhas espalhadas por onde passam.
3 de Setembro de 2004 às 23:31
Sim, foi o Mosqueteiro, e não quero entrar em polémicas! Também não tenho tempo para isso! Até nem aconteceu nada de grave! Grave pode ser a forma como descobriu que era eu…EU SEI como foi! E não se deve, nem se pode fazê-lo, caro nikonman…Longa vida
3 de Setembro de 2004 às 23:55
@mosqueteiro – se sabe como foi, também sabe que não é grave. Antes pelo contrário. Se há coisa que não cometo é ilegalidades. E se teve um blog, sabe certamente quem o visitou. É este o caso. A diferença: eu sou realmente atento.
Grave é as pessoas não se assumirem e, sob a capa do anonimato, emitirem opiniões que sabem insustentáveis.
Boa noite!
4 de Setembro de 2004 às 0:03
Bom, se calhar fui um pouco injusto, e queria desde já enviar a minhas desculpas, disse aquilo, se calhar num dia mau (todos os temos)! EU até gosto do teu blog, e para me tentar redimir mando um grande abraço! Talvez um dia nos conheçamos, afinal moramos na mesma cidade, e se até o mundo é pequeno…Felicidades
4 de Setembro de 2004 às 0:08
@mosqueteiro – um abraço para ti também.