Jun 04 2004
CRÓNICA RÁDIO PAX
Já havia percebido que esta campanha para as eleições europeias se tornaria numa coisa sem interesse, onde se iria falar de tudo menos daquilo que realmente interessa.
Por um lado, as oposições tentariam trazer para discussão pública aquilo que tem sido a governação do país nos últimos 2 anos, preferindo atacar as políticas da coligação a discutir o futuro da Europa, o papel desta Europa no Mundo e de Portugal na Europa. Percebe-se: o PCP é, por ideologia, anti-europeísta, o Bloco é contra tudo e contra todos e o PS precisa de apregoar bem alto que em tudo é diferente e em tudo se distingue do partido maioritário da coligação. Como em matéria de política europeia o PS pouco difere do PSD, o partido da rosa optou por não falar das questões europeias.
Do lado da coligação também não seria muito conveniente falar na Europa, até porque se sabe que, nesta área, algumas das conversas se poderiam tornar …. muito inconvenientes.
Tudo isto era previsível.
O que não se estava à espera é que a linguagem fosse tão ordinária.
De um lado apontam-se deficiências físicas do adversário. Do outro responde-se com adjectivos como xenófobo, racista e fascista.
Mas a coisa, que parecia estar a compor-se, com pactos de boa educação, atinge foros inacreditáveis.
Aqui bem perto, um suposto candidato alentejano, porque jantou com um amigo, que é da área comunista, veio logo dizer que o amigo o apoiava. Não contente com isso, e porque tem também outro amigo que, esse sim, é mesmo do PC, e com quem esteve ao lado na batalha da regionalização, serviu-se disto para vir dizer que este também o apoia. Normalmente, costuma ser ao contrário. Quem dá o apoio é que vem publicamente manifestar esse apoio.
É claro que isto só poderia dar bronca.
A ser verdade, estalava a bomba para os lados do PC! A ser mentira, e num dos casos já se sabe que é, só vem denegrir quem usa falsidades para conquistar votos.
Pensam os ouvintes que isto é tudo?
Não.
Os alentejanos também são insultados. Então não é que um tal candidato alentejano – mais um – vem dizer que “os portugueses e em especial os baixo-alentejanos têm uma dívida de gratidão com a União Europeia”? Uma dívida de gratidão? Prefiro que me insultem na cara, para que lhes possa responder à letra.
Felizmente há candidatos que não passarão disso. Nem a Europa nem Portugal, e muito menos os alentejanos, precisam de gente assim.
Não se admirem, pois, que no dia 13 o pessoal vá todo para o campo comer uma bela sardinhada.
Crónica publicada igualmente no NotíciasAlentejo.
4 de Junho de 2004 às 15:53
Mas… não será mesmo essa a idéia? Afastarem as pessoas das urnas? Quem é que tem “pachorra” para ouvir “aquela gente”? Qual é a pessoa minimamente formada que perde tempo a ouvir insultos? Eu… quando os noticiários chegam à altura da “campanha eleitoral” fujo “daquilo” como o Diabo da Cruz. VA DE RECTRO: PINHEIROS, ILDAS,FRANCOS, PORTAS E OUTROS COMO TAIS….